Poesia: Livro - Nos Caminhos Da Flor
"EU ESPERO"
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Penso sozinho, eu sei,
Na solidão...
E o silêncio, nas sombras,
Não me ajuda...
Apenas faz crescer
Minha paixão...
Apenas me corroi
E me tortura
Em processos de mágoas
E loucura!...
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E como se agrava a minha dor...
Em mil momentos de pavor...
Pois quanto mais eu penso,
Mais eu sei,
O quanto me doi
E me magoa,
Ter na solidão a voz amiga
Ou um riso cínico de intriga!...
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Onde estará o meu amor?
Será que me deseja
Ou que me insulta?
E pensará em mim
A flor oculta?
Porque será que amar
Também é dor...?
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Talvez se sinta só,
Para além das estrelas,
Através de imaginária ponte...
Através da linha do horizonte
Vem com as ondas do mar,
Vem para amar...
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Espuma de raiva incontida
De querer e me não ter,
Mas de ser vida...
Mas de ser Ser...
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Ela sabe, ao certo,
Que a desejo...
Me conhece bem
Em cada beijo...
Ai! Como posso eu
Viver sem ela...?
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Eu quero o meu amor aqui,
Comigo...
Brilhando com o brilho
De uma estrela!...
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Sinto algures alguém...
Sinto um respirar na escuridão...
E sinto mesmo
Sem sentir ninguém
Porque oiço bater um coração,
No silêncio dos limbos
Que não vejo,
No escuro vagabundo
Onde desejo,
Qual Haragano,
Um Etéreo ser,
Sem forma definida...
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Eu a verei até,
Talvez, quem sabe,
Um outro Inverno...
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E esperarei de pé,
Mesmo que a força acabe,
Na calote cristálica, glaciar,
No frio gelado de tão externo...
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Se tiver de aguardar...
Aguardarei...
Aguardarei por meu amor eterno!...
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Como um raio de Sol ela será...
Tão radiante
O gelo fundirá...
Nada esconderá o seu semblante!...
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Viajar pela noite viajarei...
Guiando-me pela luz sem ter sinais...
A luz do seu amor, do meu amor,
A luz dos nossos ideais!...
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E agora, por fim, nada mais digo...
Sei... sou... desejo... quero...
Eu sei meu amor o que consigo:
"-Amor acredita... Amor... eu espero!..."
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Haragano, O Etéreo in Nos Caminhos da Flor