Serve este local para tornar visível o pensamento do último dos vagabundos que conheço: EU!
Aqui ficarão registados pensamentos, crónicas, poemas, piadas, quadros, enfim, tudo o que a imaginação me permite
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124. Beijo de Estepe, ou seja, dado de forma extensa, demorada, sem o mínimo de pressa ou precipitação. Entregue de modo consciente e dedicado na planície de uma face que se quer tépida, doce, suave, aromaticamente sensual e atrativa, sem frio em demasia, nos invernos de uma vida, e sem calor intenso, no pico dos verões escaldantes do existir. Este é um beijo que proporciona o equilíbrio, numa combinação perfeita entre sentidos e sentimentos, entre ser e viver, entre dar e receber. Beijo de estepe, aquele que para se tornar realmente sublime e conhecer a glória tem de ser auferido ternamente pelo semblante ao qual estava fadado, com anuência, com cumplicidade, com querer e crer.
109. Beijo Enciclopédico, sempre longo, demorando deleitadas perpetuidades. Imaginem cada letra da Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira como um beijo… seguidamente contando as letras e verificando que estamos na casa dos muitos milhões facilmente se conclui da impossibilidade de tanto beijo entregar. Nem mesmo durante toda uma vida por muito que essa vida durasse. Porém, se a tarefa fosse realizável, rapidamente se transformaria o beijar num pesadelo tenebroso e interminável. Só que o beijo enciclopédico faz algo bem diferente. Habilmente transforma cada letra, palavra, parágrafo e página, volume após volume, numa imensa dimensão do nosso querer, do nosso sentir para, no final, tudo resumir num só beijo. Assim se chega ao beijo de uma vida, de rendição absoluta, perdição eterna, de atração fatal, raro de acontecer, mas supremo quando é descoberto.