Beijo Conspirador
81. Beijo Conspirador, entregue na penumbra ou nas sombras da noite onde a luz parece temer chegar, talvez até porque a trama no escuro adensa o perigo, aviva os sentidos, desperta a imaginação, aguça cheiros e odores e gera uma intimidade envolvente que se acerca dos protagonistas como se de uma bruma se tratasse. Um limbo em que o espaço não tem dimensão e o tempo não tem relógio. Onde o instante dura uma eternidade e onde a eternidade parece gastar-se instantaneamente pela avidez da situação. Tudo porque um beijo conspirador é, por mérito próprio, o beijo digno dos amantes, no sentido mais romântico do luxurioso termo. Ele nasce do perigo, vive da excitação e realiza-se no existir.