Beijo Frínico
152. Beijo Frínico, na senda do homónimo poeta ateniense, não pela tragédia em que era exímio especialista, não por se lhe dever a invenção da primeira máscara alguma vez usada por um ser humano, mas porque a ele é atribuída a introdução e presença das mulheres em palco no remoto século sexto antes de Cristo. Um beijo que, quando se entrega, precisa da mulher em cena, sob pena de ser dado em vão, no vazio, em vez de ser calidamente depositado na derme de um rosto com a pompa e circunstância que a entrega tem feita ao vivo e a cores, olhos nos olhos, pele na pele. Beijo frínico porque de espectadora a mulher passou à ação.