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Desabafos de um Vagabundo

Serve este local para tornar visível o pensamento do último dos vagabundos que conheço: EU! Aqui ficarão registados pensamentos, crónicas, poemas, piadas, quadros, enfim, tudo o que a imaginação me permite

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Beijo Online

275 - online.jpg275. Beijo Online. Semicerre os olhos por um instante, quase que os feche, mas sem perder a leitura das palavras. Deixe a mente relaxar sem pressas, imagine o seu local favorito, seja entre palmeiras numa praia sob um pôr-do-sol tropical, seja numa casa de granito, serrana, à lareira, por entre o crepitar da madeira e as labaredas afáveis da chama ardente, seja onde preferir. Chegou o momento de se colocar ao lado de quem recebe o beijo, materializando-me aos poucos com as vestes que achar por conveniente e fazendo-me mover em direção à sua face ou aos seus lábios (a escolha será sua) para, por fim, selar o momento num beijo uno que seja capaz de recordar amanhã, sem que ele, no entanto, alguma vez tenha acontecido. Beijo online, porque sonhar é fácil e o impossível apenas demora mais tempo.

 

 

 

Beijo no Ombro

274 - ombro.jpg274. Beijo no Ombro, um beijo de pura sensualidade, sem nada ter a ver com o “Beijinho No Ombro” de Valesca Popozuda, para quem esse é forma de desprezo ou pior a julgar pela letra da canção da cantora brasileira, nada disso. Beijo no ombro, dado com erotismo, naquele ombro desnudado de menina, arrepiado pelo calor dos lábios poisados como pétalas em margem de corpo, de carne exposta timidamente na ânsia da receção, de derme que busca o contacto vivo, real, sentido, de uns lábios deslizando suaves em direção ao pescoço ou aos seios ainda por descobrir. Sim, porque mais do que tudo este é um beijo preliminar de muitos e longos preliminares entre sombras e murmúrios, entre dois seres que se buscam e descobrem em êxtase num perfeito ato de fusão de corpos.

 

 

 

Beijo Olímpico

273 - olímpico.jpg273. Beijo Olímpico, um beijo que vem da direta influência da mitologia greco-romana, um beijo de deuses e deusas, dividido entre eles ou partilhado, ocasionalmente, com um comum mortal. Na atualidade é um ato de ir aos céus. Divino nas sensações que provoca entre os amantes, tão sublime que os faz sentirem-se divindades num mundo novo que anseiam descobrir e explorar. Entra diretamente na categoria dos beijos perfeitos, daqueles que por si só se bastam e se completam num único, simples e solitário laço de amor.

 

 

 

Beijo Oikos

272 - oikos.jpg272. Beijo Oikos, poderíamos certamente considerá-lo um beijo de lar já que, etimologicamente, a palavra grega significa família, mas Oikos não traduz uma qualquer ligação de parentescos, nada disso. Oikos, do grego, significa a base familiar, a origem da própria família e é por isso mesmo um beijo de casal, um beijo de amor, um beijo de criação e de felicidade. Pode ser dado na frescura do despertar das alvoradas, no crepúsculo apaixonado do pôr-do-sol, ao som crepitante de uma lareira ou na ondulante ternura das águas de uma praia, mas será sempre um beijo fecundo, suave, doce e inesquecível. Beijo Oikos a lembrar os iogurtes inventados pelos montanheses búlgaros com o intuito de alimentar o corpo, afagar a alma, adocicar os egos, sintonizar os espíritos e unir os corações.

 

 

 

Beijo de Olhos Fechados

271 - olhos fechados.jpg271. Beijo de Olhos Fechados, dado cegamente. Impulsionado pelos sentidos, criado pelos sentimentos, sentido pela alma, guardado no coração. Einstein dizia que quem conseguia dar um beijo enquanto conduzia era porque não estava a dar a devida atenção ao beijo. Ora, um beijo de olhos fechados tem toda a atenção que lhe é devida, é transmitido na segurança das sensações e da sensualidade, do desejo e do prazer, da emoção e do sentir. Assim, para quem aprecia manter a vista atenta, recomenda-se que pelo menos pare de conduzir e que fixe o olhar no esvoaçar de alguns cabelos seguindo apenas os caminhos do gozo último…

 

 

 

Beijo nos Olhos

270 - nos olhos.jpg270. Beijo nos Olhos, em ambos ou apenas num deles não importa muito, a não ser pelo recorço significativo que é repetir o mesmo em ambas as pálpebras fechadas da nossa companhia. De qualquer maneira, estamos perante uma demonstração óbvia de afeto, carinho, ternura, meiguice, cuidado e proteção. Beija-se assim, procurando transmitir amparo, segurança, seriedade e sinceridade a uma relação, que normalmente ou é familiar, de pais para filhos, por exemplo, ou entre um casal, seja qual for a forma jurídica em que estes estejam constituídos. Beijo nos olhos revelando apoio, aconchego e socorro, se preciso for. Um afago transmitido com a boca e recebido como âncora no vasto oceano das nossas emoções.

 

 

 

Beijo Ofegante

269 -  ofegante.jpg269. Beijo Ofegante, mas não cansado. Um beijo de cortar a respiração, vindo de dentro, do cerne do sentir. É obviamente um beijo de paixão profunda, de loucura e de efervescência. Consentido entre ambos e dividido, como se estivesse atrasado na chegada, mas pronto para continuar no limite das forças e das sensações. No furor do ato, respirando a custo, não se importa quando, onde ou porque começou. Importa sim a entrega e a correspondente recompensa de quem o recebe de forma saciada. Beijo ofegante, aquele que devia parar para descansar, mas que teima em continuar num absurdo ato de amor.

 

 

 

Beijo Oceânico

268 - oceânico.jpg268. Beijo Oceânico, imenso, molhado, intenso e profundo, aquele que se encontra na vastidão imensa dos sentimentos humanos. Vive-se com intensidade e fluidez, partilha-se na intimidade preliminar de um encontro a dois, entre suspiros e arrepios, quais vagas de carinhos que não aparentam ter margem que as possam balizar. Beijo oceânico, vasto na forma abstrata da sua concretização, confinado apenas ao início íntimo de uma relação a dois.

 

 

 

Beijo d'O

267 - O.jpg

267. Beijo d'O, seguindo a senda de Anne Desclos, um nome resguardado no baú por quarenta longos anos, que, sob o pseudónimo de Pauline Réage, escreveu o romance erótico “Histoire d’O” em 1954, na não menos sensual cidade de Paris, sem sombras cinzentas, onde o sexo se torna inquieto, explorado e violento numa sedução sadomasoquista que apenas uma mulher consegue apimentar tornando sedutor o que em princípio seria tomado por adverso. Beijo d’O é, por isso mesmo, um beijo sensual, perverso e arrebatado, roubado a uma dama que consente, por submissão voluntária, o assalto à sua intimidade entreabrindo os lábios à luxúria e ao prazer.

 

 

 

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