Serve este local para tornar visível o pensamento do último dos vagabundos que conheço: EU!
Aqui ficarão registados pensamentos, crónicas, poemas, piadas, quadros, enfim, tudo o que a imaginação me permite
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106. Beijo Einsteiniano, em que a relatividade se explica pela fórmula E=mc², sendo E a Emoção, m o momento e c² a fusão dos dois corações envolvidos no ato, dito de outra maneira, E, que representa a Energia da Emoção do evento e é igual a m, que se traduz pela Massa, aqui representada pelo Momento, multiplicada por c², que nada mais é do que a velocidade da luz no vácuo, que se explica simplesmente pela intensidade de dois Corações elevados à sua potência na prática do beijo que integra a pureza e a verdade. Enfim uma Lei Universal, a Emoção sentida num simples beijo destes só pode ser universalmente traduzida quando o momento ganha oportunidade e se torna facto na fusão absoluta de dois seres que, por esta via, chegarão à felicidade.
105. Beijo Egípcio, dado de perfil, sob a tutela do rei dos deuses do Egito fundido com o deus do Sol, Ámon-Rá. Um beijar de olhos quase fechados, num rasgar que apenas nos deixa ver contornes, apelando aos outros sentidos, onde o olfato ganha força, o tato, dimensão e o paladar significado. Beijo entregue a 38 graus à sombra, num calor que vem de dentro, mas que nos refresca e bem dispõe, qual oásis, no meio da densa areia do nosso imenso, infindável e piramidal quotidiano. Um ato que se arquiva no sarcófago sagrado da memória, para sempre mumificado com fragrâncias de oxalá, suspiros de souvenir e contactos recriados em cada recordar. Beijo de abrigo onde ganhamos a energia necessária para prosseguir antes de continuarmos essa viagem única a que chamamos vida.
85. Beijo de Cristal pela pureza, vulcânico na intensidade, profundo pelo sentimento e feliz porque se afinal para sonhar basta apenas um, já para beijar são sempre necessários dois. Um beijo é sempre um ato delicado, que requer ternura, suavidade, e, tal como o cristal que nada mais é do que um vidro sem impurezas tratado com cuidados acrescidos, este beijo, pela maneira singela e doce como deve ser dado, para ser límpido e perfeito, ganha o nome ao cristal, absorve as suas propriedades mas ultrapassa a matéria inerte em emoção, calor, sensualidade, inocência, vibração, energia, vigor e significado. Um beijo de cristal é um beijo são, sentido, vindo do âmago de um e entregue no âmago do outro. Dá-se entre seres humanos e guarda-se na cristaleira da paixão.
74. Beijo à Chocho, também conhecido por beijoca sonora e alegre. Sim, porque importa não confundir este beijar substantivo com o usual significado do adjetivo que representa o que secou ou se encontra engelhado, sem miolo ou, ainda, o que não tem energia ou que não está fecundado. Energia não falta num chocho, é quase sempre um beijo de festa, popular, de romaria e de algazarra partilhado entre jovens ou entregue por estes a pessoas de quem gostam, mas que respeitam pela senioridade ou laços de família que partilham entre si, a pedido destes. Chocho, um beijo feliz que depressa se esquece porque exclusivo de momentos de euforia adolescente.