Serve este local para tornar visível o pensamento do último dos vagabundos que conheço: EU!
Aqui ficarão registados pensamentos, crónicas, poemas, piadas, quadros, enfim, tudo o que a imaginação me permite
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Aqui ficarão registados pensamentos, crónicas, poemas, piadas, quadros, enfim, tudo o que a imaginação me permite
"NÉCTAR" . . O Néctar dos Deuses, Um tal de hidromel, Pode ser divino, Digno de tão elevados seres, Mas não tem o sabor do nosso amor... Não sabe a vida e a eternidade, Não tem a plenitude num mero segundo, Não nos faz sentir que existimos Porque precisamos de viver Para poder tocar o infinito No espaço estrito De um simples olhar... . O Néctar dos Deuses Pode ser divino, Pode ser perfeito, Pode ser puro, Pode ser cristalino, Pode ser indescritível, Mas não é absoluto Como nós... . Somos um ser total Em construção, Estamos para além Dos sentidos E dos sentimentos, Somos o futuro, A esperança e a alegria Das nossas próprias almas... . O Néctar dos Deuses Pode ser divino, Mas não tem a graça Do teu sorriso, O perfume do teu ser, A alma desse corpo Onde me perco de mim, Para despertar num tal de nós... . Se és a flor oculta Deste meu existir, Até aqui perdido, Eu mais nada quero ser Do que a terra Onde cada uma das tuas raízes E todas elas Se alimentam até à eternidade... . Até à eternidade Numa sede sem fim E que por convenção Chamamos de amor!... . Eu te amo! . O Néctar dos Deuses Afinal não é importante... . . Haragano, O Etéreo in Nos Caminhos da Flor
"NÃO LEIAS..." . . Não leias... Não leias estes versos Meu amor, Eles, que são pra ti, Não deves ler Pois não podes, jamais, Pensar saber Que meros versos são... Uns sem valor... . Não leias estes versos... Por favor... . Neles faminto vivo Por viver, Neles razão tu és Deste meu ser, Neles eu nada sou Sem teu calor... . Não leias estes versos Que te escrevo, Não pode o teu amor Calhar-me à sorte, Não tenho as quarto folhas Num só trevo, Só, na roda da vida Encontro morte... . Não leias estes versos Sonho terno Se eu em teu existir Não for eterno... . Não leias estes versos Que falam de um nós Que apenas minha mente E minha voz Inventaram de forma inconsistente... . Não leias estes versos... Estou doente, Ó deusa pela qual eu me fiz crente. Como podes tu ler esta passagem Se para ti sou mero ponto Na árida paisagem, Se mais real do que eu É uma ténue miragem Sonhada por quem nunca adormeceu... . . Haragano, O Etéreo in Nos Caminhos Da Flor
"IMAGINE-SE..." . . Imagine-se um mar de prata Bordado ao ouro macio de um pôr-do-sol, Deixemos agora A nossa mente Colocar algumas aves nidificando Na costa fina de arbustos salgados, Reserva natural De um qualquer sonhado paraíso... . Em silêncio, Os bateres de asas, Se confundem com o restolhar do vento Que sorri prá Primavera Agora tão tangível... . O sentimento é por certo de harmonia!... . Pra quem não sente em verso O deleite que os sentidos propiciam, Recomendo que respirem fundo, Deixem entrar languidamente O cheiro a maresia... . Issooo... Procurem agora sentir A aragem vos acariciar, De leve, Passando-se suave Pelo brilho dos olhos E obrigando ao esvoaçar de alguns cabelos... . Com o olhar Sigam as aves Que gritam cânticos de amor E de acasalamento... . Se entreabrirem os lábios As papilas vão, por certo, Detectar o gosto a mar, O gozo das sensações plenas E do encontro puro e idílico com Gaia, A deusa que voluptuosa Representa a Terra original... . Sentem? Agora pensem, Com um sorriso, Num amor ausente... . Procurem influenciar a mente, Mas sem esforço...
Issoooooo... Estão vendo a sereia?... . É no exacto instante, De sensual e romântica lasciva, Em que de joelhos nos dobramos Para colher uma flor De beira de caminho, Que estamos integrados! Cheios de amor, De vida e de natura, Enfim... de plenitude!!! . Imagine-se Um mar de prata Bordado ao ouro macio De um pôr-do-sol E conclua-se Que afinal amar é simples... . Senão o mar seria água E nada mais, As aves: pássaros E a reserva: pântano... . Imagine-se... . . Haragano, O Etéreo in Nos Caminhos Da Flor
"FRAGRÂNCIA" . . Na fragrância vaporina De um odor... Vindo do branco textil De uma renda... Te sinto eu: ... No intimo do teu cheiro... Do teu ser... Do teu corpo... Do teu eu!!! . Sentir-te é sentir-me!... . E eu... Sou tão egoista Dessa palavra simples Chamada: Nós! . Quero-te!... Na plenitude do uno E do indivisível Para poder viver em ti... Na fragrância Vaporina De um amor... . . Haragano, O Etéreo in Nos Caminhos Da Flor
"EU ESPERO" . . Penso sozinho, eu sei, Na solidão... E o silêncio, nas sombras, Não me ajuda... Apenas faz crescer Minha paixão... Apenas me corroi E me tortura Em processos de mágoas E loucura!... . E como se agrava a minha dor... Em mil momentos de pavor... Pois quanto mais eu penso, Mais eu sei, O quanto me doi E me magoa, Ter na solidão a voz amiga Ou um riso cínico de intriga!... . Onde estará o meu amor? Será que me deseja Ou que me insulta? E pensará em mim A flor oculta? Porque será que amar Também é dor...? . Talvez se sinta só, Para além das estrelas, Através de imaginária ponte... Através da linha do horizonte Vem com as ondas do mar, Vem para amar... . Espuma de raiva incontida De querer e me não ter, Mas de ser vida... Mas de ser Ser... . Ela sabe, ao certo, Que a desejo... Me conhece bem Em cada beijo... Ai! Como posso eu Viver sem ela...? . Eu quero o meu amor aqui, Comigo... Brilhando com o brilho De uma estrela!... . Sinto algures alguém... Sinto um respirar na escuridão... E sinto mesmo Sem sentir ninguém Porque oiço bater um coração, No silêncio dos limbos Que não vejo, No escuro vagabundo Onde desejo, Qual Haragano, Um Etéreo ser, Sem forma definida... . Eu a verei até, Talvez, quem sabe, Um outro Inverno... . E esperarei de pé, Mesmo que a força acabe, Na calote cristálica, glaciar, No frio gelado de tão externo... . Se tiver de aguardar... Aguardarei... Aguardarei por meu amor eterno!... . Como um raio de Sol ela será... Tão radiante O gelo fundirá... Nada esconderá o seu semblante!... . Viajar pela noite viajarei... Guiando-me pela luz sem ter sinais... A luz do seu amor, do meu amor, A luz dos nossos ideais!... . E agora, por fim, nada mais digo... Sei... sou... desejo... quero... Eu sei meu amor o que consigo: "-Amor acredita... Amor... eu espero!..." . . Haragano, O Etéreo in Nos Caminhos da Flor
"ETERNIDADE" . . Quando na Praia Grande Um jovem passa, Num surfar que abraça, Sem que abrande, A praia, o mar, O horizonte... . Quando a prancha é ponte, E de fugida, Entre espuma é hino, Pelas vagas da vida, Sem destino... . Quando na curva navega Sobre as ondas, Livre de entrega, Sem fios, sondas, Rumo ao céu divino... . Quando ao mar arranca Pelas águas, Um rufar, qual tambor Em desatino... . Quando, ao Sol que desce, A prancha desliza intemporal, Enquanto o perigo cresce, De forma injusta E desigual: . Eu... vejo no surfista A despedida: Na forma de uma vaga... Em agitar fatal... Me recordando, Um momento de partida Em que a espuma É teu rosto Em lágrimas de sal!... . Não! Não posso mais sentir Tamanha dor... . Meu corpo quero fundir Com teu amor, E, mais que a saudade Que em meu ser hoje treme, Eu quero a força Da vaga que geme, O azul marinho Da longevidade, Eu quero, amor, Contigo a eternidade!!! . . Haragano, O Etéreo in Nos Caminhos da Flor
"ETERNA ROCHA" . . A flor do jardim olhou para mim... Eu, um Vagabundo Dos Limbos, Da net; Senhor da Bruma, da noite; Haragano, O Etéreo... Lenda urbana de quem nunca Ninguém ouviu falar... . Passava perto, a caminho da vida, E a flor do jardim olhou para mim... . As pétalas penteadas pela brisa, O tronco hirto e firme pela certeza, As folhas como braços abertos Em minha direcção... . "- É contigo que eu quero partilhar A minha essência... Aqui, numa cama de pétalas, Sob um céu de luar... . Vem! Terás contigo o perfume da noite, O sorriso das estrelas, A plácida tranquilidade da Serra Perante a eterna vigília da Lua... . Vem! Ocupa o meu jardim, sê meu Senhor, O Senhor da Serra da Lua, Dono do meu amar, do meu amor..." . Olhei a flor do jardim... Ainda suspirava na ansia da resposta... . Olhei a flor, ali, ao sol exposta, Branca e pura como a pura neve, Silvestre e livre como a liberdade, Doce e bela como a natureza... . Sorri... Oh como eu sorri... Sorri de orgulho daquele olhar florido Em mim poisado, De vaidade infinita por me sentir O desejo profundo de uma flor E respondi: . "- Flor, eu sou um Vagabundo Dos Limbos, Da net; Senhor da Bruma, da noite; Haragano, O Etéreo, Lenda urbana de quem nunca Ninguém ouviu falar, Buscava perdido o caminho da vida, Em confusão, e... afinal... Tudo é tão mais simples... . Serei teu e serás minha Se o orvalho da madrugada Eu poder ser em tua sede, Alimentando-te a raiz e o existir... . Serei, enfim, o solo onde te firmas, Servo da terra onde és jardim... . Não te quero eu perder, Dá-me o teu etéreo existir Na eternidade, Transmuta-me na Serra da Lua... . Que a minha voz seja agora A do vento que sopra de Ocidente, A saliva o mar Que desagua no meu corpo E meus passos as pegadas do futuro Que um qualquer dinossauro Marcou na eterna rocha..." . . Haragano, O Etéreo in Nos Caminhos da Flor
"BIUNIVOCAMENTE..." . . Tu és o aroma Que meus passos Adoram percorrer, O sorriso que ilumina O fundo da minha alma, A vida pela qual Eu acabo por descobrir Que tudo valeu a pena... . Mais do que a flor És a essência, A coerência, A relação adequada Entre o sentir Que te transmito Pelo conhecimento do que és E o amor que me difundes No cerne desse mundo Que te constitui... . A essência... A verdade... A pureza dos princípios, A lógica ordenada De nossos olhares, A ordem afrodisíaca De uma linguagem mista, Linguísticamente pura, Absolutamente articulada, Interactiva... . Onde o discurso de incoerente Desagua em ideias Plenas de subjectividade, De nuances incompreensíveis, Em que tudo se resume Àquilo que o coração Chama de Amor... . Tu és o aroma, O texto sagrado De uma religião paranormal Porque transcendente da razão... . Tu és o acontecimento, A situação e mais ainda, A equívoca equação Que não se anula Mas se traduz no intimo Deste teu interlocutor... . A falta de univocidade Pode transformar nossas palavras Num lugar indefinido Que nenhum de nós Consegue controlar... . Mas controlar para quê? Importa sim sentir... Sim... sentir... . O aroma Que meus passos adoram percorrer, O discurso de ideias Plenas de subjectividade, O texto sagrado De uma religião paranormal, A equívoca equação Que não se anula, O lugar indefinido, Sem norma, sem razão, Sem leis, sem regras, Em que biunivocamente Nos amamos!... . . Haragano, O Etéreo in Nos Caminhos Da Flor
"ABAIXO ASSINADO" . . Pelo sorriso Dos teus olhos... . Pelo prazer Dos teus lábios... . Pela suavidade Da tua pele... . Pelo odor Do teu ser... . Pela felicidade Da tua presença... . Pelo amor mais profundo... . Eu, Abaixo assinado, Declaro que te amo, Com toda a força Dos elementos E com o poder Do universo Que me constitui, Para sempre!... . . Haragano, O Etéreo in Nos Caminhos Da Flor
"A PALAVRA" . . O bar ao fundo... O motivo era a espera, Uma espera com fim anunciado: Ela não devia demorar! . Na sala cheia Ninguém dava por mim, Naquele canto destinado A ilustres desconhecidos, Como eu, aliás... A multidão falava de quotidiano, Falava de tudo, Mesmo sem muito conseguir acrescentar... . Na minha mente Uma só palavra parecia bailar Entre a ponta da língua E a garganta seca da cerveja Já extinta no copo da imperial, Havia algum tempo... . O bar ao fundo... Uma só palavra... E ela que tardava... . Pela milionésima primeira vez Consultei o relógio, Era verdade: Os segundos continuavam a passar No ritmo incontrolável Do Tempo... . Levantei o olhar... Ela sorriu para mim Uma vez mais, Como mil e uma vezes o fizera Anteriormente... . E a palavra ganhou forma de novo, E o Tempo parou, E o bar pareceu vazio, E a garganta húmida Ganhou voz e lançou a palavra, Pela milionésima segunda vez, Pela ponta da língua: . Amo-te! . . Haragano, O Etéreo in Nos Caminhos Da Flor