Serve este local para tornar visível o pensamento do último dos vagabundos que conheço: EU!
Aqui ficarão registados pensamentos, crónicas, poemas, piadas, quadros, enfim, tudo o que a imaginação me permite
Serve este local para tornar visível o pensamento do último dos vagabundos que conheço: EU!
Aqui ficarão registados pensamentos, crónicas, poemas, piadas, quadros, enfim, tudo o que a imaginação me permite
A música tem o espaço invadido De ternas melodias...
No bar, A tela sem som, Transmite ilusões De novelas sem fim...
A cena, Com contornes de virtualidade, Faz-me ver-te ali... Do outro lado do bar, Na penumbra das luzes Em perpétua difusão...
Ali... Nessas formas Desse corpo que sonho; Nas margens desse teu cabelo, Onde os meus dedos anseiam Perder-se um dia mais...
Procuro, Com ânsia adolescente, O teu olhar, Profundo... Oculto... Magnífico... E sinto-o no sorriso Desses lábios Que Mona Lisa invejaria ter...
Porque não falas? A espera É como um incêndio de floresta... Consome tudo em seu redor... Devora o íntimo do ser e... Mesmo assim... É divino o prazer Da ansiedade...
A música Tem o espaço invadido Do teu ser... E a tela, Sem som, O sorriso mudo dos teus olhos!
A cena faz-me imaginar Contornes de impossível... E na penumbra das luzes O sonho aparenta Um perpétuo devir...
Dar asas à imaginação exige Que nos afastemos da realidade... Não podemos imaginar Presos no colete de forças Das normas e das leis, Dos parâmetros sociais Em que estamos envolvidos...
Imaginar Implica liberdade de espírito, De conceitos, de regras e de tabus...
Tal como a imaginação Apela a uma forte libertação Também o amor demanda Os mesmos procedimentos...
Para amar é preciso ser livre E estar disposto a tudo...
A diferença entre amar e imaginar Traduz-se no objectivo De cada um dos termos, Na força implícita Que em cada caso teremos que usar...
Se a finalidade da imaginação Se retracta no acto criativo De gerar um contexto Nunca antes tornado cognitivo, Em que o esforço pedido à mente É apenas de abstracção, Já amar obriga à utilização De todos os recursos do ser E tem, por fim, A conquista inequívoca Do que se ama...
Uma certeza podemos ainda acrescentar: Quem ama utiliza, vezes sem conta, A imaginação como recurso, meio, Perspectiva e criação Dos seus cenários de futuro, Tornados presente em cada hora...
Já quem imagina apenas se limita A criar a metáfora de cenários Ou futuros possíveis Sem a preocupação de com eles atingir Qualquer nível de alegria.
É aqui que reside A diferença fundamental: Imaginar solicita um acto criativo Por si só suficiente, Enquanto amar possibilita Que se encontre a chave última da razão Pela qual todos existimos: A felicidade!...
Por tudo isto Eu confesso neste testemunho Que sou livre e feliz: Não só eu imagino que amo... Como amo porque me tornei Inegavelmente detentor Da Felicidade!...
Inicia-se hoje uma nova rubrica nos Desabafos de um Vagabundo: Provérbios para as futuras gerações, mas não uns quaisquer provérbios insipidos carcomidos pelo tempo, novos provérbios ou, quanto muito, reinspirações de ultrapassados chavões populares.
1) Onde se dizia "Gato escaldado de água fria tem medo" deve passar a dizer-se "Gato escaldado de cão frio tem medo" ou "Porto escaldado na Ucrânia tem medo".
2) Onde se dizia "Mais vale um pássaro na mão que dois a voar" deve passar a dizer-se "Mais vale um passarão na prisão que dois em minha casa" ou "Mais vale um Sócrates no Governo que dois no meu andar".
3) Onde se dizia "O Povo é quem mais ordena" deve passar a dizer-se "A ordenhadora computorizada é quem mais ordenha" ou "A Manuela Ferreira Leite não dá boa ordenha", embora neste último caso haja quem acrescente: "...e se não se tiver cuidado o leite azeda".
4)Onde se dizia "Mais homens se afogam no copo que no mar" deve passar a dizer-se "Homem que se afoga no copo não morre afogado" ou "Quando mais o Governo afunda mais grita que sabe nadar".
5) Onde se dizia "E tudo o vento levou" deve passar a dizer-se "Se for peido também me vou" ou "Se for a ASAE digam que nem cá estou".
Hoje ficamos por aqui, mas amanhã continuaremos por ali. Pede-se desculpa pelo uso de uma linguagem mais brejeira, mas
6) Prefiro morrer de fome que de caganeira
o que apenas poderá significar que o indivíduo em causa tem um verdadeiro afecto pelo seu temperamento olfativo.
O Futebol Clube do Porto não pode ter 90 minutos de Sacrifício
No Porto corre sangue azul na crucificação do Cavaleiro Jesualdo Ferreira, o último dos Lordes do Reino do Dragão. O Castelo do Dragão Azul foi assaltado pelos Bárbaros Ucranianos liderados pela horda do Dínamo de Kiev que, pela pata de Aliyev, o Urso Polar, gelou o coração do Dragão aos 27 minutos da batalha, tendo ficado sem sequer conseguir tirar partido desse fenómeno, recentemente chegado às hostes azuis, que dá pelo nome artístico de Incrível Hulk.
D. Nuno, o Guardião Mor das Redes Reais do Reino do Dragão afirmou no flash interview: “O futebol é isto. São 90 minutos de sacrifício, de ataque continuado e não marcamos uma única vez. Eles, pelo contrário, num só remate à baliza, acertaram e ganharam. Por vezes isto é mesmo assim". E aparentando ter consultado à socapa o Rei Pinto da Costa no final do confronto afirma ainda D. Nuno com uma certeza inigualável: “Temos de continuar a trabalhar, com a dedicação de sempre. Precisamos de vencer na Ucrânia. Temos todas as condições para ganhar lá. Creio que nessa partida eles não vão jogar com 11 jogadores atrás da bola".
Não sou portista e ainda por cima sou republicano (o meu Office 2003 dá erro na palavra portista – será vingança?), e sou daqueles que torce por qualquer clube português em jogos com equipas estrangeiras. Contudo acho que o FCP precisa começar a falar menos, a prometer menos e a fazer mais. Longe vai o tempo de Pepe, Bosingwa e Quaresma. É preciso reagir e criar novos Guerreiros no Reino do Dragão. Não quero o canto do cisne de Sérgio Godinho: "Estive quase morto no deserto e o Porto aqui tão perto."
Não em combate, Como certos militares em terra estranha...
Não no triângulo das Bermudas, Como reza a história de muitos navios...
Não em pleno ar, Como se fosse um avião Engolido pela própria atmosfera...
Não! Nada disso! Desaparecido de mim... Sem identidade... Sem existência... Sem referências... Sem sentido de viver... . Imagine-se a montanha! Grande! Monstruosamente grande! Gigante mesmo Elevando-se na planície!
Isso fui eu, O eu Narciso antes da primeira queda, Antes do começo das erosões... Seguidas, repetidamente insistentes, Continuadas no tempo e na vida...
Isso fui eu, Antes dos abalos, dos sismos, Dos terramotos sem fim Num mundo feito de sobrevivência Mais que de essência!
E a montanha foi perdendo forma, Volume, dimensão... Até se confundir na planície amorfa Da multidão sem rosto, Sem esperança, Sem dignidade E sem amor próprio...
Aparentemente, Eu tinha desaparecido, Sem que um vestígio de sobrevivência Servisse de pista Para uma busca por mim mesmo...
Imagine-se um desastre Num qualquer ponto isolado do globo, Onde um hipotético sortudo Salvo da morte pelo acaso, Irremediavelmente ferido, Acabasse por ficar Virtualmente irreconhecível Perante a exposição ao tempo E às depredações dos animais E da própria natureza...
Isso era eu! Perdido de mim e dos meus... Desaparecido do mapa Dos humanos com voz própria!
Ao princípio Foi assim que me senti.
Depois, dei conta que vagueava Sem destino ou rota certa... Algures entre nenhures, Um ser disforme, Parco de alma e existir...
Durante momentos que pareceram anos, Durante anos que não tiveram momentos, Apenas procurei, não sei o quê... Não sei porquê... E não sei como...
Quando finalmente dei por mim, Não passava de um vagabundo, Perdido de si em busca do ser...
Era como se os locais, Por onde a minha sombra Me garantia a existência, Fossem nuvens sem forma, Estradas sem referências, Caminhos sem lei...
Apenas limbos... Apenas Éter...
Às vezes sentia Que estava numa grande teia, Cheia de predadores, Plena de vítimas, Ávida de sentidos e sentimentos...
Uma teia universal que me envolvia Como uma rede escura e semi-eléctrica...
Descobri, aos poucos, Que tinha sido absorvido pela internet E que me tornara Num Vagabundo Dos Limbos, Em Haragano, O Etéreo, Numa Lenda Urbana De quem nunca ninguém ouviu falar, Num Senhor dos Tempos Sem tempo para si mesmo...
Um Sir, à inglesa, polido na forma, Vazio no intimo de si próprio, Repleto de vontade e de reconstrução...
Um Vagabundo Dos Limbos, Haragano, O Etéreo, Em busca da identidade esquecida Num passado sem memória...
Até que renasci, Gritando aos cinco ventos A minha alvorada... Vento de ser, Vento de existir, Vento de viver, Vento de sentir, Vento de amar...
De novo era gente, Uma criatura nova, Não na idade que essa Não deixa Cronos em cuidados, Mas na vida.
Eu era... Eu sou, esse Sir, O Vagabundo Dos Limbos... Haragano, O Etéreo... Pela rede universal transmitindo A história de uma alma Que aos poucos fui reconstruindo, Sem vaidade, sem orgulho, Sem a certeza sequer de ser ouvido...
Porém... com a esperança De que ao falar globalmente Para este universo imenso, Possa um dia agir localmente Na alma de um ser que como eu Se sinta desaparecido a dada altura...
Assino, como me conhecem: Sir, Vagabundo Dos Limbos, Haragano, O Etéreo...
Sendo eu, por nascimento, português, faço parte de um povo de brandos costumes e de uma tolerância à prova quase de choque. Mas sou, também, um daqueles que gosta de refilar por tudo e por nada, porque nós temos essa tendência meio masoquista de criticarmos o que é nosso (nacional) mas que, por acaso, até é do próximo (vizinho, conhecido, pessoa mais ou menos famosa ou até um dos VIPs cá do burgo). Somos assim, podemos nem estar a sofrer com a crise, mas, como convém que ninguém saiba que até estamos bem, não se vão lembrar de nos chatear, lá alinhamos nós na desgraça nacional da crise que nunca mais passa. Temos a tendência incompreensível de nos acharmos vítimas de tudo e de todos.
E é neste ambiente de consciência negativa que nasce como um novo organismo mas que é na realidade um fruto de fusões, transformações, maiorias absolutas e sede de poder, uma autoridade nacional de repressão, feita de encomenda para os nossos masoquistas sentimentos de que as coisas não estão bem no que ao quintal do vizinho diz respeito: A ASAE, leia-se a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica, um órgão de Policia Criminal.
Quando foi criada em 2005 a ASAE deveria ser a resposta nacional à EFSA, em português a Autoridade Europeia de Segurança dos Alimentos, mas o governo não podia, nem queria criar um organismo de apenas defesa alimentar dos seus cidadãos, dependente de um menos significativo Ministério da Agricultura. Não! Era necessário pôr o povo na ordem. O plano desenvolveu-se em 2 fases.
A 1ª. Fase, em 2005, foi a dos pezinhos de lã, com o objectivo de relançar a política de defesa dos consumidores, criando uma entidade para avaliar os riscos na cadeia alimentar e fiscalizar as actividades económicas a partir da produção e em estabelecimentos industriais ou comerciais. Funções, essas, que antes estavam dispersas por vários serviços e organismos, tardando-se ai a ASAE de um organismo principalmente fiscalizador e tendo como pano de fundo o espírito da Autoridade Europeia de Segurança dos Alimentos, pese embora já com a sementinha da economia plantada no seio do organismo.
A 2ª. Fase, em 2007, foi a da tomada do poder, sendo uma das alterações com maior impacto a da transformação da ASAE num órgão com poderes de autoridade, ou seja um órgão de polícia criminal. Como tal pode fazer buscas, apreensões e escutas telefónicas, desde que autorizadas por uma autoridade judiciária. O mesmo acontece com as restantes polícias. Ou seja, na prática a ASAE é uma polícia (ainda por cima criminal) que não foi ratificada pelo Parlamento como constitucionalmente o deveria ter sido.
Mais grave é que um organismo criado, em princípio, para de defesa dos consumidores se torna numa polícia criminal de métodos e objectivos bem mais repressivos. A Polícia Internacional e de Defesa do Estado / Direcção Geral de Segurança, vulgo PIDE/DGS, nasceu assim: funções administrativas e funções de repressão e prevenção criminal também com contornos de defesa dos cidadãos e da sua suposta segurança (conforme consta no Art. 2º. do decreto que a constituiu e que a legalizou) só que a irmã mais nova, a ASAE, que por decreto tem muitas funções, não deixa de ter, no meio das suas inúmeras alíneas, o desenvolvimento de acções de natureza preventiva e repressiva (conforme se poderá constatar no Decreto-Lei n.º 274/2007 que só não a legitimou porque o Parlamento não lhe deu aval, o que parece ser um detalhe insignificante para os senhores do poder). Bem mais esperta do que a irmã, e clamando uma legitimidade que afinal nem tem, a ASAE promete dar que falar enquanto não formos impedidos de o fazer porque tinhamos peixe congelado fora de prazo na arca frigorífica lá de casa.
Voltarei por certo a este tema até porque ainda agora estamos a analisar a ponta do iceberg.
Aqui, Onde a palavra mais se afirma Como produto social, A faculdade última De comunicarmos Por meio de sinais Que todos entendemos, Porque são próprios Desta comunidade Que constituimos...
Aqui, Onde a fala Se traduz na escrita Como um acto de utilização De uma linguagem, E porque não, Como a concretização Do potencial da língua Passada à palavra...
Aqui, Falamos... Escrevemos... Sentimentos em sinais, Próprios do grupo Que constituimos...
Aqui Traduzimos estados da alma Em discursos originais, Vivos e criativos, Através de combinações livres Do que somos, sentimos, Queremos, desejamos E em última análise Sonhamos...
Aqui... Somos, Nas palavras, Verdadeiras metáforas Do que queremos ser... Configurações tacitamente Assumidas pela líbido...
Aqui... Inventamos verdades inequívocas Provocadas pelo efeito do écran, Como se da nossa própria visão Se tratasse... E nos lugares comuns Desta linguagem Afirmamos o grito Da nossa solidão...
Aqui Queremos existir Em felicidade!... Pura, Simples, Essencial...
Aqui Conseguimos entender E produzir Um número infinito de frases Que nunca antes lemos, Ouvimos ou pronunciamos... E porquê? Porque estamos integrados!...
Aqui... Somos parte de um todo Que funciona sem conhecimento De todas as partes, Aparentemente anárquico, Mas obviamente Interligado a esquemas Que apenas o nosso subconsciente Consegue interpretar... Enfim...
Aqui... Somos os filhos De uma mesma alcateia E ao uivarmos, Não estamos apenas a venerar a Lua Que se encontra cheia... Mas a dizer também aqui Que queremos amar!...