Miga e Carmen Miranda
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XV
"RASTO"
Olhar o céu
E ver nas estrelas
O florir da Primavera...
Sentir em cada uma
O perfume de uma flor!...
Tocar o infinito
Como quem toca uma quimera
Na essência vaporina
De um odor!...
Colher a mais perfeita,
Porém...
Da vista oculta,
Que não do meu sentir...
Que não do coração...
Sorrir só por sorrir!...
Em pétalas de amor
A desfolhar...
Entre meus dedos
Dar-lhe a forma
E um olhar...
Sentir a agitação do pólen
Me viciar o corpo,
Ir mais além...
Que ao infinito
Nunca foi ninguém!...
Regar,
Essa mais linda flor,
De vida,
De lágrimas de sémen
E saudade...
E ver nascer
Em folhas de prazer
Um novo amor,
Roubando assim à estrela
A liberdade!...
Ébrio de sonhos
Busco a flor oculta
Olhando o céu estrelado
E vasto...
Perdido de ilusão
Busco de novo...
Para encontrar apenas
O seu rasto...
Quem quiser ver
Florir a Primavera,
Nas estrelas
Do Universo imenso,
Tem que uma oculta flor
Ver brilhar
Sem que um qualquer outro
Possa vê-la!...
Pra poder ser minha
A oculta estrela
Tem de pensar o mesmo
Do que eu penso,
Tem de por mim sentir
Um amor tão vasto...
Que eu possa,
Por amor,
Seguir-lhe o rasto!...
Haragano, O Etéreo in Nos Caminhos da Flor
(Gil Saraiva)
VIII
"DOCE PECADO"
Com a aurora chega o Sol Nascente,
Sobe no céu, com rumo já traçado,
Vem dando vida ao mundo iluminado
P’ra se esconder depois lá pra Poente...
E parece cumprir, de forma crente,
Uma homenagem viva, devotado
A quem tem no olhar brilho encantado
E vive e mora mais a Ocidente...
Parece o Sol seguir-te ó estrela bela,
Tu que a Oeste moras, qual princesa,
De origem e de raça a beleza
Por quem o Astro Rei amor revela...
Pudesse eu ser o Sol apaixonado
P’ra cometer em ti doce pecado!...
Haragano, O Etéreo in Terra de Vénus
(Gil Saraiva)
VII
"ALÉM DA MORTE..."
Eu amo-te, Ah!... Como eu te amo vida,
Luz, alma gémea, em mim redescoberta,
Tu és o rosto azul, na sala aberta,
Ao Sol que da janela, de fugida,
Te torna mundo, terra agradecida,
Por seres nascente, fonte, na deserta
Planície de mim, por ti desperta,
Qual Primavera solta, ao ar florida!...
Eu te amo, meu amor, flor encantada,
Perfume que o meu ser à força quer,
Deusa que Deus, um dia, fez mulher,
Para tornar minha alma apaixonada!
Tu és a minha estrela, a minha sorte,
E neste verso, minha... além da Morte!
Haragano, o Etéreo in Portaló
(Gil Saraiva)
"QUEM..."
Ah! Quem nos olhos trás a Primavera...?
Quem no sorriso tem a branca neve...?
Quem dança como pena, ao vento, leve...?
Quem pode ser humana e ser tão fera...?
Quem faz parar o mundo quando espera...?
A quem a poesia tudo deve...?
Por quem se torna a vida uma hora breve...?
Pra quem nasceu tão meiga esta quimera...?
E quem tem a frescura de uma brisa?
Quem tem traços mais brandos que aguarela?
Quem faz ferver as águas do Tamisa?
É quem o alto Olimpo inveja ao vê-la...
Não se compara a Héstia ou Artemisa...
És tu... que brilhas mais do que uma estrela!
Haragano, O Etéreo in Livro de Um Amor
(Gil Saraiva)
"DOCE PECADO"
Com a aurora chega o Sol Nascente,
Sobe no céu, com rumo já traçado,
Vem dando vida ao mundo iluminado
Pra se esconder depois lá pra Poente...
E parece cumprir, de forma crente,
Uma homenagem viva, devotado
A quem tem no olhar brilho encantado
E vive e mora mais a Ocidente...
Parece o Sol seguir-te ó estrela bela,
Tu que a Oeste moras, qual princesa,
De origem e de raça a beleza
Por quem o Astro Rei amor revela...
Pudesse eu ser o Sol apaixonado
Pra cometer em ti doce pecado!...
Haragano, O Etéreo in Livro de Um Amor
(Gil Saraiva)
"ESTRELA"
Na noite hiper-estrelada procurei
Sob o brilho do Verão, à Lua Cheia,
A estrela mais brilhante da cadeia...
Mas desse cintilar todo encontrei
Apenas uns reflexos, mera grei,
Coisas pequenas como a Cassiopeia,
Sem alma, sem chama ou epopeia...
Na noite hiper-estrelada eu tentei
Achar o diamante mais perfeito,
Um tal que me aplacasse a agonia
Da saudade inflamada no meu peito...
Na noite hiper-estrelada fez-se dia,
Ao encontrar a Estrela, amor, enfim,
Brilhando nos teus olhos para mim!...
Haragano, O Etéreo in Livro de Um Amor
(Gil Saraiva)
"ESTRELA"
Na noite hiper-estrelada procurei
Sob o brilho do Verão, à Lua Cheia,
A estrela mais brilhante da cadeia...
Mas desse cintilar todo encontrei
Apenas uns reflexos, mera grei,
Coisas pequenas como a Cassiopeia,
Sem alma, sem chama ou epopeia...
Na noite hiper-estrelada eu tentei
Achar o diamante mais perfeito,
Um tal que me aplacasse a agonia
Da saudade inflamada no meu peito...
Na noite hiper-estrelada fez-se dia,
Ao encontrar a Estrela, amor, enfim,
Brilhando nos teus olhos para mim!...
Haragano, O Etéreo in Noites Perdidas
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