Serve este local para tornar visível o pensamento do último dos vagabundos que conheço: EU!
Aqui ficarão registados pensamentos, crónicas, poemas, piadas, quadros, enfim, tudo o que a imaginação me permite
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66. Beijo de Carnaval… imaginemos dois seres que se encontram pelas alturas festivas e carnavalescas próprias da época. Ambos levam no rosto a máscara, de sorriso sarcástico, do famoso Anonymous. Durante alguns minutos descem juntos ruas e avenidas em celebração, por fim, sentam-se lado a lado num banco de jardim, no tirar das máscaras sorriem, quase que simultaneamente, mas o sarcasmo impresso no plástico desapareceu. Apresentam-se aproximados pelo uso do mesmo disfarce. O sorrir das bocas contagia os olhares que sorriem também e o beijo daquele casal, que nunca se tinha visto, acontece naturalmente juntando lábios, que jamais pronunciaram o nome um do outro, numa simbiose de ocasião própria do que é espontâneo.
65. Beijo Cardíaco que anseia por chegar ao destino com calor e ritmo acelerado. Sem alterações na textura, no sabor ou na intenção, porque leva com ele a alegria solidária de pequenos momentos partilhados num quotidiano etéreo. Um existir não menos verdadeiro ou sentido por a amizade provir e se ter desenvolvido, sem prévios laços de conhecimento físico. Ele nasce porque contém na essência a raiz de um rigor que se experimenta, a cada sorrir, nas palavras que se trocam, nos olhares que se inventam em entrelinhas sublimes de emoção. Torna-se cardíaco pela expectativa elaborada, numa qualquer rede social, entre dois seres que se desejam sem se verem, que se inventam num limbo abstrato que a dada altura vira realidade e existir. Beijo cardíaco, sente-se em crescendo, quase correndo à velocidade do pensamento na procura insana de um brilho intenso que, no encontro final, se o toque e o sentir acasalarem, parte das almas e desagua nos corações.