Serve este local para tornar visível o pensamento do último dos vagabundos que conheço: EU!
Aqui ficarão registados pensamentos, crónicas, poemas, piadas, quadros, enfim, tudo o que a imaginação me permite
Serve este local para tornar visível o pensamento do último dos vagabundos que conheço: EU!
Aqui ficarão registados pensamentos, crónicas, poemas, piadas, quadros, enfim, tudo o que a imaginação me permite
Morreu hoje, no Hospital Militar onde se encontrava internado, Otelo Saraiva de Carvalho. O homem que personificou o 25 de abril de 1974. O rosto da Revolução dos Cravos, o Poeta da Esperança Popular. O inconformado, rebelde e inexplicável Otelo Saraiva de Carvalho.
Amado por uns, odiado por outros, Otelo nunca deixou que a sua pessoa fosse indiferente. Longe disso. Foi preso no 25 de novembro, foi mais tarde condenado por ser o líder das FP-25 e condenado a 15 anos de prisão dos quais apenas cumpriu 5, por indulto de Mário Soares. Era também considerado cúmplice e mandante das barbaridades cometidas pelo COPCON. Otelo sempre negou o comando das FP-25 e sempre repudiou a culpa nos abusos praticados pelo COPCON.
Na minha romântica perspetiva, Otelo nunca foi responsável pela violência destes factos passados depois do 25 de abril. Aproveitaram-se dele, da sua imagem e da sua aura para o usarem em proveito próprio.
O cravo de abril, como lhe chamei quando o entrevistei em 1991 murchou e morreu. O Fidel Castro-Che Guevara que acreditava, com um querer genuíno e pleno de ingenuidade, na revolução e no povo não subiu mais alto nos seus sonhos de um novo Portugal porque, como dizia, lhe faltava conhecimento político, cultural e bases de aprendizagem educativa e política para fazer melhor. Porém, o que fazia tinha alma, génio e impetuosidade irreverente de quem sonha pelo povo que defende.
Àqueles que o odeiam, aos que o consideram culpado de tudo o que foi acusado no PREC e nos tempos conturbados do período pós-revolucionário, peço que respeitem a morte do poeta da revolução e que não destilem veneno sobre esta homenagem que aqui deixo. Aos outros, àqueles que o vêm como eu via, deixo o meu profundo pesar num dia triste como o de hoje. Morreu o Senhor 25 de abril, o Senhor Revolução. Paz à sua memória, glória ao cravo irreverente da liberdade sem bazucas e capital. Adeus Otelo!
Fez este mês cinquenta anos que morreu Jim Morrison, o vocalista da banda rock The Doors, mais propriamente no passado dia três. Por incrível que pareça eu lembro-me bem, sendo o mais novo de cinco irmãos (o mais velho dista doze anos de mim) desde muito cedo a música dos The Doors fez parte do meu universo musical e deixou marcas profundas nas minhas preferências musicais. Outros existiram e geraram o mesmo efeito, destaco, entre eles os The Beatles, os The Rolling Stones, Kim Crimson, Yes, Cat Stevens e mais uma infinidade de cantores e bandas dos anos sessenta e setenta.
Tenho a certeza que se tivesse conhecido Jim Morrison pesoalmente, este, por maior que fosse o meu esforço, jamais faria parte do meu lote de amigos. Demasiado alcoólico e drogado, demasiado anarquista e absolutamente imprevisível. Contudo, e há sempre um porém naquilo que é a nossa avaliação de alguém, isso não o impediu de ser um génio da múcica, alicerçado numa banda soberba. Um génio e um poeta. Ora, é a estas facetas que se dirige o meu tributo, cinquenta anos depois da morte de Jim Morrison, um monstro sagrado da música rock do século vinte.
Fotografia da Campa de Jim Morrison em Paris
Hoje, neste ributo deixo a minha tradução de um dos clássicos da banda, a música: Riders On The Sorm.
Riders On The Storm by The Doors
Cavaleiros na tempestade,
Cavaleiros na tempestade…
Nesta casa nascemos,
Ao mundo fomos lançados
Como um cão sem osso
Ou um ator emprestado.
Cavaleiros na tempestade…
Há um assassino na estrada,
De cérebro alterado,
Qual sapo esborrachado.
Aproveitem uma longa ponte
E deixem os seus filhos brincarem…
Porém, se deres boleia àquele homem
A tua doce família morrerá,
Sim!
Pelo assassino do asfalto.
Mulher,
Tu tens que amar o teu homem,
Mulher,
Tu tens que amar o teu homem!
Pega nele pela mão
E ajuda-o a entender…
Pois o mundo depende de ti
E para que a vossa vida não termine
Tu tens que amar o teu homem,
Isso sim!
Cavaleiros na tempestade,
Cavaleiros na tempestade…
Nesta casa nascemos,
Ao mundo fomos lançados
Como um cão sem osso
Ou um ator emprestado.
Cavaleiros na tempestade,
Cavaleiros na tempestade…
Cavaleiros na tempestade,
Cavaleiros na tempestade,
Cavaleiros na tempestade…
Compositores: John Densmore, Ray Manzarek, Robby Krieger e James Morrison: The Doors.
Tradução livre de Gil Saraiva
Riders On The Storm by The Doors
Pelo contibuto muito especial para a minha vida aqui fica a minha respeitosa homegem a este que foi um dos grandes vocalistas e criaticos do final do último milénio: Jim Morrison.