Serve este local para tornar visível o pensamento do último dos vagabundos que conheço: EU!
Aqui ficarão registados pensamentos, crónicas, poemas, piadas, quadros, enfim, tudo o que a imaginação me permite
Serve este local para tornar visível o pensamento do último dos vagabundos que conheço: EU!
Aqui ficarão registados pensamentos, crónicas, poemas, piadas, quadros, enfim, tudo o que a imaginação me permite
A flor do jardim olhou para mim... Eu, um Vagabundo Dos Limbos, Da net; Senhor da Bruma, da noite; Haragano, O Etéreo... Lenda urbana de quem nunca Ninguém ouviu falar...
Passava perto, a caminho da vida, E a flor do jardim olhou para mim...
As pétalas penteadas pela brisa, O tronco hirto e firme pela certeza, As folhas como braços abertos Em minha direcção...
"- É contigo que eu quero partilhar A minha essência... Aqui, numa cama de pétalas, Sob um céu de luar...
Vem! Terás contigo o perfume da noite, O sorriso das estrelas, A plácida tranquilidade da Serra Perante a eterna vigília da Lua...
Vem! Ocupa o meu jardim, sê meu Senhor, O Senhor da Serra da Lua, Dono do meu amar, do meu amor..."
Olhei a flor do jardim... Ainda suspirava na ansia da resposta...
Olhei a flor, ali, ao sol exposta, Branca e pura como a pura neve, Silvestre e livre como a liberdade, Doce e bela como a natureza...
Sorri... Oh como eu sorri... Sorri de orgulho daquele olhar florido Em mim poisado, De vaidade infinita por me sentir O desejo profundo de uma flor E respondi:
"- Flor, eu sou um Vagabundo Dos Limbos, Da net; Senhor da Bruma, da noite; Haragano, O Etéreo, Lenda urbana de quem nunca Ninguém ouviu falar, Buscava perdido o caminho da vida, Em confusão, e... afinal... Tudo é tão mais simples...
Serei teu e serás minha Se o orvalho da madrugada Eu poder ser em tua sede, Alimentando-te a raiz e o existir...
Serei, enfim, o solo onde te firmas, Servo da terra onde és jardim...
Não te quero eu perder, Dá-me o teu etéreo existir Na eternidade, Transmuta-me na Serra da Lua...
Que a minha voz seja agora A do vento que sopra de Ocidente, A saliva o mar Que desagua no meu corpo E meus passos as pégadas do futuro Que um qualquer dinossauro Marcou na eterna rocha..."