Serve este local para tornar visível o pensamento do último dos vagabundos que conheço: EU!
Aqui ficarão registados pensamentos, crónicas, poemas, piadas, quadros, enfim, tudo o que a imaginação me permite
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53. Beijo Bolero de Ravel. Primeiro ela quase não dá conta da presença dele. Imagine que se encontra sentada num banco de jardim. Aos poucos, sem saber bem porquê, pressente qualquer coisa, a sensação é de emoção como se algo estivesse para acontecer, sente as pulsações aumentarem, sente-se inquieta, como por magia. Num virar de face, vê-o ao seu lado sentado no banco, a brisa que corria parece ter-se sentado também e um arrepio a percorre de cima a baixo. Os olhos dele vagueiam já entre o seu olhar e os seus lábios e, sem se dar conta, entreabre a boca e ele fecha-a na sua numa fusão perfeita de lábios e línguas. O verão parece ter chegado nesse instante, a menina sente uma gota de suor descer para lá do ventre, o seu coração dispara e o bolero parece encher o universo; de repente acorda, é o despertador a dizer que são horas de se levantar…
50. Beijo na Boca, clássico, sempre romântico, absolutamente sensitivo, sensual e desejado pelas partes, pois apenas nestas circunstâncias os lábios se encontram, se cruzam e entrecruzam, na busca de sentimentos tornados sentidos, na demanda comum de uma felicidade que se sente bem perto e para a qual a solução se encontra nessa entrega simples, carinhosa e devotada, desinibida e tão evidentemente atraente. O Beijo na Boca é sempre algo bem fácil de concretizar desde que os olhares se entendam, desde que as arritmias sejam uníssonas, desde que duas bocas se transmutem numa só.