Beijo Regado
326. Beijo Regado pelo Atlântico onde me banho. Beijo inundado de Tejo que é margem de alguém e da cidade. Beijo de chuva de verão que cai, e não devia, entre trovões que protestam ter que brandir fora de época, ou relâmpagos que sorriem porque um beijo não tem minuto nem segundo para ser dado. Beijo molhado ao Sol que me aquece os lábios confusos, porque as Estações do ano se entrelaçam, num emaranhado celeste sem vazios, qual teia intemporal perfeita, criada para dar vida a este beijo sem relatividade ou teoria. Beijo regado, guloso de alegria e satisfação, qual fogo branco que arde nesse sorriso ao ser entregue na luz que lhe veste a face de quem humidamente o recebe.