Serve este local para tornar visível o pensamento do último dos vagabundos que conheço: EU!
Aqui ficarão registados pensamentos, crónicas, poemas, piadas, quadros, enfim, tudo o que a imaginação me permite
Serve este local para tornar visível o pensamento do último dos vagabundos que conheço: EU!
Aqui ficarão registados pensamentos, crónicas, poemas, piadas, quadros, enfim, tudo o que a imaginação me permite
"SEM..." . . Para ser um mito De alguém Eu teria de existir Antes de ser, De ter vivido Antes de existir, De ser sonhado Antes de conhecido ser... . Porém, Por tudo isso... Não passo de simples rumor Nas gargantas De quem nunca me imaginou... . Sou um Vagabundo Dos Limbos, Sou Haragano, O Etéreo, Condenado a não sentir O cheiro da rosa... . Sem que uma pétala Deslize entre meus dedos, Qual torrente de um rio Com margem certa... . Sem que um espinho Me prove que o sangue Ainda corre em minhas veias... . Sem que a beleza de uma flor Me cegue de amor, Qual rosa do rio Que murmura segredos de infinito Em meus ouvidos... . Sou um Vagabundo Dos Limbos, Haragano, O Etéreo, Prisioneiro do aroma suave De uma simples flor, Mas longe de ganhar raízes Nas profundezas intimas Desse botão aberto ainda Sem destino... . Nos caminhos da flor, Qual seiva Que alimenta a planta, Eu continuo Sem rumo Meu caminho para a extinção... . . Haragano, O Etéreo in Nos Caminhos da Flor
"RASTO" . . Olhar o céu E ver nas estrelas O florir da Primavera... . Sentir em cada uma O perfume de uma flor!... . Tocar o infinito Como quem toca uma quimera Na essência vaporina De um odor!... . Colher a mais perfeita, Porém... Da vista oculta, Que não do meu sentir... Que não do coração... . Sorrir só por sorrir!... . Em pétalas de amor A desfolhar... Entre meus dedos Dar-lhe a forma E um olhar... . Sentir a agitação do pólen Me viciar o corpo, Ir mais além... Que ao infinito Nunca foi ninguém!... . Regar, Essa mais linda flor, De vida, De lágrimas de sémen E saudade... E ver nascer Em folhas de prazer Um novo amor, Roubando assim à estrela A liberdade!... . Ébrio de sonhos Busco a flor oculta Olhando o céu estrelado E vasto... . Perdido de ilusão Busco de novo... Para encontrar apenas O seu rasto... . Quem quiser ver Florir a Primavera, Nas estrelas Do Universo imenso, Tem que uma oculta flor Ver brilhar Sem que um qualquer outro Possa vê-la!... . Pra poder ser minha A oculta estrela Tem de pensar o mesmo Do que eu penso, Tem de por mim sentir Um amor tão vasto... Que eu possa, Por amor, Seguir-lhe o rasto!... . . Haragano, O Etéreo in Nos Caminhos da Flor
"POR MAIS..." . . Por mais Que o encanto Pareça estar quebrado... . Por mais Que o sonho Tenha dado lugar ao Sol Depois de um raiar irritante E nublado da aurora... . Por mais Que o cotidiano Me tente chamar à razão, Qual despertador enervante, Repetitivo, Monótono E incansável... . Por mais Que a flor Se encontre oculta... . Por mais Que tudo... . Nada vai parar Quem sonha Com o que sabe querer, Por mais Que o sonho Demore a chegar... por mais que o sonho Demore A sonhar... . . Haragano, O Etéreo in Nos Caminhos da Flor
"ONDE ESTÁS?" . . Onde estás?... Tu iluminas meus sonhos Noite após noite Como se eterna fosse A tua luz... . Onde estás?... Tu que me fazes sentir gente Por entre gente Que jamais o foi... . Onde estás? Tu que saiste Do cotidiano das imagens Pra te instalares Pra sempre Em minha mente.... . Onde estás? Tu que és a seiva Que me corre nas veias, O gosto que me vem à boca, O odor que me invade O cérebro escravizado... A flor oculta Que floresce em meus sentidos... . Onde estás? Diz-me pra que eu possa De novo ser alguém!!! . . Haragano, O Etéreo in Nos Caminhos da Flor
"O VASO" . . Aceita meu vaso, Sê a minha flor, Para que te possa regar A cada dia De sorrisos E de mimos No mais intimo Da nossa alienação... . Aceita meu vaso, De barro feio... Bruto na forma, Naife no desenho, Para que nele Possas ser A minha flor... . Aceita meu vaso, No decoro do silêncio Da nossa cumplicidade... Deixa que nele te implante Meiga flor silvestre... . E que te regue... E que te cuide... E que se murchares, Por falta de carinho, Se quebre o vaso; E seque eu, Na essência desta alma Que lhe deu o barro... . . Haragano, O Etéreo in Nos Caminhos da Flor
"O FIO..." . . Que o meu grito aos astros Se oiça nos confins do firmamento... . E que o seu eco se espalhe Pelo infinito mundo das mensagens... . Que eu seja entendido Ao menos uma vez... . Minhas palavras São lágrimas de limbos Que para se entenderem Têm de ser sentidas Por quem, como eu, Chora o deserto para que nele Uma flor possa nascer... . Se eu choro lágrimas de vagabundo É porque estou condenado A procurar um fim prá solidão... . Porque a solidão Tem saída neste labirinto... Mas quantos encontram O caminho certo? . Quantos conhecem O homem solitário, Este ser que existe nas memórias De quem com ele, Um dia, Foi feliz... . Vem amor, vem, Juntos descobriremos o fio Que nos conduz À luz dos sentimentos, Ao fim da sentença eterna De vaguearmos perdidos pelos limbos... . Vem amor, vem, Que o fio da vida Pode a qualquer hora desfiar... . . Haragano, O Etéreo in Nos Caminhos da Flor
"NÉCTAR" . . O Néctar dos Deuses, Um tal de hidromel, Pode ser divino, Digno de tão elevados seres, Mas não tem o sabor do nosso amor... Não sabe a vida e a eternidade, Não tem a plenitude num mero segundo, Não nos faz sentir que existimos Porque precisamos de viver Para poder tocar o infinito No espaço estrito De um simples olhar... . O Néctar dos Deuses Pode ser divino, Pode ser perfeito, Pode ser puro, Pode ser cristalino, Pode ser indescritível, Mas não é absoluto Como nós... . Somos um ser total Em construção, Estamos para além Dos sentidos E dos sentimentos, Somos o futuro, A esperança e a alegria Das nossas próprias almas... . O Néctar dos Deuses Pode ser divino, Mas não tem a graça Do teu sorriso, O perfume do teu ser, A alma desse corpo Onde me perco de mim, Para despertar num tal de nós... . Se és a flor oculta Deste meu existir, Até aqui perdido, Eu mais nada quero ser Do que a terra Onde cada uma das tuas raízes E todas elas Se alimentam até à eternidade... . Até à eternidade Numa sede sem fim E que por convenção Chamamos de amor!... . Eu te amo! . O Néctar dos Deuses Afinal não é importante... . . Haragano, O Etéreo in Nos Caminhos da Flor
"NÃO LEIAS..." . . Não leias... Não leias estes versos Meu amor, Eles, que são pra ti, Não deves ler Pois não podes, jamais, Pensar saber Que meros versos são... Uns sem valor... . Não leias estes versos... Por favor... . Neles faminto vivo Por viver, Neles razão tu és Deste meu ser, Neles eu nada sou Sem teu calor... . Não leias estes versos Que te escrevo, Não pode o teu amor Calhar-me à sorte, Não tenho as quarto folhas Num só trevo, Só, na roda da vida Encontro morte... . Não leias estes versos Sonho terno Se eu em teu existir Não for eterno... . Não leias estes versos Que falam de um nós Que apenas minha mente E minha voz Inventaram de forma inconsistente... . Não leias estes versos... Estou doente, Ó deusa pela qual eu me fiz crente. Como podes tu ler esta passagem Se para ti sou mero ponto Na árida paisagem, Se mais real do que eu É uma ténue miragem Sonhada por quem nunca adormeceu... . . Haragano, O Etéreo in Nos Caminhos Da Flor
"IMAGINE-SE..." . . Imagine-se um mar de prata Bordado ao ouro macio de um pôr-do-sol, Deixemos agora A nossa mente Colocar algumas aves nidificando Na costa fina de arbustos salgados, Reserva natural De um qualquer sonhado paraíso... . Em silêncio, Os bateres de asas, Se confundem com o restolhar do vento Que sorri prá Primavera Agora tão tangível... . O sentimento é por certo de harmonia!... . Pra quem não sente em verso O deleite que os sentidos propiciam, Recomendo que respirem fundo, Deixem entrar languidamente O cheiro a maresia... . Issooo... Procurem agora sentir A aragem vos acariciar, De leve, Passando-se suave Pelo brilho dos olhos E obrigando ao esvoaçar de alguns cabelos... . Com o olhar Sigam as aves Que gritam cânticos de amor E de acasalamento... . Se entreabrirem os lábios As papilas vão, por certo, Detectar o gosto a mar, O gozo das sensações plenas E do encontro puro e idílico com Gaia, A deusa que voluptuosa Representa a Terra original... . Sentem? Agora pensem, Com um sorriso, Num amor ausente... . Procurem influenciar a mente, Mas sem esforço...
Issoooooo... Estão vendo a sereia?... . É no exacto instante, De sensual e romântica lasciva, Em que de joelhos nos dobramos Para colher uma flor De beira de caminho, Que estamos integrados! Cheios de amor, De vida e de natura, Enfim... de plenitude!!! . Imagine-se Um mar de prata Bordado ao ouro macio De um pôr-do-sol E conclua-se Que afinal amar é simples... . Senão o mar seria água E nada mais, As aves: pássaros E a reserva: pântano... . Imagine-se... . . Haragano, O Etéreo in Nos Caminhos Da Flor
"FRAGRÂNCIA" . . Na fragrância vaporina De um odor... Vindo do branco textil De uma renda... Te sinto eu: ... No intimo do teu cheiro... Do teu ser... Do teu corpo... Do teu eu!!! . Sentir-te é sentir-me!... . E eu... Sou tão egoista Dessa palavra simples Chamada: Nós! . Quero-te!... Na plenitude do uno E do indivisível Para poder viver em ti... Na fragrância Vaporina De um amor... . . Haragano, O Etéreo in Nos Caminhos Da Flor