Beijo à Francesa
148. Beijo à Francesa, de língua na língua, de lábios fundidos no fogo ardente das emoções vibrantes e ansiosas na procura febril do prazer dos corpos enquanto alimento último dos seres que a ele se entregam devotos e crentes. Também apelidado de beijo frenético. pela forma como altera até os comportamentos mais calmos, ou de linguado por terras lusas. Incrivelmente não fala francês, apenas talvez porque não fala, mas murmura, emite gemidos húmidos vindos de lugares que não se encontram na geografia do mundo, mas apenas na anatomia dos corpos. Beijo à francesa, diferindo apenas do beijo de língua no que à demora e intensidade diz respeito, completo de sabores e odores, apelidado pelas paisagens brasileiras de beijo de vai e vem, pelo continuo movimento das línguas presas à vez, requintado na degustação mutua dos seres, perdido nas alcovas, nas sombras, nos recantos onde se abrigam atentos os ecos da paixão.