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Desabafos de um Vagabundo

Serve este local para tornar visível o pensamento do último dos vagabundos que conheço: EU! Aqui ficarão registados pensamentos, crónicas, poemas, piadas, quadros, enfim, tudo o que a imaginação me permite

Serve este local para tornar visível o pensamento do último dos vagabundos que conheço: EU! Aqui ficarão registados pensamentos, crónicas, poemas, piadas, quadros, enfim, tudo o que a imaginação me permite

Gil Bin Laden de Carnaval

     PROCURA-SE PERIGOSO DEFENSOR DOS DIREITOS DO HOMEM

Gil bin laden.jpg

                          Diálogos do Carvalho

- De que homem?

- De todos os homens!

- E os direitos das mulheres?

- Também. Sem elas não serve de muito ser homem.

- Isso é machismo.

- Pode até ser, mas é mentira?

- E os direitos dos animais?

- Acho que os animais têm todo o direito a serem ouvidos.

- E os direitos dos criminosos, dos fascistas, dos pedófilos, dos torturadores, dos bombistas...?

- Homens ou mulheres?

- Ambos!

- Bem, esses também têm o direito a morrer bem devagarinho até ficaram em paz.

 

Gil Saraiva

 

Beijo Desportivo

094 - desportivo.jpg

95. Beijo Desportivo, significando que tem de haver uma troca. Devendo ser partilhado entre risos, gargalhadas, e porque não durante uma bebida enquanto se assiste a um jogo da Liga dos Campeões, uma Copa do Mundo, ou uma simples troca de bola na rua, com muito palavreado pelo meio. É um beijo que carece de assistência, entregue com todo o carinho possível, completamente sincero e com um significado inabalavelmente puro no que concerne à raiz das intenções. Um beijo que festeja sempre a alegria, com desportivismo, mas principalmente pela vitória. Dado num dia onde o que desperta em Lisboa acorda em Madrid, o que se passa em S. Paulo desagua em Lisboa, o que acontece no mundo corre no cerne de nós mesmos, sem complicações, com verdade, perto das gentes, entre a multidão. Beijo desportivo, saudável, aplaudido, um eco da dama no âmago de um homem feito atleta.

Poemas de um Haragano: Nos Caminhos da Flor – O Fio…

 

     XI

 

"O FIO..."

 

Que o meu grito aos astros

Se oiça nos confins do firmamento...

 

E que o seu eco se espalhe

Pelo infinito mundo das mensagens...

 

Que eu seja entendido

Ao menos uma vez...

 

Minhas palavras

São lágrimas de limbos

Que para se entenderem

Têm de ser sentidas

Por quem, como eu,

Chora o deserto para que nele

Uma flor possa nascer...

 

Se eu choro lágrimas de vagabundo

É porque estou condenado

A procurar um fim prá solidão...

 

Porque a solidão

Tem saída neste labirinto...

Mas quantos encontram

O caminho certo?

 

Quantos conhecem

O homem solitário,

Este ser que existe nas memórias

De quem com ele,

Um dia,

Foi feliz...

 

Vem amor, vem,

Juntos descobriremos o fio

Que nos conduz

À luz dos sentimentos,

Ao fim da sentença eterna

De vaguearmos perdidos pelos limbos...

 

Vem amor, vem,

Que o fio da vida

Pode a qualquer hora terminar...

 

Haragano, O Etéreo in Nos Caminhos da Flor

(Gil Saraiva)

Poemas de um Haragano: Terra de Vénus – Sentir Camoniano

 

                 VII

 

"SENTIR CAMONIANO"

 

Amor é eterno nada e universo;

É ilusão que muito e pouco dura;

É muita fome ter quando há fartura;

É viver o contrário do inverso;

 

É um calado estar quando converso;

É doença que não procura a cura;

É seta que não faz qualquer rotura;

É submarino coração emerso;

 

É vela acesa que apagada existe;

É o sonho do homem acordado;

É a felicidade de estar triste...

 

Mas como podes ter tu sublimado

Este sentir, Camões, que descobriste

P’rá ‘inda ser presente o Amor passado?...

 

 

Haragano, O Etéreo in Terra de Vénus

(Gil Saraiva)

O Próximo Homem 26/01

O Próximo Homem

"O PRÓXIMO HOMEM"

Há sempre um Próximo Homem
Para onde quer que seja...

Do: Soldado ao comandante,
Marinheiro ao almirante,
Varredor ao vereador,
Segurança ao director,

Há sempre...

Desde o sacristão ao Papa,
Do lixeiro ao presidente,
Em qualquer ponto
De um mapa,
Do ausente ao residente,

Há sempre...
Um Próximo Homem
Para onde quer que seja:

Porque o mundo continua
E nada pode parar,
Desde o tráfego da rua,
Às rotas do céu e mar...
Tudo tem alternativa,
Pra tudo ter solução,
Pois em qualquer narrativa,
Desde a Bíblia ao Corão,

Há sempre um Próximo Homem
Para onde quer que seja...

Mas nestas democracias,
Desde Mundo Ocidental,
Por entre burocracias
E fundos do capital,
Pesa o voto de quem vota,
Não sem a legal batota
Da promessa original

Porque:
Há sempre, um Próximo Homem
Para onde quer que seja...

Seja homem ou mulher
Será o que convier...
Mas sempre haverá um próximo,
Um alguém, um outro ser,
Que virá depois do outro e do outro que vier...

Se eu for o Próximo Homem
De um outro que hoje saiu,
Haverá um outro então,
Que ainda não se previu,
Que depois de mim virá
E não sei o que fará, porque:

Há sempre... um Próximo Homem
Para onde quer que seja...

E havendo... que viva o Próximo Homem ...
Porque o outro já não está...
O dilema surgirá só quando
O Próximo Homem
Não tiver um outro alguém
Pró Próximo ser também...

Haragano, O Etéreo in O Próximo Homem

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