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Desabafos de um Vagabundo

Serve este local para tornar visível o pensamento do último dos vagabundos que conheço: EU! Aqui ficarão registados pensamentos, crónicas, poemas, piadas, quadros, enfim, tudo o que a imaginação me permite

Serve este local para tornar visível o pensamento do último dos vagabundos que conheço: EU! Aqui ficarão registados pensamentos, crónicas, poemas, piadas, quadros, enfim, tudo o que a imaginação me permite

Registos da Memória - X - Cabo Verde, Ilha do Sal, Cidade de Santa Maria - Mulheres

Sal RM 10.JPG

(Cabo Verde, Ilha do Sal, Cidade de Santa Maria – Mulheres - X - Foto de autor, direitos reservados)

Registos da Memória

X

Mulheres de Santa Maria

 

Na azafama de mais um dia em Cabo Verde, a ida ao mercado de ar livre na cidade de Santa Maria, ali, na Ilha do Sal, faz parte dos hábitos de todos os dias. Depois é preciso levar as compras para casa antes de tratar do almoço. Hospitaleiros, afáveis e de uma simpatia contagiosa, os habitantes, homens e mulheres, gostam da interação com quem os visita.

Uns 15 minutos depois desta fotografia estive à conversa com estas cinco ilustres representantes do sexo feminino. Foi uma conversa de quase um quarto de hora e não mais porque as damas estavam com alguma urgência em regressar a casa. Da esquerda para a direita conversei com Melissa e Kiara (presa pelo pano vivo de azul às costas da mãe), e também com Eliane, Luana (ainda na barriga da mãe e a quem desejei um feliz nascimento) e Mayara, a pequenina que completava o grupo.

Fui inclusivamente convidado para o almoço, que declinei, por já ter marcado refeição num dos restaurantes da artéria principal da cidade. A simpatia chegou ao ponto de me informarem que o local que eu havia escolhido não era grande coisa e era caro, sendo mais um sítio para explorar turistas burros. Agradeci os elogios e elas riram todas com gosto. Depois deram-me os nomes das casas onde poderia comer bem, por menos de metade do preço, e seguiram na sua rotina habitual.

Como diria Cesária Évora: Saudades…

Gil Saraiva

 

 

 

Registos da Memória IX - Cabo Verde, Ilha do Sal, Cidade de Santa Maria - O "PIRATA"

Ilha do Sal  - Pirata.JPG

(Cabo Verde, Ilha do Sal, Cidade de Santa Maria, O "PIRATA" - IX - Foto de autor, direitos reservados)

Registros da Memória

IX

O “PIRATA”

 

A casa relembra tempos idos de aventura, viagens e ilustres malfeitores, romanceados na literatura em textos de empenho, valor, coragem e glória. Posso dizer que se trata de uma danceteria, uma discoteca, um poiso para se beber uns copos e abanar o capacete depois do cair da noite que tudo isso é verdade. A decoração deste espaço em Cabo Verde, Ilha do Sal, cidade de Santa Maria, denominada “PIRATA” não se fica apenas pela fachada do edifício.

Com efeito a decoração do interior e as vestes dos anfitriões, bem como de todo o “staff”, tenta, ao pormenor, recriar um passado romântico e aventureiro, de época, ao turista acidental que ali chegue na procura de diversão, dança, música, uns copos, enfim, de uma noite bem passada. As moças bonitas e tisnadas naturalmente pela sua origem crioula, tentam, com   um sorriso cristalino, do tamanho do mundo, trajadas a rigor, levar os visitantes ao consumo, enquanto uns jovens piratas de porte atlético, bronzeado e cativante, fazem o mesmo papel com as damas que ingressam no espaço em busca de dança e alegria.

Gil Saraiva

 

 

 

Registos da Memória VIII - Cabo Verde, Ilha do Sal, Praia de Santa Maria - Num Bar da Praia

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(Cabo Verde, Ilha do Sal, Gil num Bar na praia de Santa Maria - VIII - Foto de autor, direitos reservados)

Registros da Memória

VIII

Num Bar de Praia em Santa Maria

 

A testa a querer franzir denota a ligeira preocupação de que a fotografia me roube, por pouco que seja, a maravilhosa sensação de estar acompanhado pela felicidade. Um trago de cerveja, o corpo quente, a mente entregue à paisagem, sem outras preocupações que não a do receio daquela máquina fotográfica, num tripé sem sentimentos ou emoções dignas de registo. Não me parece aceitável que ela queira partilhar comigo aquela liberdade simples de me sentir feliz e sem problemas. Paranoia, acabo por pensar, num clique, ela deixa de estar ali, assim presente. Apesar de tudo, quem tem a cerveja sou eu.

Gil Saraiva

 

 

 

Registos da Memória VII - Cabo Verde, Ilha do Sal - O Areal de Santa Maria

O Areal de Santa Maria.JPG

(Cabo Verde, Ilha do Sal, O Areal de Santa Maria - VII - Foto de autor, direitos reservados)

Registros da Memória

VII

O Areal de Santa Maria

 

Mais do que a memória que fica de uns dias passados num qualquer paraíso, a areia clara e quente da Praia de Santa Maria, na Ilha do Sal, em Cabo Verde, com a linha de palmeiras e casario baixo a delimitar o acesso ao interior, transmite paz, plenitude, harmonia e beleza. Na serenidade dos colmos que nos oferecem uma parca sombra, tudo parece disposto na perfeição. As marcas na areia registam pegadas de passeios serenos, múltiplos, infindos.

As cadeiras prontas para receber os corpos ávidos de Sol parecem gotas de água a lembrar-nos que, nas nossas costas, se encontra um Atlântico de um azul sem fim, com recortes de anil até tonalidades de cristal ou mar profundo. Tudo aqui se conjuga na procura singular de nos relaxar o corpo e afagar a mente.

Gil Saraiva

 

 

 

Registos da Memória VI - Cabo Verde, Ilha do Sal - O Velho Calçadão de Santa Maria

Ilha do Sal Calçadão de  Santa Maria.JPG

Registros da Memória

VI

O Velho Calçadão de Santa Maria

 

Acompanhando os seus primeiros resorts turísticos, junto à cidade de Santa Maria, na Ilha do Sal, em Cabo Verde, o velho calçadão é local de passeio, de luz, de Sol, de praia, de oceano que se estende até ao infinito, de palmeiras que resistem ao tempo em que a água potável se torna recurso escasso e valioso. Aqui e ali, artistas locais vendem óleos deste céu e deste mar, por entre as vestes garridas das gentes e do casario baixo, também ele pintado de cores vivas como a gente que as habita.

O velho calçadão pode não ter a imponência moderna do novo, mas não lhe fica atrás na beleza do circuito. Inspira facilmente poetas e escritores, no seu desenrolar calmo até à urbe, indicando aos turistas onde passear, comer, beber ou escutar a morna que sempre toca em algum lugar. De um dos lados os candeeiros de rua fazem fila, prontos a iluminar nas noites os veraneantes que desejem sentir a brisa tépida da beira-mar. São como que os guardiões do velho caminho gasto pelos passos de quem por ali se cruza apressado, meditativo ou em passeio. Há locais assim, no mundo inteiro, locais onde de dia e noite passeia a paz.

Gil Saraiva

 

 

 

Registos da Memória V - Cabo Verde, Ilha do Sal, Santa Maria - Beira Mar em Odjo d'Água

Cabo Verde Sal Praia Odjo d'Água.JPG

(Cabo Verde, Ilha do Sal, Beira Mar em Odjo d'Água - VI - Foto de autor, direitos reservados)

Registros da Memória

V

Beira Mar em Odjo d’Água

 

De dia, vista de um dos patamares do Resort Hoteleiro de Odjo d’Água, a praia esconde a mística que se vislumbra em noites de Lua Nova. Aliás, o pequeno cabo em arco, relembra mais um recanto do paraíso do que qualquer coisa que nos reporte aos mistérios ancestrais destas ilhas africanas de Cabo Verde, das quais Santa Maria é apenas mais um delicioso exemplo. Até os telhados ornados em tons lilases das buganvílias nos parecem transportar para um recanto do paraíso, dedicado à adoração dos deuses do Sol e do Oceano.

Na verdade, o pequeno Resort Hoteleiro de Odjo d’Água, nascido das ruínas ancestrais do velho Farol de Vera Cruz, pelas mãos de um empresário autóctone, de seu nome Patone Lobo, tem por missão transpirar, para quem o visita ou nele se aloja, o esplendor da cultura africana e cabo-verdiana, com temáticas alusivas em cada quarto, no bar, no restaurante, nas esplanadas e até mesmo junto à praia. Feito em socalcos sobre o promontório, a fonte que dá origem ao nome de Olho de Água, tem uma singela dama de branco na frente de um enorme pote de barro, de onde brota infinita uma cristalina água sempre corrente.

Gil Saraiva

 

 

 

 

Registos da Memória IV - Cabo Verde, Ilha do Sal, Santa Maria - Noite de Lua Nova em Odjo d'Água

Lua Nova Cabo Verde.JPG

(Cabo Verde, Ilha do Sal, Santa Maria, Noite de Lua Nova em Odjo d'Água - IV - Foto de autor, direitos reservados)

Registos da Memória

IV

Noite de Lua Nova em Odjo d'Água

 

Por entre a escuridão serrada, de uma noite de Lua Nova, apenas a ação do ser humano se destaca na paisagem. O breu preenche a noite nas sombras da sua escuridão. A prata da areia ganha os tons da antracite, a vegetação do pequeno promontório toma forma de seres, que parecem chegados de um além à unidade hoteleira, à beira mar, em Odjo d’Água, para pernoitar. Sem a luz da Lua, no espaço celeste, as estrelas escondem-se, timidamente, quiçá a recear a chegada de espíritos ancestrais vindos das trevas, cujas intenções todos ignoram.

Ali, somente o pequeno espaço hoteleiro se faz notar, desafiando o breu do curto cabo, por luzes que custam a rasgar a noite em Santa Maria, na Ilha do Sal, ali, juntinho à Praia de Odjo d’Água. No ar escutam-se os sons de uma morna original, vinda do hotel. Os batuques ritmados parecem convocar os seres da noite, naquela quase perfeita tela, pintada a óleo de um negro soprado pelos ventos quentes do Sahara de África, para lá do oceano. Está calor e a brisa cola-se aos corpos, de quem passa sem ser visto, deixando rastos de fragrâncias de um suor salgado de travo adocicado. Contudo, sem qualquer explicação aparente, não é o terror que se instala nas almas dos oclusivos seres ali presentes, mas uma paz insular de uma África milenar que, sem razão alguma, nos relaxa o cérebro e nos liberta os chacras do âmago de nós mesmos, por alguns momentos que sabem a eternidade, quase mágicos, impossíveis e tão transcendentais.

Gil Saraiva

 

 

 

Registos da Memória III - Cabo Verde, Ilha do Sal, Praia de Santa Maria - Manhã de Azul e Pérola

Cabo Verde Sal Praia  Santa Maria.JPG

(Cabo Verde, Ilha do Sal, Praia de Santa Maria - III - Foto de autor, direitos reservados)

Registos da Memória III

Manhã de Azul e Pérola

 

Poder ver um mar com cinco tons de azul bem junto à pálida areia de uma praia, languidamente banhada por um Atlântico, rendido à ilha que o acolhe com a ternura de uma criança pelo dormir da sesta, é saber que existe pureza e milagre em cada grão de areia, em cada gota salgada tingida de anil, bordada de espuma à beira mar.

 

A brisa é fraca na areia e apenas nos dá movimento ao cabelo para nos refrescar a pele tisnada de um Sol de 32 graus, na sombra dos coqueiros. Porém, chegada ao mar, sopra um pouco mais, fazendo agitar as velas das pranchas e ondular de embalo os veleiros mais ao fundo. A água é tépida, cristalina e deixa antever, pelo desfile dos peixes que nos cumprimentam os dedos dos pés, que a pesca será boa naquela manhã de azul e pérola.

Gil Saraiva

 

 

 

Registos da Memória II - Cabo Verde, Ilha do Sal, Praia de Santa Maria - A Noite Purpura

DSCF3193.JPG(Cabo Verde, Ilha do Sal, Praia de Santa Maria - II - Junto ao Moinho - Foto de autor, direitos reservados)

Registos da Memória II

A Noite Purpura

 

"A Noite Purpura" foi outra das singularidades que encontrei na Praia de Santa Maria, nunca tinha visto uma noite assim. Parecia saída de um filme de suspense, pronta para nos apresentar um ato fantasmagórico ou uma sequência de um filme de terror. A fotografia foi tirada sem efeitos de exposição, sem filtros, diretamente de uma Nikon de baixa gama. Por vezes a realidade tem destas coisas e poupa-nos os efeitos especiais.  Quanto aos fantasmas se os havia, mantiveram o silêncio à minha passagem. Eu agradeci.

Nos "Registos da Memória", da minha memória, ficam gravados estes momentos em imagem, para que não mais os possa esquecer. São situações únicas que se vivem uma vez e que jamais se repetem.

Gil Saraiva

 

 

 

Registos da Memória - I - Pôr-do-sol Platinado

Cabo Verde.JPG

(Cabo Verde, Ilha do Sal, Praia de Santa Maria - I - Foto de autor, direitos reservados)

Registos da Memória I

O Pôr-do-sol Platinado

 

Um pôr-do-sol prateado que me ficou gravado na alma numa das minhas passagens por Cabo-verde. Na realidade, nesse dia, na fantástica Ilha do Sal, ali, na Praia de Santa Maria, o Sol baixou em tons de prata platinada, bem diferente do ouro de outros dias. Veio dizer que existia, nas margens de um Atlântico fascinante.

"Uma imagem para os poetas..." é o que me lembro de ter pensado no momento de tirar a fotografia para os meus Registos da Memória. Durante todos os outros 13 dias ali passados nunca mais o Sol se pôs de prateado. A exceção e a singularidade fizeram a singela e única beleza do momento.

Gil Saraiva

 

 

 

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