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Desabafos de um Vagabundo

Serve este local para tornar visível o pensamento do último dos vagabundos que conheço: EU! Aqui ficarão registados pensamentos, crónicas, poemas, piadas, quadros, enfim, tudo o que a imaginação me permite

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Poemas de um Haragano: Livro XXI – Portaló – Perdido…

 

 

 

         VIII

 

"PERDIDO..."

 

Contigo quero ter o sexo porno,

Lascivo, sado, louco, inconcebível...

Contigo quero ter indescritível

Noite de amor, ao rubro, como um forno...

 

Contigo quero ser metal no torno,

Pronto pra ver moldado de impossível

Meu aço, às tuas mãos, inconcebível...

Contigo quero ter o beijo morno,

 

Dado pelos amantes imortais,

Em noites, p’los poetas, não sonhadas...

Contigo quero ver as madrugadas

 

Plenas de nós e amor, entre teus ais...

Contigo quero amar... louco, varrido...

E dentro do teu ser dar-me perdido!...

 

Haragano, o Etéreo in Portaló

(Gil Saraiva)

Poemas de um Haragano: Livro XXI – Portaló – Além da Morte

 

 

              VII

 

"ALÉM DA MORTE..."

 

Eu amo-te, Ah!... Como eu te amo vida,

Luz, alma gémea, em mim redescoberta,

Tu és o rosto azul, na sala aberta,

Ao Sol que da janela, de fugida,

 

Te torna mundo, terra agradecida,

Por seres nascente, fonte, na deserta

Planície de mim, por ti desperta,

Qual Primavera solta, ao ar florida!...

 

Eu te amo, meu amor, flor encantada,

Perfume que o meu ser à força quer,

Deusa que Deus, um dia, fez mulher,

 

Para tornar minha alma apaixonada!

Tu és a minha estrela, a minha sorte,

E neste verso, minha... além da Morte!

 

Haragano, o Etéreo in Portaló

(Gil Saraiva)

Poemas de um Haragano: Livro XXI – Portaló – Navegar

 

       VI

 

 

"NAVEGAR"

 

 

Na frescura da derme acetinada

Se reflectem odores de sangue quente...

Reveste-lhe esse corpo a alma ardente,

Que no brilho do olhar se vê espelhada...

 

Génese de uma vida, de uma estrada,

Que apenas é trilhada por quem sente

O ser selvagem, por detrás da mente,

Que no sorriso parece tudo e nada...

 

É morno o toque, doce o paladar,

Fervente o cerne, corpo já sem mágoa,

Que parece nesta hora ir navegar

 

Em taças de luar, em rios d' água,

Onde apenas navega uma certeza:

A chama que o amor mantém acesa!...

 

 

Haragano, o Etéreo in Portaló

(Gil Saraiva)

Poemas de um Haragano: Livro XXI – Portaló – Braços Abertos

 

 

              V

 

 

“BRAÇOS ABERTOS”

 

 

Quando os braços abriste para mim

E me deste teu meigo e doce colo,

Não sei eu se segui o protocolo,

Mas sei que me senti mui’ bem assim

 

Entre teus braços… Abraço sem fim

Junto ao teu peito meigo em que me enrolo,

Por esse teu carinho um novo Apolo

Me fizeste sentir… Num folhetim

 

Daqueles de cordel, com muito mel,

Apaixonado e vivo uma vez mais.

Quando os braços abriste fui jamais,

 

Fui nunca, garanhão, eu fui corcel

Cavalgando por ti, fui haragano,

No abrir dos teus braços… oceano!

 

 

Haragano, o Etéreo in Portaló

(Gil Saraiva)

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