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XII
"O VASO"
Aceita meu vaso,
Sê a minha flor,
Para que te possa regar
A cada dia
De sorrisos
E de mimos
No mais intimo
Da nossa alienação...
Aceita meu vaso,
De barro feio...
Bruto na forma,
Naïf no desenho,
Para que nele
Possas ser
A minha flor...
Aceita meu vaso,
No decoro do silêncio
Da nossa cumplicidade...
Deixa que nele te implante
Meiga flor silvestre...
E que te regue...
E que te cuide...
E que se murchares,
Por falta de carinho,
Se quebre o vaso;
E seque eu,
Na essência desta alma
Que lhe deu o barro...
Haragano, O Etéreo in Nos Caminhos da Flor
(Gil Saraiva)
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