Poemas de um Haragano: Livro XXI – Portaló – Rosa do Rio
XII
“ROSA DO RIO”
Um dia, numa noite, sem esperar,
Ai, a mais bela flor, eu encontrei...
Como uma rosa, digna só de um rei,
Era como veludo ao desfolhar
Sem, no entanto, preciso ser tocar...
Gotas de orvalho nela vislumbrei,
Com um brilho que descrever não sei
E que então me fizeram deslumbrar...
Mas rosa a flor não era propriamente,
Descia à beira rio sem ter raiz,
Doava a tudo luz de tão feliz
Procurando aventura na corrente...
Era uma flor livre, era um sentimento,
Flor radical, pintura de um momento...
Haragano, o Etéreo in Portaló
(Gil Saraiva)