Serve este local para tornar visível o pensamento do último dos vagabundos que conheço: EU!
Aqui ficarão registados pensamentos, crónicas, poemas, piadas, quadros, enfim, tudo o que a imaginação me permite
Serve este local para tornar visível o pensamento do último dos vagabundos que conheço: EU!
Aqui ficarão registados pensamentos, crónicas, poemas, piadas, quadros, enfim, tudo o que a imaginação me permite
249. Beijo de Mim, o mais adaptável de todos os atos de beijar. Beijo capaz de representar um qualquer beijo ou não fosse nosso, aquele que vem de nós. Não é difícil de nos imaginarmos a dar um beijo de amor, de carinho ou de paixão, bastando que exista a quem o dedicar, como se dá sem dificuldade um beijo fraternal ou de ósculo de amizade àqueles que imprimiram a sua existência no nosso quotidiano. Contudo, transferir um beijo jamais já exige grandes condições, todos se tornam viáveis se deixarmos a nossa essência liderar o processo, colocando ao volante, nessa viagem feita vida, uma boca pronta a obedecer às ordens tiranas, mas sábias, do coração e outra preparada para as receber com avidez.
Às vezes acho-me um ser híbrido... Não importa se o sou Mas o que penso... É como se metade do que me constitui Fosse sentir E só a outra parte de mim Fosse homem nato...
Sou, tal como o dia tem na noite Uma outra face, Um ser ambidestro No que toca à mística Representada pelo coração...
Um quase ser criança Entre pudores que, Nesta idade que tenho, Já extintos deveriam estar.
Mas corre-me nas veias o devir... A sensação última de atingir A plenitude das coisas Simples e pequenas Que permanecem fiéis à memória De quem realmente as viveu Com existência.
Mas para que falo eu isto? Que importância tem? Ahhhhhhh...
Importa reflectir, Sentado nas escadas alvas e frias Do mármore que edifica e marca Cada registo do que sou, Tentando sempre Ir mais longe no pensar...
O que me move? Ou, talvez, o que me comove? Ou, ainda, o que me demove...?
É delicioso poder concluir que, Em cada caso, A chave é sempre a mesma: Sentimentos! Vindos de dentro, Da arca radioactiva de amor À qual chamamos alma...
Sentimentos, Desempacotados pelo espírito Que nos torna humanos, Postos a render Para que possamos desfrutar, A cada pegada impressa No caminho da vida, A realização do que deveríamos ser Para que o existir tenha um propósito: Felizes sermos!...
A demanda pela verdade É um falso caminho se no final da linha Não encontrarmos o amor!
É pela sensualidade dos corpos Que a alma, Feita espírito inventivo, Nos mostra a excelência de uma espécie Com milénios de existir: O Ser Humano.
Um ser que não se reproduz apenas, Mas que se funde em harmonia Sempre que a longa busca pela alma gémea Se conclui com êxito.
Ser sensual é ser-se humano E ter com isso a esperança De perpetuar a espécie Por forma a poder gritar bem alto, Aos quatro ventos: É amor!...
Às vezes acho-me um ser híbrido... Não pelo que sou Mas pelo que os meus olhos captam Do mundo a que chamamos evoluído... Onde sensualidade Se confunde com pornografia, Tal como o bem se confunde com o mal...
Às vezes Acho-me um ser híbrido, Mas não por mim... Não por mim...