Serve este local para tornar visível o pensamento do último dos vagabundos que conheço: EU!
Aqui ficarão registados pensamentos, crónicas, poemas, piadas, quadros, enfim, tudo o que a imaginação me permite
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Dizem que ela chegou. A Recessão. No entanto, se todos e cada um de nós tiver voto na matéria, eu voto contra. O nosso Primeiro já nos garantiu todas as medidas para acabar com ela. Pelo que a Recessão, mesmo que venha, não criará raízes. O Governo fará como fez aos quatro mil emigrantes a quem vedou a entrada em Portugal e que repatriou. Assim sendo não temos com que nos preocupar. Sócrates diz que está pronto para tudo. O Povo também estaria se ganhasse um décimo do que recebe o nosso Primeiro, quer em ordenado quer em ajudas de custo, carro, deslocações e subsidio de risco contra tomates podres, livros escolares, seringas hipo… qualquer coisa, sapatos ou mesmo Ovos da Páscoa do ano passado. Vejamos, estamos à beira da deflação, os portugueses morrem menos dezassete por cento em 2008 nas estradas portuguesas e a tendência é de continuar a baixar, os combustíveis descem de preço, os juros baixam com a gorda da Euribor a perder peso a olhos vistos para recordes nunca antes sonhados nos últimos dez anos, as prestações das casas baixam junto da banca, alugar ou comprar casa ou loja é bem mais barato este ano. E ainda, o ordenado mínimo sobe o máximo de uma só vez em 2009, o julgamento da Casa Pia chega ao fim, a MediaMarket tem saldos incríveis para os que não são parvos, o Continente faz cinquenta por cento de desconto em cartão da marca, a Banca recebe injecções do Estado contra a Gripe das Aves Raras, contra a Peste Suína do Capital, contra a doença das vacas loucas com os saldos e promoções… Mas há mais, o Magalhães vende mais que os subsídios europeus da agricultura que o nosso governo devolve a Bruxelas pois já estamos hiper-desenvolvidos. Vêm ai as obras das Câmaras Municipais em ano de Eleições, mais as grandes e pequenas obras do Estado. Mais os empregos criados em 2009 só para alimentar a máquina eleitoral de três votações. A crise da Educação corre veloz para um final que não sabemos triste, mas que corre, corre. As belíssimas vozes e interpretações dos ABBA no filme Mamma Mia dão esperança a qualquer português de poder iniciar uma carreira vocal a todo o momento… As novelas portuguesas vão continuar, a Manuela Moura Guedes não vai deixar de ser Pivot da TVI, não vamos passar vergonhas em europeus ou mundiais de futebol porque não os há este ano, o ministro das finanças vai lançar um orçamento suplementar, o AKI tem os preços em queda de tal forma que um dia a casa vem a baixo. A Moviflor diz que vende em doze meses sem juros mesmo que os móveis durem menos do que isso. Eu próprio coloquei uma velinha à Nossa Senhora dos Aflitos para ver se o Rui Silva deixa de comentar de uma vez por todas o futebol na Sic. Com tudo isto e com a vossa ajuda, a RECESSÃO não passa. A RECESSÃO não passará. Tenho dito.
Maravilhoso este Cartoon do Henrique Monteiro. Sócrates é realmente de uma moral única e dificilmente ultrapassável. Desperdiça dinheiro do Estado para evitar que o BPP vá à falência. Nacionaliza o BPN e injecta dinheiro às pazadas em algo que mais parece um buraco sem fundo. Diz aos portugueses que a culpa da situação económica do país é da crise internacional que chegou sem avisar. Vai passar o ano com a namorada a Veneza e instala-se num hotel de cinco estrelas. Manda os portugueses ter, uma vez mais, paciência e apertar o cinto que o tempo é de poupanças. Manda o Presidente da República baixar a bolinha com um sorriso malandro. Defende um Orçamento de Estado que de orçamento tem apenas o título e de estado o sólido. E no final de tudo isto com aquele ar contente e gaiteiro, que tão bem lhe conhecemos, pede a Maioria Absoluta para as Legislativas de 2009. Um verdadeiro moralista, uma pessoa preocupada com Portugal e com os portugueses, sem dúvida. Um exemplo a recordar. Se olhamos para o estado da saúde preferirmos não ver, se pensamos na educação só nos lembramos de cento e vinte mil professores a dizer basta em Lisboa, se pensamos no défice público entramos em depressão. O melhor é fazer como na Euro News: Sem Comentários.
E gota a gota... e pingo a pingo... chove, Além... se molha a gente e o caminho, E embora sob um tecto, aqui... sozinho, Vem gota a gota... uma... duas... nove...
Treze... Catorze, Quinze... Dezanove... E mais... vem sempre mais... um ribeirinho, Cair dentro de mim, espinho a espinho, E picada a picada a dor me envolve...
E nesta tua ausência me assassino, Nas cordas de uma música, em tortura, Efectuada ao som de um violino,
Que Lucifer maneja com loucura...! Chovem em mim as farpas da saudade E gota a gota perco a identidade...
Na rua, Perto à praia, Uma menina chora a sua ferida, Caiu da bicicleta Ainda há pouco...
E a tromba de água Se aproxima...
A onda voa pelas ruas Tentando alcançar a Morte... A rapariguinha já fugiu... Mas eu... Eu saio à rua deserta E a Morte chama por mim...
Eu enfrento a Morte Com a minha morte; Mas a Vida... Essa, não me compreende; Pois ela me amava... Estou feliz!...
Matei a raiva; Estrangulei o medo; Assassinei o ódio; Afoguei tudo o que há em mim...
E a pedra da calçada Perguntou-me: "- Porquê? Qual a razão para não viver?"
Eu, Olhando um horizonte Sem tréguas e sem esperanças, Respondi: "- Eu enfrento a Morte Com a minha morte..."
Mas a Vida... Essa.... Continua sem me compreender; Pois ela me amava... Estou feliz!...
Matei a compreensão; Guilhotinei o amor; Apaguei a ternura; Maltratei a sorte; Matei tudo o que havia em mim...
Mas os animais... Os marginais... Esses entenderam; Pois são seres mal vivos... Como eu fui...
As pedras... Essas... Ahhhh!... Nunca viveram... Como poderão elas desejar morrer?...
Só! Eu enfrento a Morte Com a minha morte... Mas a Vida... Essa... Jamais me compreende... Pois ela me amava; Talvez.... Talvez saiba quando morrer!... Estou feliz!