Serve este local para tornar visível o pensamento do último dos vagabundos que conheço: EU!
Aqui ficarão registados pensamentos, crónicas, poemas, piadas, quadros, enfim, tudo o que a imaginação me permite
Serve este local para tornar visível o pensamento do último dos vagabundos que conheço: EU!
Aqui ficarão registados pensamentos, crónicas, poemas, piadas, quadros, enfim, tudo o que a imaginação me permite
Olá a todos aqueles que se habituaram a ter acesso aos meus blogs, que tenho dado a conhecer através do Facebook. Estou a falar, nomeadamente: 1) Do blog de poesia: estro (https://estro.blogs.sapo.pt), a completar, este mês, os primeiros 6 meses de poesia diária, onde tenho divulgado os meus livros de poesia; 2) Do blog cultural, social e político: plectro – Desabafos de um Vagabundo (https://plectro.blogs.sapo.pt), atualmente a dar a conhecer os 435 que fizeram parte do meu livro de ensaio social e jornalístico “O Colecionador de Beijos”; 3) Do blog de humor e cartoons: gilcartoon (https://gilcartoon.blogs.sapo.pt), onde, para além dos meus cartoons da Miga, a Formiga, tenho divulgado alguns cartoons do fabuloso cartoonista Henrique Monteiro, denominados henricartoon; 4) Do blog de crónicas políticas, sociais, desportivas e culturais: alegadamente (https://alegadamente.blogs.sapo.pt) onde publico diariamente as minhas crónicas, sob o título Carta à Berta, uma opinião sobre o mundo que me rodeia e que amanhã fará 6 meses de edição contínua.
Neste momento encontro-me em casa a recuperar de um tratamento que requereu hospitalização devido a umas pedras que, indevidamente, me apareceram na vesícula. Por causa do meu presente estado de saúde e enquanto não for operado, existirão muitos dias em que as publicações não sairão, nem serão publicadas nos respetivos dias em que o deveriam ser. Contudo, logo que possível, todos os blogs serão atualizados ao dia.
A todos o meu muito obrigado pelo apoio que, tão gentilmente, me têm dado e pela compreensão demonstrada ao longo destes últimos 26 dias. Sempre ao vosso dispor e com o maior dos carinhos, me despeço agradecido,
Quinta-Feira entrei em dieta zero. Mas ao contrário da Coca-Cola, quer na cola "Diet" quer na Zero, não tive direito nem a algo com sabor a formigas que nos introduz água, corada e fervilhando bolinhas de gás plenamente carbonizado, pela goela abaixo. Não! Dieta zero em hospital é abstenção de comida e bebida com direito, por vezes, a soro intravenoso, mas isso apenas se tivermos sorte. Tudo por causa da operação não intrusiva, acompanhada por uma anestesia geral e cirurgião, opacamente apelidada de CPRE, que tem por objetivo partir-me o calhau, aquele libertino fugido da vesícula, e introduzir um tubo com vista a alargar o tal canal (o biliar), com luz verde para avançar no dia seguinte.
Fui informado que, quando da minha chegada, já existiam outros internados à espera do mesmo procedimento uma vez que a máquina usada para a operação tinha estado avariada e que, só agora, a peça, vinda da China, tinha sido colocada corrigindo a deficiência. Como os outros já tinham marcação ficara decidido que eu entraria numa aberta entre as marcações ou no final das mesmas se houvesse tempo. Alguém simpático me referiu que estes tipos de intervenções demoravam entre uma a duas horas e que era normal fazerem-se mais de meia dúzia por dia.
Fiquei aliviado, respirei fundo mais descomprimido e até passei melhor o dia de estômago vazio. Afinal aquilo era uma operação de rotina e a taxa de mortalidade estava reduzida a uns meros… um por cento. Banal, rotineiro, customizado, palavras que me soaram a balada romântica aos meus ouvidos magoados com os berros da minha própria voz nos dias antecedentes. A ajudar à festa, um outro paciente alojado no mesmo espaço que eu, o Bonifácio, mantinha a "caserna" em alta com um sentido de humor malandro, alegre e superpositivo. Para ele qualquer elemento esteticamente interessante do género feminino era apelidado de paisagem. Bem escolhido. E o piso três do Egas Moniz tinha, nesta altura, algumas que desafiavam largamente as maravilhas que vemos no canal da "Nacional Geographic".
Chegou a Sexta-Feira e, bem no final do dia, fui informado, com muito carinho, que a vaga não surgira e que podia parar a dieta zero e jantar já que a minha operação fora transferida para a Segunda-Feira seguinte, pela manhã. A fome era tal que, depois de comer, achei que a comida do hospital era bem melhor do que a confecionada por um "Chef" premiado. Adormeci a soro e de barriga cheia a sonhar com paisagens…