Desabafos de um Vagabundo: Férias
(Os Desabafos de um Vagabundo Regressam em Setembro)
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(Os Desabafos de um Vagabundo Regressam em Setembro)
(Brasil - Pipa – I – A Rocha da Pipa - Foto de autor, direitos reservados)
Registos da Memória
I
Brasil – Pipa
A Rocha da Pipa
Tendo, dois anos antes, visitado Pipa de passagem, regressei ao Nordeste do Brasil e, desta vez, focado em Pipa. Trata-se de um destino turístico de classe média, ou média-baixa, em que a imaginação e alma fazem mais pela terra, do que o progresso e a tecnologia. Todo o meio urbano lembra uma favela reciclada e vestida com roupagens de vila antiga, dedicada à praia e ao turismo. Os investimentos fracassados ombreiam, lado a lado, com os que, por sorte ou solidez de investimento vingaram e prosperam.
Cedo descobri de onde vinha o nome da estância balnear. Porém, metade dos residentes não sabe o porquê, o que para um lusitano parece estranho. Ora, na baia onde Pipa recebe o Atlântico há uma pequena rocha cilíndrica, com mais de quinhentos anos de história, mesmo na ponta do cabo. É essa rocha (dizem-me que já foi maior e mais circular) que dá o nome à estância. Pipa chama-se Pipa, porque, por altura dos descobrimentos, à chegada à pequena baía, os marinheiros portugueses acharam que a rocha se assemelhava a uma pipa. Encontrado o nome de forma tão natural, não houve capitão ou comandante com coragem para escolher outro (normalmente com nome de santo católico ou, pelo menos, de índole religiosa).
Gaviões, águias e urubus, guardam, segundo reza a lenda, a afamada pipa (conforme pude inclusivamente fotografar), porque, algures ali perto, se esconde, há centenas de anos, um tesouro imenso, fruto dos primeiros saques feitos na região. Teve de ser escondido pois o mar revolto não deixou as embarcações saírem da baía e zarparem oceano adentro depois dos roubos. A fortuna enterrada teria sido coberta por uma carapaça de uma tartaruga gigante que servira de alimento aos oficiais encarregues da missão.
Diz ainda a lenda que o espírito da tartaruga fez com que os humanos se esquecessem do local exato do tesouro, como castigo pelo saque e pela morte da centenária tartaruga. Segundo os velhos anciãos, enquanto a carapaça cobrir o tesouro, ele jamais será encontrado…
Gil Saraiva
Não podia deixar a Páscoa em branco sem dizer nada. Não sou grande coisa como cristão. Não pratico simplesmente, tenho dúvidas sobre quase tudo, a minha fé não é igual à dos Católicos e nem sei se há uma religião onde ela se enquadre. Mas respeito os outros e como tal espero ser igualmente respeitado pelas minhas crenças e opiniões.
Considero que a Páscoa tem tradições muito fortes junto do povo português. Gostamos das cerimónias, dos rituais e muitos até da fé que sentem mais apurada nesta altura.
Espero que a paz esteja com todos. sem depressão, crises, e falta de pão na mesa.
No fundo acho que é realmente importante ter Fé!
Gil Saraiva
"SÃO..."
São as chagas de Cristo em cada palma,
Flagelos mais de mil, aqui... além...
São lágrimas de fogo em noite calma,
Soluços que o seu peito não contém...
São farrapos dispersos da sua alma,
Recordações, saudades, sei lá bem!...
São como as roxas malhas de uma talma
Que parece sofrer com minha mãe...
São sombras de mistério... vago fumo...
Folhas seguindo o vento num Outono!...
As folhas de quem vai seguindo o rumo
Rolando pelo chão... Terminal sono!...
São chagas as quimeras... sombra louca,
Se a dor que choram rir naquela boca...
Haragano, O Etéreo in Folhas de Outono, Flores de Primavera
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