Poemas de um Haragano: Livro XXI – Portaló – A Vigília
VI
“A VIGÍLIA”
O sonho parece não ter fim…
Criando praiazinhas graciosas
O mar banha os despontares de areia,
Com flores de espuma, qual jardim,
Regado a gotas de oceano, preciosas,
Pérolas de mar na maré cheia…
De forma suave, harmoniosa,
Chegam as águas fluidas à muralha,
E a meiga ondulação vai radiosa
Penteando as pedras sem batalha,
Numa paz cúmplice que enleia
As margens por onde serpenteia…
Na piscina do hotel a queda de água
Trauteia indolente a voz da vida,
Sem sinas, tristeza ou sequer mágoa,
Apenas porque a vida lhe é querida…
Ao fundo um colorido bar molhado,
Servido por morena no sorrir garrida,
Refresca, por dentro e fora,
O mais acalorado convidado,
P’ra quem as cervejinhas, canapés
Ajudam a ficar mais relaxado,
Sobre a vigília plácida dos chalés….
Haragano, o Etéreo in Portaló
(Gil Saraiva)