Serve este local para tornar visível o pensamento do último dos vagabundos que conheço: EU!
Aqui ficarão registados pensamentos, crónicas, poemas, piadas, quadros, enfim, tudo o que a imaginação me permite
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118. Beijo Especialista, refinado, emotivo, afável, amigo, sincero, agradável, simpático, suave, simples, sorridente, alegre, vivo, empenhado, descontraído, cortês, doce, querido, especial, companheiro, desperto, morno, delicioso, carinhoso, participado, bem-disposto, comunicativo, substancial e aliciante. Ou seja, um beijo desejado, quente, húmido, emocionante, sentimental, vibrante, sedutor, sensual, arrebatador, sexual e inesquecível. Porém, hoje ou no futuro, seja onde for, independentemente do clima, do meio, das circunstâncias, da hora, do local e das inúmeras facetas que ele possua ou possa conter no cerne do seu existir, um beijo especialista para o ser é, e será para a eternidade, pessoal, intransmissível e único.
82. Beijo de Conto de Fadas, de fábula ou rábula, de história de reis e de rainhas, beijo de qualidades encantadas, de fazer corar vizinhas, de despertar quem dorme como que "para ver a banda passar cantando coisas de amor" como diz o trovador Chico Buarque. Um beijo para a eternidade, pois que se instala na memória para ser contado repetidamente aos serões, de olho de lágrima que ri, até aos confins da idade. Ele é o ato de uma vida, aquele que nos faz sonhar desesperadamente na ânsia de um possível "encore" que nunca chega, mas sempre se adivinha.
78. Beijo Clitoriano, cantado e aclamado por poetas e musas ou com a descrição tímida ou da meramente figurativa, lembro Paulo Gonzo em Jardins Proibidos "… nesses recantos, onde tu andas sozinha sem mim, ardo em ciúme desse jardim, onde só vai quem tu quiseres, onde és Senhora de um tempo sem fim…". Ou chegando até à descrição sensual, erótica e lasciva de um Harold Robbins nos seus romances escritos no último quartel do século passado. Beijo clitoriano… lábios com lábios… depois de uma suave descida pelo ventre até se desaparecer entre coxas, enquanto a língua procura ávida humores de prazer em cada caricia, numa busca insana de murmúrios perdidos na eternidade que transformam um só momento numa razão de existir.
Quando na Praia Grande Um jovem passa, Num surfar que abraça, Sem que abrande, A praia, o mar, O horizonte...
Quando a prancha é ponte, E de fugida, Entre espuma é hino, Pelas vagas da vida, Sem destino...
Quando na curva navega Sobre as ondas, Livre de entrega, Sem fios, sondas, Rumo ao céu divino...
Quando ao mar arranca Pelas águas, Um rufar, qual tambor Em desatino...
Quando, ao Sol que desce, A prancha desliza intemporal, Enquanto o perigo cresce, De forma injusta E desigual:
Eu... vejo no surfista A despedida: Na forma de uma vaga... Em agitar fatal... Me recordando, Um momento de partida Em que a espuma É teu rosto Em lágrimas de sal!...
Não! Não posso mais sentir Tamanha dor...
Meu corpo quero fundir Com teu amor, E, mais que a saudade Que em meu ser hoje treme, Eu quero a força Da vaga que geme, O azul marinho Da longevidade, Eu quero, amor, Contigo a eternidade!!!