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Desabafos de um Vagabundo

Serve este local para tornar visível o pensamento do último dos vagabundos que conheço: EU! Aqui ficarão registados pensamentos, crónicas, poemas, piadas, quadros, enfim, tudo o que a imaginação me permite

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Beijo 366 - Aniversário - Um Ano de Beijos - Um Por Cada Dia Passado - Beijo Simplório

366 simplório.jpg366. Beijo Simplório, servido com os lábios pelo homem, transportado entre a sua boca e a face amiga de uma mulher. Beijo que no olhar transmite a esperança viva de um resultado bem mais elaborado do que aparentemente o beijo, em si mesmo, se destinaria a conseguir. Um ato assim minimiza riscos e aposta seriamente na reação de quem o recebe para poder capitalizar sem ter que deitar tudo a perder logo na primeira tentativa. É, por isso mesmo, desprovido de grandes requintes ou cerimónias. Porém, puro na atitude, convicto na determinação e sério na vontade com que é dado. Beijo desprovido de segundas intensões, irrefletido e sem técnicas, táticas ou preparações. Beijo simplório, criado pelo acaso, espontâneo e tão tosco que só se afirma e realiza por ser filho de um breve instante.

 

 

 

Beijo Simples

365 - simples.jpg365. Beijo Simples, aquele a que os brasileiros chamam de beijo selinho, porque os lábios se encostam ao de leve, mas a boca permanece fechada. Quantas vezes sinónimo de gratidão, afeição e compreensão, mas, por ser multifacetado nos seus intentos, os significados alargam-se muito para além dos já enunciados, a simplicidade deste beijo trás consigo resmas de devoção, fardos de amizade, paletes de simpatia, contentores de paixão, vagões de alegria, porões de dedicação, silos de amor. Encontra-se em qualquer parte, sempre e onde se registem manifestações inequívocas de comportamento humano solidário, sentido, companheiro ou cúmplice. Beijo simples, sem pretensões a outros patamares, mas rei na disseminação oscular da humanidade.

 

 

 

Beijo de Simpatia

364 - simpatia.jpg364. Beijo de Simpatia, com muito enternecimento. Beijo tão doce que dispensa o mel, o açúcar e o caramelo. Ele vem da amizade cimentada e crente, da solidariedade difundida como forma de ser, de estar e de agir, da cooperação e do coletivismo de vizinhança que se quer boa, amiga e protegida. Um beijo chegado da assistência abnegada a quem dela carece pelos 1.111 motivos gerados pela vida, e parte de novo, voluntariamente, para a entrega multifacetada de uma repartição plena de afetos, de sorrir e de alegria de viver. Basta um beijo de simpatia para que se espelhe, sem vergonhas, o íntimo e a bondade da alma dos ser humanos.

 

 

 

Beijo de Sim

363 sim.jpg363. Beijo de Sim, um beijar que embora comece dependente de uma resposta da pessoa com que se divide, reparte e sublima, ao se obter a confirmação através do sim, vindo do outro lado com clareza. É aí que o beijo ganha asas, tempo, intensidade, conforto e carisma, já nada tendo a ver com o porque não, com qualquer hesitação, afrontamento nervoso ou agonia de carácter. É, então, que desafia as leis da física pela velocidade com que dos lábios o beijo chega ao coração e daí invade todo o universo, resumido nas três letras que formam a palavra sim, qual buraco negro da afirmação positiva de um sentimento que tudo absorve.

 

 

 

Beijo em Silêncio

362 - silêncio.jpg362. Beijo em Silêncio, apenas e só porque um beijo não carece de palavras para se facultar. Ele consegue dizer tudo sem pronunciar uma só silaba. O beijo fala de paz em vez de guerra, mas ninguém o ouve. Conversa de amor no lugar de ódio, mas permanece mudo. Grita solidariedade em vez de egoísmo, mas não se escutam palavras de ordem nas gargantas. Agita a humanidade em manifestações de milhões, em altruísmo, mas sem ser necessário juntar mais do que duas pessoas nessa luta. Tudo porque o beijo em silêncio é viral, pratica sentir e sentimento em toda a parte e luta pelo bem, com todas as suas forças, apenas pelo toque de lábios, pelo sorriso do olhar, pelo reflexo de nós em outro alguém.

 

 

 

Beijo de Sete Colinas

361 - sete colinas.jpg361. Beijo de Sete Colinas, em que o tempo que vem não vai ou é esquecido. Beijo, em que a cidade que fervilha habitualmente parece vazia de gentes, de transportes, de ruído. Beijo, em que as águas do rio Tejo se calam ao passar numa corrente muda de respeito. Beijo, em que os pombos imitam gárgulas petrificadas num silêncio estático nas árvores e beirais. Beijo, em que os monumentos se escondem na vergonha de só serem história, memória, glória e não terem vida, mas apenas existir. Beijo, em que o vento se senta na calçada ultrapassado pela força e beleza do momento e vira brisa. Beijo, em que a luz astral se une à luz dos homens para dar brilho, cor, significado, vida e transcendência, num só foco, à cena em curso. Beijo sete vezes repetido, um por cada colina da cidade, intenso, forte, apetecido, porque eterno, presente, sem idade, qual rei altivo no porte e na coroa, um beijo ofertado assim, entregue em Alfama, Mouraria ou Madragoa, tem a magia do mundo num beijo aqui chamado de Lisboa.

 

 

 

Beijo Sentido

360 - sentido.jpg360. Beijo Sentido, dado por um Senhor da Bruma que em seu haragano apareceu na aurora, vindo do nada. Chegando pelos portões do etéreo, do quotidiano, mesmo ao raiar fresco da madrugada… Um regressar imponente nesse corcel alado, transportando o dono vestido de negro, com manto de bruma. Voando num céu de estrelas por estrada, em tempestade de tirar sono, ágil e leve como uma pluma, apenas para cumprir o desejo de pessoalmente sentir este beijo. Bebendo sedento da vibrante entrega à dama que aguarda, qual virgem casta, quando afinal é apenas mulher que quer, como todas, ser recordada, que quer apenas sentir-se amada e retribuir doce e feliz no despontar risonho de uma aurora dourada, vinda da noite, chegada do nada.

 

 

 

Beijo Sensual

359 - sensual.jpg

359. Beijo Sensual. Basta fecharmos os olhos e entreabrirmos os lábios para conseguirmos quase imaginar a cena, somos instintivamente transportados para um crepúsculo à beira da realização, mas onde o pôr-do-sol ainda pinta de matizes quentes a paisagem. Certamente haverá mar humedecendo o ambiente e ritmando o beijo ao som do desaguar das ondas na areia morna e pálida da praia. O cantar das gaivotas disfarça então os murmúrios sussurrados pelo par numa conjugação de egos e seres, de dar e receber, de tempo que paralisa o universo só para contemplar a beleza pura desse instante mágico. Transpiram os corpos emoção ganhando novas formas. Acelera o sangue por entre veias e artérias contrastando com a paz que se instalou no meio. Riem as almas, em auras intensas de rubro entusiasmo e o beijo acontece, vivo, excitado, sensual.

 

 

 

Beijo de Sentimentos

358 - sentimentos.jpg358. Beijo de Sentimentos, pese embora o facto de os sentimentos não se resumirem ao amor e de existirem centenas, senão milhares de sensibilidades positivas aqui inerentes, o amor é porta-estandarte deste beijo. Ele vem do peito de quem beija para se instalar no peito de quem o acolhe, levando consigo oceanos de intimidade difundida em vagas de afetos. É um beijo que se desloca por ventos ciclónicos de devoção apaixonada e conivente que geram tsunamis de cumplicidade avassaladora, porque um beijo de sentimentos tem âmago, vem do cerne do hipotálamo, passando pelo canal sem mancha do coração, para desaguar nas marés vivas do ser, nuns lábios que beijam convictos, firmes, escoando, a cada beijo, a tormenta benigna de cada sentir. Beijo de sentimentos, dá-se com alma, partilha-se com o coração, sente-se no âmago do existir e funde-se nos egos reunidos.

 

 

 

Beijo de Sentidos

357 - sentidos.jpg357. Beijo de Sentidos, e não apenas dos cinco sentidos, podem ser seis, sete ou quantos existam na complexidade inerente aos seres humanos. Dá-se pelo toque de uns lábios em qualquer ponto da cútis de outro ser. Inalam bálsamos corpóreos de outro alguém e a dopamina se desprende, reagindo ao chegar invasor de tais odores. Sentem-se na boca paladares que se degustam em paradisíacos deleites de língua e palato. Escutam-se os motins alarmantes dos murmúrios, que vibram tímpanos a dentro, mais que cordas em guitarras elétricas, fazendo ecoar libidinosamente todo o nosso ser. Miram-se os corpos em conluio erótico e luxuriante. Por fim, adivinham-se orgasmos num sexto sentido que parece vir do nada e vem do todo… e o beijo dos sentidos ganha vida, força, razão e se liberta, desperto e ativo, até à final rendição dos corpos esgotados.

 

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