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Desabafos de um Vagabundo

Serve este local para tornar visível o pensamento do último dos vagabundos que conheço: EU! Aqui ficarão registados pensamentos, crónicas, poemas, piadas, quadros, enfim, tudo o que a imaginação me permite

Serve este local para tornar visível o pensamento do último dos vagabundos que conheço: EU! Aqui ficarão registados pensamentos, crónicas, poemas, piadas, quadros, enfim, tudo o que a imaginação me permite

Poemas de um Haragano: Livro XXI – Portaló – Quadro da Bahia

 

                PARTE III

 

 

               RETRATOS

 

 

"OS SONETOS DO SONHO" ou

 

 

  "O SORTILÉGIO DO AMOR"

 

                   I

 

 

“QUADRO DA BAHIA”

 

 

No calor amarelo da Bahia,

Passo eu Lua-de-mel inesquecível,

Perdido nessa carne apetecível

Num rodízio de amor e de alegria…

 

Damos na praia as mãos e vibra o dia,

A água à rocha dá beijo impossível,

Conversa a aragem em tons de invisível,

Respondem as palmeiras por magia…

 

Já tem três milhões de almas Salvador

E nós somos só duas de passagem,

Mais dois pontos num quadro da paisagem…

 

Respiramos o povo e somos cor,

No mercado modelo ou pelourinho

Somos da cor do mel, cachaça e vinho…

 

Haragano, o Etéreo in Portaló

(Gil Saraiva)

Poemas de um Haragano: Livro XXI – Portaló – Despedida

 

        XII

 

 

“DESPEDIDA”

 

 

No Hotel Portaló o ser se reparte

Qual afago, festa ou cafuné,

De chalé em chalé

Cultura é baluarte

Que à natureza se mistura

Com engenho…

Quem chega,

Chega a um mundo à parte;

Quem parte

Não esquece o desempenho

De quem

O acolheu naquele hotel,

De quem

Lhe deu guarida,

Deu quartel,

Deu nova vida…

 

Portaló não é porta,

É como um véu,

Passar por ele só importa

Para quem quer ficar perto do céu…

Quem parte

Leva natura e arte

Quem chega

Tem saudades quando parte…

 

Haragano, o Etéreo in Portaló

(Gil Saraiva)

Poemas de um Haragano: Livro XXI – Portaló – Chalé Fernando Pessoa

 

 

                     XI

 

“CHALÉ FERNANDO PESSOA”

 

Aqui, no Portaló, em Tinharé,

Longe de Paris, Rio ou Lisboa,

A vida, qual sorriso de um bebé,

Segue calma, simples e tão boa…

 

“Tudo vale a pena”… A forma é pura,

A prosa à poesia dá frescura

Com aromas de ser e de natura,

Neste espaço feito luz e cor…

Cada chalé tem nome de poeta ou de um escritor,

Cada chalé tem um coração, tem um sentir,

Tem paz, tranquilidade e tem amor,

Tem essência, alma e existir…

A pena é verde aqui, como a mata atlântica

E a palavra é barco, galeão, canoa,

É terra que floresce de romântica…

 

Em Fernando Pessoa

Me instalei meia quinzena,

E me senti um Rei, sem ter a coroa,

De um quinto império sem arena…

Fiquei por Portaló enamorado,

E pelos versos de Pessoa eu inspirado

Entendi, então, de forma plena,

O que vale ter a alma não pequena…

 

Haragano, o Etéreo in Portaló

(Gil Saraiva)

Poemas de um Haragano: Livro XXI – Portaló – Epopeia

 

 

      IX

 

“EPOPEIA”

 

Neste hotel de nome Portaló,

Somos como a aranha em sua teia,

Somos o guardião de uma baleia

Num quarto baptizado Moby Dick…

Só importa a quem cá fique

Instalado na encosta,

Saber daquilo que gosta,

Porque aqui não há despique…

 

No Morro de S. Paulo,

Em Portaló,

Ilha de Tinharé,

Terra de verde e pó,

Banhada de fé,

De azul, de céu e de águas,

Onde o passado em tempos

Lavou mágoas,

Por entre aromas tropicais

E de café,

Olhando paisagens geniais

Escutando um violão,

Um oboé,

Tudo floresce em cada grão de areia

Para gravar em nós esta epopeia…

 

Haragano, o Etéreo in Portaló

(Gil Saraiva)

Poemas de um Haragano: Livro XXI – Portaló – As Águas

 

        VII

 

“AS ÁGUAS”

 

Bebem-se caipirinhas

E sorrisos,

Piropos, adivinhas, muitos risos…

Nas águas da cascata

Da piscina e das praias,

Tudo ao calor resiste e se desnata

Nos biquínis, nas minissaias,

Na chuva que ao cair é catarata

E que minutos depois já se esqueceu

Porque apenas nos lavou o eu…

 

Ah! Isto sim, é vida!

Águas benditas mais do que água benta,

Que nos fazem esquecer uma partida

Que embora longe já nos atormenta…

Que toquem oboés,

Que dobrem sinos,

Que do velho Sinai desça Moisés,

Que se dance o samba, cantem hinos,

Mesmo após o poente glorioso

Fazer nascer a lua prateada,

Pois tudo aqui é bom, é tudo gozo,

Tudo nos traz a alma embriagada

Neste Portaló feito virtude

Onde cada momento é plenitude…

 

Haragano, o Etéreo in Portaló

(Gil Saraiva)

Poemas de um Haragano: Livro XXI – Portaló – A Vigília

 

       VI

 

“A VIGÍLIA”

 

O sonho parece não ter fim…

Criando praiazinhas graciosas

O mar banha os despontares de areia,

Com flores de espuma, qual jardim,

Regado a gotas de oceano, preciosas,

Pérolas de mar na maré cheia…

 

De forma suave, harmoniosa,

Chegam as águas fluidas à muralha,

E a meiga ondulação vai radiosa

Penteando as pedras sem batalha,

Numa paz cúmplice que enleia

As margens por onde serpenteia…

 

Na piscina do hotel a queda de água

Trauteia indolente a voz da vida,

Sem sinas, tristeza ou sequer mágoa,

Apenas porque a vida lhe é querida…

Ao fundo um colorido bar molhado,

Servido por morena no sorrir garrida,

Refresca, por dentro e fora,

O mais acalorado convidado,

P’ra quem as cervejinhas, canapés

Ajudam a ficar mais relaxado,

Sobre a vigília plácida dos chalés….

 

Haragano, o Etéreo in Portaló

(Gil Saraiva)

Poemas de um Haragano: Livro XXI – Portaló - Harmonia

 

        V

 

“HARMONIA”

 

Aqui,

Neste hotel me sinto estranho,

Aqui,

Nada é pequeno nem tacanho,

Aqui,

Eu vivo paz, me sinto em casa,

Aqui,

Posso voar sem grão na asa….

 

Por entre árvores de fruto e palmeiras,

Por entre arbustos, por entre trepadeiras,

Passam correndo répteis velozes,

Lagartos, entre o verde e o castanho,

Fugindo sem tempo para poses,

Com medo de nós pelo tamanho

Ou pelo gargalhar das nossas vozes…

 

Por todo o lado

Vibra, quase com ardor, a empatia,

O sonho aqui está acordado

E a saudade é meta para um dia…

Tudo aqui é natureza na essência,

Aves, flores, gentes e magia,

Tudo aqui é puro, é existência,

Porque aqui se respira a harmonia…

 

Haragano, o Etéreo in Portaló

(Gil Saraiva)

Poemas de um Haragano: Livro XXI – Portaló – Mil Amores

 

           IV

 

“MIL AMORES”

 

No ar

O som das aves é vida,

É luz que brilha atrevida,

É música, é alegria

Cantada como por magia

Em tom de felicidade

Com força, com garra, com vontade…

 

Pelas calçadas e valados

De um cinza feito de matizes,

Onde desponta aqui e ali a cor da terra,

Pelos arbustos salpicados

Entre o verde das copas

E o amarelo das raízes,

Por entre tons do morro

Que lembram serra,

Pelo verde da erva tão garrido,

Pelas pétalas que o tornam colorido,

Por toda a parte enfim,

Pairam aromas mil

De mil e uma flores,

Pairam partes de mim

Enfeitiçado pelo verão primaveril,

Por Portaló,

Por mil amores…

 

Haragano,o Etéreo in Portaló

(Gil Saraiva)

Poemas de um Haragano: Livro XXI – A Paisagem

 

          III

 

“A PAISAGEM”

 

Do ocre das fachadas

Das acomodações e dos chalés

Imagens de cor ficam gravadas,

Se destacam os detalhes, lés-a-lés,

Das madeiras, dos alçados,

Das varandas,

Passadeiras, caminhos, cordas bambas,

Delimitando espaços e picados…

 

São os chalés, por fora, salpicados

De espreguiçadeiras inovando

Ora repouso ameno,

Ora pecados,

Que cabe a cada um ir desvendando…

 

Tudo se vira ao porto, ao mar

E a Valença,

Ponto continental no horizonte,

Que a noite, ao cair, faz revelar

Do outro lado da água, bem de fronte,

Pelas luzes, as formas e a presença

Que olhando podemos vislumbrar…

 

São paisagens reais que amo e friso

Só porque adoro estar no paraíso…

 

Haragano, o Etéreo in Portaló

(Gil Saraiva)

Poemas de um Haragano: Livro XXI – O Refúgio

 

 

         II

 

“O REFÚGIO”

 

 

Venham visitar o refúgio

Dos poetas, criadores,

Dos amantes, pensadores,

Sem subterfúgio

Entrar com amor,

Vir sentir a paz e a harmonia,

Num descanso tão consolador

Seja no pôr-do-sol

Ou raiar do dia…

 

É aqui que escrevo

Eu estas linhas,

É aqui que estou

Eu deslumbrado,

Tentando colocar nas entrelinhas

O quanto aqui me sinto

Apaixonado…

O Portaló tem um manto de magia,

Algo me faz sentir

Enfeitiçado,

Como se num cerne de alegria

Fosse possível tocar

A nostalgia…

 

Haragano, o Etéreo in Portaló

(Gil Saraiva)

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