Serve este local para tornar visível o pensamento do último dos vagabundos que conheço: EU!
Aqui ficarão registados pensamentos, crónicas, poemas, piadas, quadros, enfim, tudo o que a imaginação me permite
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6. Beijo Afinfado ou beijo de ação, aquele que se dá com genuinidade sã, porque se quer dar, com a determinação esclarecida e sentida de quem, tal como acontece desde tempos imemoriais entre os humanos, pretende deixar vincada a saudade sentida, a alegria de um reencontro, o prazer da companhia gerada pelo destinatário ou destinatária, ou seja, um beijo puro, bonito, alegre, mesmo feliz, que quase roça os que se dão nos contos de fadas mas que, ao mesmo tempo, não deixa de ser absolutamente real, determinado, desejado e pleno.
"SEM..." . . Para ser um mito De alguém Eu teria de existir Antes de ser, De ter vivido Antes de existir, De ser sonhado Antes de conhecido ser... . Porém, Por tudo isso... Não passo de simples rumor Nas gargantas De quem nunca me imaginou... . Sou um Vagabundo Dos Limbos, Sou Haragano, O Etéreo, Condenado a não sentir O cheiro da rosa... . Sem que uma pétala Deslize entre meus dedos, Qual torrente de um rio Com margem certa... . Sem que um espinho Me prove que o sangue Ainda corre em minhas veias... . Sem que a beleza de uma flor Me cegue de amor, Qual rosa do rio Que murmura segredos de infinito Em meus ouvidos... . Sou um Vagabundo Dos Limbos, Haragano, O Etéreo, Prisioneiro do aroma suave De uma simples flor, Mas longe de ganhar raízes Nas profundezas intimas Desse botão aberto ainda Sem destino... . Nos caminhos da flor, Qual seiva Que alimenta a planta, Eu continuo Sem rumo Meu caminho para a extinção... . . Haragano, O Etéreo in Nos Caminhos da Flor
"RASTO" . . Olhar o céu E ver nas estrelas O florir da Primavera... . Sentir em cada uma O perfume de uma flor!... . Tocar o infinito Como quem toca uma quimera Na essência vaporina De um odor!... . Colher a mais perfeita, Porém... Da vista oculta, Que não do meu sentir... Que não do coração... . Sorrir só por sorrir!... . Em pétalas de amor A desfolhar... Entre meus dedos Dar-lhe a forma E um olhar... . Sentir a agitação do pólen Me viciar o corpo, Ir mais além... Que ao infinito Nunca foi ninguém!... . Regar, Essa mais linda flor, De vida, De lágrimas de sémen E saudade... E ver nascer Em folhas de prazer Um novo amor, Roubando assim à estrela A liberdade!... . Ébrio de sonhos Busco a flor oculta Olhando o céu estrelado E vasto... . Perdido de ilusão Busco de novo... Para encontrar apenas O seu rasto... . Quem quiser ver Florir a Primavera, Nas estrelas Do Universo imenso, Tem que uma oculta flor Ver brilhar Sem que um qualquer outro Possa vê-la!... . Pra poder ser minha A oculta estrela Tem de pensar o mesmo Do que eu penso, Tem de por mim sentir Um amor tão vasto... Que eu possa, Por amor, Seguir-lhe o rasto!... . . Haragano, O Etéreo in Nos Caminhos da Flor
"POR MAIS..." . . Por mais Que o encanto Pareça estar quebrado... . Por mais Que o sonho Tenha dado lugar ao Sol Depois de um raiar irritante E nublado da aurora... . Por mais Que o cotidiano Me tente chamar à razão, Qual despertador enervante, Repetitivo, Monótono E incansável... . Por mais Que a flor Se encontre oculta... . Por mais Que tudo... . Nada vai parar Quem sonha Com o que sabe querer, Por mais Que o sonho Demore a chegar... por mais que o sonho Demore A sonhar... . . Haragano, O Etéreo in Nos Caminhos da Flor
"ONDE ESTÁS?" . . Onde estás?... Tu iluminas meus sonhos Noite após noite Como se eterna fosse A tua luz... . Onde estás?... Tu que me fazes sentir gente Por entre gente Que jamais o foi... . Onde estás? Tu que saiste Do cotidiano das imagens Pra te instalares Pra sempre Em minha mente.... . Onde estás? Tu que és a seiva Que me corre nas veias, O gosto que me vem à boca, O odor que me invade O cérebro escravizado... A flor oculta Que floresce em meus sentidos... . Onde estás? Diz-me pra que eu possa De novo ser alguém!!! . . Haragano, O Etéreo in Nos Caminhos da Flor
"O VASO" . . Aceita meu vaso, Sê a minha flor, Para que te possa regar A cada dia De sorrisos E de mimos No mais intimo Da nossa alienação... . Aceita meu vaso, De barro feio... Bruto na forma, Naife no desenho, Para que nele Possas ser A minha flor... . Aceita meu vaso, No decoro do silêncio Da nossa cumplicidade... Deixa que nele te implante Meiga flor silvestre... . E que te regue... E que te cuide... E que se murchares, Por falta de carinho, Se quebre o vaso; E seque eu, Na essência desta alma Que lhe deu o barro... . . Haragano, O Etéreo in Nos Caminhos da Flor
"O FIO..." . . Que o meu grito aos astros Se oiça nos confins do firmamento... . E que o seu eco se espalhe Pelo infinito mundo das mensagens... . Que eu seja entendido Ao menos uma vez... . Minhas palavras São lágrimas de limbos Que para se entenderem Têm de ser sentidas Por quem, como eu, Chora o deserto para que nele Uma flor possa nascer... . Se eu choro lágrimas de vagabundo É porque estou condenado A procurar um fim prá solidão... . Porque a solidão Tem saída neste labirinto... Mas quantos encontram O caminho certo? . Quantos conhecem O homem solitário, Este ser que existe nas memórias De quem com ele, Um dia, Foi feliz... . Vem amor, vem, Juntos descobriremos o fio Que nos conduz À luz dos sentimentos, Ao fim da sentença eterna De vaguearmos perdidos pelos limbos... . Vem amor, vem, Que o fio da vida Pode a qualquer hora desfiar... . . Haragano, O Etéreo in Nos Caminhos da Flor
"NÉCTAR" . . O Néctar dos Deuses, Um tal de hidromel, Pode ser divino, Digno de tão elevados seres, Mas não tem o sabor do nosso amor... Não sabe a vida e a eternidade, Não tem a plenitude num mero segundo, Não nos faz sentir que existimos Porque precisamos de viver Para poder tocar o infinito No espaço estrito De um simples olhar... . O Néctar dos Deuses Pode ser divino, Pode ser perfeito, Pode ser puro, Pode ser cristalino, Pode ser indescritível, Mas não é absoluto Como nós... . Somos um ser total Em construção, Estamos para além Dos sentidos E dos sentimentos, Somos o futuro, A esperança e a alegria Das nossas próprias almas... . O Néctar dos Deuses Pode ser divino, Mas não tem a graça Do teu sorriso, O perfume do teu ser, A alma desse corpo Onde me perco de mim, Para despertar num tal de nós... . Se és a flor oculta Deste meu existir, Até aqui perdido, Eu mais nada quero ser Do que a terra Onde cada uma das tuas raízes E todas elas Se alimentam até à eternidade... . Até à eternidade Numa sede sem fim E que por convenção Chamamos de amor!... . Eu te amo! . O Néctar dos Deuses Afinal não é importante... . . Haragano, O Etéreo in Nos Caminhos da Flor
"NÃO LEIAS..." . . Não leias... Não leias estes versos Meu amor, Eles, que são pra ti, Não deves ler Pois não podes, jamais, Pensar saber Que meros versos são... Uns sem valor... . Não leias estes versos... Por favor... . Neles faminto vivo Por viver, Neles razão tu és Deste meu ser, Neles eu nada sou Sem teu calor... . Não leias estes versos Que te escrevo, Não pode o teu amor Calhar-me à sorte, Não tenho as quarto folhas Num só trevo, Só, na roda da vida Encontro morte... . Não leias estes versos Sonho terno Se eu em teu existir Não for eterno... . Não leias estes versos Que falam de um nós Que apenas minha mente E minha voz Inventaram de forma inconsistente... . Não leias estes versos... Estou doente, Ó deusa pela qual eu me fiz crente. Como podes tu ler esta passagem Se para ti sou mero ponto Na árida paisagem, Se mais real do que eu É uma ténue miragem Sonhada por quem nunca adormeceu... . . Haragano, O Etéreo in Nos Caminhos Da Flor
"IMAGINE-SE..." . . Imagine-se um mar de prata Bordado ao ouro macio de um pôr-do-sol, Deixemos agora A nossa mente Colocar algumas aves nidificando Na costa fina de arbustos salgados, Reserva natural De um qualquer sonhado paraíso... . Em silêncio, Os bateres de asas, Se confundem com o restolhar do vento Que sorri prá Primavera Agora tão tangível... . O sentimento é por certo de harmonia!... . Pra quem não sente em verso O deleite que os sentidos propiciam, Recomendo que respirem fundo, Deixem entrar languidamente O cheiro a maresia... . Issooo... Procurem agora sentir A aragem vos acariciar, De leve, Passando-se suave Pelo brilho dos olhos E obrigando ao esvoaçar de alguns cabelos... . Com o olhar Sigam as aves Que gritam cânticos de amor E de acasalamento... . Se entreabrirem os lábios As papilas vão, por certo, Detectar o gosto a mar, O gozo das sensações plenas E do encontro puro e idílico com Gaia, A deusa que voluptuosa Representa a Terra original... . Sentem? Agora pensem, Com um sorriso, Num amor ausente... . Procurem influenciar a mente, Mas sem esforço...
Issoooooo... Estão vendo a sereia?... . É no exacto instante, De sensual e romântica lasciva, Em que de joelhos nos dobramos Para colher uma flor De beira de caminho, Que estamos integrados! Cheios de amor, De vida e de natura, Enfim... de plenitude!!! . Imagine-se Um mar de prata Bordado ao ouro macio De um pôr-do-sol E conclua-se Que afinal amar é simples... . Senão o mar seria água E nada mais, As aves: pássaros E a reserva: pântano... . Imagine-se... . . Haragano, O Etéreo in Nos Caminhos Da Flor