Beijo de Vulcão
420. Beijo de Vulcão, pela beleza incomparável de um vulcão em chamas. Emitindo lava rubra, buliçosa, espessa e escorregadia, num movimento lento que, aos poucos, vai ganhando terreno e formas. Um beijar de erupção divina de músicas cantadas por rouxinóis, na explosão primaveril da vida, que nos inflama a imaginação por entre os odores de orquídeas raras. Já o ambiente parece ornado com o toque sensual das sedas da longínqua China ou com o gosto ao néctar dos deuses romanos, de eras passadas, ainda no palato. Um beijo que lembra as orgias desnudas de preconceitos. Beijo vulcanizado pela avidez do momento, tomado por impulso e entregue com chama.