Beijo Fresco
150. Beijo Fresco como a cacimba da manhã amainada pelo brasido cálido da lareira em fim de noite, sentido nos lábios de ambos como nascentes primaveris de águas profundas que nos assassinam a secura das almas para, em seguida, nos aplacar a impaciência de ser e de oxalá, por entre os efeitos húmidos da reunião das bocas numa assembleia biunívoca de vontades e quereres que nos desperta os sentidos, nos alvoroça os sentimentos e que se precipita no abismo catarático que conhecemos pelo nome de amor.