Serve este local para tornar visível o pensamento do último dos vagabundos que conheço: EU!
Aqui ficarão registados pensamentos, crónicas, poemas, piadas, quadros, enfim, tudo o que a imaginação me permite
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75. Beijo à Chuva, o espelho cristalino dos beijos românticos e de conquista. Traduz claramente que o amor vence os elementos, na luta pela sua realização, pela sua única e inabalável força. Um poder quase divino, fazendo os corpos esquecer o meio porque, no seio daquela união selada pelas bocas, existe um querer imaterial mais forte que gravidade ou magnetismo, que clima ou atmosfera, que habitat ou natureza. Beijo soberbo porque aquele género de afeto não tem barreiras, não desiste perante os obstáculos, não se perde na tempestade, nem se acalma na bonança. Ele é o bem supremo quando encontrado no seu estado mais puro e, sem explicações, está muito para além da inteligência, do saber e do conhecimento. Beijo à chuva, maior que as almas, as crenças, os credos, os sentidos e os elementos, maior que o universo, porque nada é maior do que a conquista do amor que este beijar representa a cada acontecer.
24. Beijo de Antologia, descrito através dos séculos pelos historiadores, narrado em páginas sem fim por escribas, plumitivos e escritores, cantado nos coros populares com a graça simples do que vem do povo, entoado por bandas, cantores e trovadores nos quatro cantos do mundo em canções sentidas, emocionadas e arrebatadoras. Beijo declamado por poetas embevecidos pela beleza mágica de um gesto de amor que se fez eterno e repetido no tempo em milénios de história, de gentes e de quereres, tornado intemporal, imortal e repetido sempre que entre humanos há amor.
20. BeijoAnimal, envolvente, quente e muito protetor, mas também, felino, selvagem, instintivo, quase bruto porque entregue em bruto, mas absolutamente natural, vindo das entranhas, furtivo, predador, sedento na intensidade, sensual pelo desejo último da posse, lascivo na luxúria impregnada na ação, sexual nos cheiros, na conduta, na franqueza espontânea do agir, tomado de assalto sem ser dado, pedido ou consentido, porque o corpo de um sente previamente o anuir da outra parte, sem falas, conversas ou combinações, sempre noturno, oculto e realizado na surpresa única da caça ou da conquista, entre macho e fêmea que se fundem num beijo que apenas existe num caminho tornado imperativo.