Beijo de Lágrima
208. Beijo de Lágrima, entregue como se se tratasse de um pingo de chuva, que embate e chora numa janela com pena de não deslizar unicamente na face destinada. Enviado com o romantismo da gota cristalina que foge da vista num momento exclusivo de felicidade e resvala livre e sem amarras pela derme morna de um rosto emocionado. Dado com a força da esférula única, que no orvalho da aurora, ao cair em direção ao solo num deserto abrasador, se dilui sobre a sequiosa flor de um cato que dela faz vida, cor e salvação última de uma secura até aí sem esperança. Beijo de lágrima que acende a chama e apaga a mágoa.