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Desabafos de um Vagabundo

Serve este local para tornar visível o pensamento do último dos vagabundos que conheço: EU! Aqui ficarão registados pensamentos, crónicas, poemas, piadas, quadros, enfim, tudo o que a imaginação me permite

Serve este local para tornar visível o pensamento do último dos vagabundos que conheço: EU! Aqui ficarão registados pensamentos, crónicas, poemas, piadas, quadros, enfim, tudo o que a imaginação me permite

Desabafos de um Vagabundo: Registos da Memória - Brasil - Pipa - VIII - A Praia do Amor

Brasil Pipa Praia do Amor VIII.JPGBrasil - Pipa – VIII – Paisagem da Praia do Amor (Foto de autor, direitos reservados)   

 

Registos da Memória

VIII

Brasil – Pipa – A Praia do Amor

Estamos na época alta no Brasil, o calor é uma constante agradável em todo o Nordeste brasileiro. Três meses depois do meu último apontamento sobre Pipa, aqui, nos Desabafos de um Vagabundo, é tempo de regressar à terra do Sol, da praia e das gentes simpáticas e hospitaleiras que povoam este Nordeste afortunado. O Estado do Rio Grande do Norte não tem a riqueza de outros Estados brasileiros, mas o que lhe falta em fortuna sobra em acolhimento e simpatia.

Se alguém me pergunta sobre o crime, lá respondo eu, uma vez mais, que crime existe em todo o lado onde existam duas ou mais pessoas, ou seja, não é um exclusivo dos nossos irmãos. A imagem que acompanha este apontamento é a da Praia do Amor, vista de cima, do casario. Uma paisagem maravilhosa com as palmeiras colocadas nos sítios certos para nos lembrarem um paraíso tropical.

Não se admirem de ver casas com os tijolos à vista, ainda sem acabamentos e, no entanto, já habitadas. Pipa cresce ao ritmo indolente dos dias e das carteiras dos seus cidadãos. Um conceito diferente do europeu, apenas justificado pelos dias quentes, de vinte e quatro horas de calor, e pelas necessidades permanentes de uma população afável, que tem mais o que fazer com o dinheiro do que apenas o investir na casa, que vai habitando, à medida que a mesma vai ficando pronta. No final o resultado é mais acolhedor e compensatório do que no caso do pronto a usar.

Recordar Pipa, uma terra do Município de Natal, nesta época de Festas, à beira do Natal é, no mínimo, nostálgico e romântico. Foi precisamente num Natal que esta fotografia foi tirada. Não é deste ano, infelizmente não. Mas podia ser, não andasse a algibeira tão vazia de euros e a Covid-19 tão farta em variantes. Para quem possa e queira recomendo, uma vez mais, Pipa. Aos viajantes deixo a garantia de não se virem a arrepender. Vão tomar um banho à Praia do Amor, quem sabe se o amor não acaba por, de surpresa, acontecer.

Gil Saraiva

 

 

 

Desabafos de um Vagabundo: Registos da Memória - Brasil - Pipa - VII - Os Luares de Buda

Brasil Pipa VII.jpgBrasil - Pipa – VI – Os Luares de Buda (Foto de autor, direitos reservados)    

Registos da Memória

VII

Brasil – Pipa

Os Luares de Buda

Quem esteja em Pipa, no Nordeste do Brasil, na rua de acesso à Praia do Amor, e resolva, vindo dos lados da praia chegar à rua principal desta zona balnear, já depois da partida do crepúsculo, tem no caminho, à sua direita, a uns trinta ou quarenta metros antes de aceder à via que atravessa toda a localidade, uma pousada toda decorada ao estilo dos refúgios orientais onde buda é rei e senhor. Não importa o nome da instalação hoteleira em causa. Com a descrição que acabei de dar, amiga Berta, qualquer um encontra o lugar com facilidade.

Eu, que sou naturalmente curioso fiz uma visita ao espaço, uma vez que o jardim virado para a rua, com um buda a descansar meditativamente à beira de um pequeno lago, convida à visitação e aguça a indiscrição intrusiva, mas sem qualquer tipo de malicia.

As palmeiras, a estátua, o lago e o imenso verde e outras obras de arte oriental, tudo envolto em recantos sombrios e a solicitar mistério, denotam bom gosto, riqueza nos detalhes, estudo prévio e demorado de como o ambiente se tornará quando apreciado durante o dia, na aurora e no crepúsculo e com a chegada da noite. O interior da pousada, mais simples, porque é obrigatório que seja mais funcional, tem, todavia, mesma vertente oriental meditativa e solicita o apelo à meditação e ao relaxamento.

Ora, dá que pensar. Quem poderá optar por se instalar numa pousada assim? Julgo que apenas aqueles para quem os luares de buda sejam essenciais, ou seja, aqueles cujo stress do seu quotidiano obrigue a umas férias com menos praia e diversão e mais repouso e contemplação. É admirável todo o requinte e bom gosto do espaço, na procura da harmonia e da comunhão com o meio, sem pretensiosismos de grandeza que só destoariam. É por estas e por outras que eu recomendo Pipa aos viajantes. Na realidade este tipo de fenómeno diferente e diverso é mote em toda a estância balnear.

Gil Saraiva

 

 

 

Desabafos de um Vagabundo: Registos da Memória - Brazil - Pipa - VI - O Encanto dos Detalhes

Brasil - Pipa VI.jpg

Registos da Memória

VI

Brasil – Pipa

O Entanto dos Detalhes

 

A Pousada da Praia do Amor tinha um custo dia de menos de metade do preço de um hotel de três estrelas em Pipa e era bem mais barata do que um qualquer outro de duas. A descoberta acontecera, por mero acaso, numa visita por mim efetuada, online, sem intensões, ao Tripadvisor, ainda em Portugal. Uma simpática turista alentejana descrevera, num português que tinha tanto de popular como o que lhe faltava de erudito, como tendo, por mero acaso, descoberto um verdadeiro achado no Nordeste do Brasil. Dizia que descobrira um lar de verdade, para férias, numa estância turística e balnear como era Pipa.

Confesso que já me esqueci do nome da simpática turista. Contudo, tendo ali passado quinze dias, sou obrigado a reconhecer que ela tinha toda a razão em afirmar estar num lar (como se fosse em sua própria casa) e não numa qualquer pousada sem grande personalidade. A razão, mais uma vez fazendo uso das suas palavras é que a beleza do local não estava apenas no nome do estabelecimento, mas no excelente bom gosto e cuidado em todos os detalhes.

O encanto dos detalhes era quente, cativante e dava, de forma plena, a sensação de estarmos em casa própria. Não sei bem quais aqueles que devo realçar em primeiro lugar. Se, por um lado, tínhamos acesso a uma pequena piscina quase artesanal, mas sempre muito limpa e cuidada, por outro lado, o telheiro amoroso, onde se tomava o pequeno-almoço, o pequeno bar de serviço à piscina coberto de telhas, as plameiras dos vasos e da vegetação envolvente da pousada ou a imensa buganvília que fazia um túnel de sombra e verde a quem subia as escadas vindo da receção, enfim, tudo nos transmitia uma inédita sensação de conforto simples e de aconchego.

O céu, que não o diabo, estava na pureza do encanto dos detalhes. Não sendo um sítio de luxos e de mordomias, a Pousada da Praia do Amor, tem genuinidade associada ao tratamento invulgarmente familiar dado pelos proprietários aos seus hospedes. A última grande vantagem foi que, graças ao preço, em vez de passar uma semana em Pipa, ali gozei dezasseis maravilhosos dias de pleno encanto. Obrigado Camila, Aldenor e Marineide, será difícil esquecer-vos.

Gil Saraiva

 

 

 

Desabafos de um Vagabundo: Brazil - Pipa - V - O Recanto do Chopinho

Brasil Pipa V.JPG(Brasil - Pipa – V – Recanto do Chopinho (Foto de autor, direitos reservados)    

Registos da Memória

V

Brasil – Pipa

O Recanto do Chopinho

 

Quem sobe as escadas naturais por entre as rochas da pequena imitação de falésia que dá acesso à Praia do Amor em Pipa, no Nordeste brasileiro, pode, se ao alcançar o arvoredo denso, antes do início das habitações coloridas, não virar logo à direita, não dar por este fabuloso detalhe da paisagem urbana. Com efeito, por entre o meio do verde natural da vegetação, numa minúscula clareira, existe uma pequena mesa creme do Sol ladeada por um banco de plástico verde escuro e uma rede de pano cru presa a duas árvores.

Trata-se do recanto do chopinho ou, melhor explicando, de um poiso para qualquer veraneante que, regressado da afamada praia do romance, com uma lata de cerveja e um copo de plástico na mão, resolva descansar um pouco, por entre o verde natural, à beira de um caminho quase oculto de acesso ao centro de Pipa.

O recanto foi pensado pelos proprietários da Pousada da Praia do amor, cansados de ver, através das varandas do seu estabelecimento, do outro lado do muro que lhes limita a propriedade, os turistas sentados no chão da minúscula clareira a fazer uma pausa, que desejariam refrescante, na caminhada de regresso ao centro de Pipa.

No tronco da árvore mais próxima afixaram um aviso em A4, devidamente protegido por uma mica, onde apenas se lê, em português e inglês: “Se precisar de cerveja grite por uma.”  Devo reconhecer que nunca pensei que aquilo tivesse qualquer tipo de resultado prático quando, por mero acaso, o assunto foi abordado com os donos da pousada. Porém, a prova que a realidade é bem mais rica do que muita imaginação é que fiquei a saber que o pequeno anúncio, que ainda tem uma ilustração de uma lata de cerveja precedida de um cartoon de um rosto de perfil a gritar, somado ao banco, à mesa e à rede, consegue vender um mínimo de 50 latas diariamente.

Não vem em nenhum roteiro turístico de Pipa, mas o Recanto do Chopinho tornou-se, para mim, uma das pérolas mais genuínas de Pipa.

Gil Saraiva

 

 

 

Registos da Memória - Brasil - Pipa - IV - Pousada da Praia do Amor

Brasil Pipa 03.JPG

Brasil - Pipa – IV – Pousada da Praia do Amor (Foto de autor, direitos reservados)

Registos da Memória

IV

Brasil – Pipa

Pousada da Praia do Amor

 

A pequena tabuleta de madeira, por entre uma multidão de flores, anuncia o que me espera, com a simplicidade discreta de quatro palavras, por entre o verde e os fróis, numa imagem que reflete um conceito perdido pelo rebuliço urbano da Lisboa, que deixei para trás tem alguns dias. Inversamente, ali tudo convida à descontração e ao mais puro e antigo sentimento cantado por poetizas e poetas desde os primórdios até aos nossos dias, ou seja, tudo se conjuga para o amor.

Não é difícil pensar-se em amor quando o vemos escrito numa tabuleta, associado a pousada, um local onde a existência de um leito é evidente por definição e em que, ainda por cima, se evoca também a proximidade de uma praia, que se sonha idílica, pelo nome explicito e tão pouco enganador. Férias é isto mesmo, poder sonhar com aqueles instantes que mais tarde trazemos arquivados no coração, pela pureza dos momentos, pelo significado e justificação que dão à vida.

Gil Saraiva

 

 

 

Registos da Memória - Brasil - Pipa - III - A Pousada da Praia do Amor

Brasil Pipa 03 a.JPG

Brasil - Pipa – III – A Pousada da Praia do Amor  (Foto de autor, direitos reservados)

Registos da Memória

III

Brasil – Pipa

A Pousada da Praia do Amor

 

Olhando o mural de azulejo, com o nariz alçado e embebido da intelectualidade própria de um crítico de cinema, seria fácil chamar de pimba ou de brega à obra de arte que anuncia a Pousada da Praia do Amor a menos de duzentos metros da mesma. Porém, por muito que pareça estranho, esta pousada onde me instalei por mais do que uma semana tem a genuinidade sambada e o carinho próprios do povo brasileiro.

Com efeito, estando próximo de tudo em Pipa e a poucos metros da famosa praia, este alojamento destinado à classe média baixa tem mais para dar do que muitos alojamentos de cinco estrelas. Dormi sempre sem mosquitos, o pequeno-almoço foi sempre à escolha do freguês, a afabilidade dos proprietários e funcionários supera, na prática, a formação ética de uma qualquer escola hoteleira de renome. Sem dúvida, um poiso a repetir.

Gil Saraiva

 

 

 

Registos da Memória - Brasil - Pipa - II - A Praia do Amor

Brasil Pipa 02.JPG

Brasil - Pipa – II – Praia do Amor - Foto de autor, direitos reservados)

Registos da Memória

II

Brasil – Pipa

Praia do Amor

 

A tabuleta não engana. A Praia do Amor fica na direção indicada e é um pequeno refúgio de areia entre rochas, a condizer com a própria tabuleta. Para lá chegar, como não podia deixar de ser, é preciso ir imbuído do verdadeiro espírito do amor e ainda ter alguma elasticidade nas pernas e equilíbrio, pois a descida faz-se por um caminho de rochas que obrigam a algum cuidado (que aumenta com a idade).

É claro que os jovens galgam a encosta com uma perna às costas e descem-na com a outra, mas este grupo etário não vai só atrás do amor, vai a ser conduzido pelas garras da paixão e o cheiro a erotismo mais ou menos descarado, dependendo dos ímpetos, de que pode vir a desfrutar nalguns dos recantos da dita praia. O mar é agitado por ali, embora não sendo perigoso, vem banhado pela espuma das ondas excitadas com a chegada à Praia do Amor. Um bar de apoio e alguns chapéus-de-sol para sombra, em tons de amarelo torrado, de verde bem vivo e um ou outro azul, completam o ar tropical, nordestino e “caliente” desta praia.

Os mais velhos protegem-se dos raios mais fortes do sol, sentados nas cadeiras brancas que o bar põe à disposição, protegidos pelos guarda-sóis. Porém, a água é o reino das pranchas de bodyboard e de surf, onde os heróis desafiam Neptuno, para gáudio das meninas que assistem da praia. Por toda a parte se sentem as hormonas que parecem despertas pelo nome sugestivo da praia. Quem não se puser a espreitar cada recanto, junto às rochas, poderá ficar na dúvida quanto ao porquê do nome praia do amor, agora se tiver atenção, já precisa de algum calo para não ruborescer. É tudo isto que a tabuleta indica na sua simplicidade despretensiosa, quase que desprendida do verdadeiro significado do amor. Afinal, o amor fica para aquele lado…

Gil Saraiva

 

 

 

Registos da Memória - Brasil - Nordeste - X - Pipa - O Bar-Restaurante

Brasil Nordeste 10.JPG

(Brasil - Nordeste – X – Pipa– O  Bar-Restaurante - Foto de autor, direitos reservados)   

Registos da Memória

X

Brasil – Nordeste

Pipa – O Bar-Restaurante

 

Antecipando os próximos registos da Memória que serão sobre Pipa, no Nordeste brasileiro, porque enquadrados num outro ano e noutra viagem, não poderia deixar de incluir aqui, nestes registos da memória, algo que achei importante guardar da visita relâmpago que fiz a Pipa durante a minha estadia na Ponta do Madeiro.

Com efeito, se Salvador Dali, alguma vez tivesse sido proprietário de um bar-restaurante e, por isso mesmo, o tivesse querido construir à sua imagem e semelhança, este que hoje aqui apresento, seria, sem qualquer dúvida, bem semelhante ao criado pelo grande Mestre da Pintura Mundial. O surrealismo do local, lembra o mestre em todo o seu esplendor. A forma impressionante como as imagens brotam das paredes e se misturam com toda a decoração só pode ser uma homenagem ao génio da pintura, representada por alguém com um profundo conhecimento da arte do inspirador deste espaço de lazer e cultura.

O bar criado algures por volta do ano de 2006, já necessita de alguns retoques na pintura para manter vivo o espírito surrealista de que se encontra embebido, contudo, ainda consegue surpreender o visitante pela forma como a pintura ganha a sua terceira dimensão, não apenas nos baixos relevos de paredes, muros e balcões, mas pela mobília escolhida a dedo para se integrar nesta disposição única e singular de arrojo e originalidade.

Situado no centro turístico de Pipa chama a atenção, em primeiro lugar pelo surrealismo evidente e depois pelo menu, não menos surreal. Se não refiro o nome do espaço é não apenas porque é irrelevante, mas porque, caso visite a estância balnear, não tem como não dar por ele e descobrir tudo por si. Pipa tem tudo isso a propor a quem a visita, romantismo, surrealismo, oceano, paisagem, povo, ambiente e amor.

Gil Saraiva

Brasil Nordeste 10 b.JPG

(Brasil - Nordeste – X – Pipa– O  Bar-Restaurante b - Foto de autor, direitos reservados)   

 

 

 

Registos da Memória - Brasil - Nordeste - IX - Ponta do Madeiro - Piscina e Bar

Brasil Nordeste 09.JPG

(Brasil - Nordeste – IX – Ponta do Madeiro – Piscina e Bar - Foto de autor, direitos reservados)   

Registos da Memória

IX

Brasil – Nordeste

Ponta do Madeiro – Piscina e Bar

 

Do ponto onde me encontrava a tirar esta fotografia apanhei, sem querer, o oceano, por entre as árvores, para lá da falésia. Fiquei satisfeito com o resultado. Afinal, não fora com intenção que registara os três azuis, oceano, céu e piscina. O registo era o do bar, por de baixo de um telhado de colmo, com os bancos do balcão dentro de água.

Uma comodidade da qual fiz uso e abuso durante toda a minha estadia ali, no Hotel Ponta do Madeiro, na zona de Tibau Sul, no Nordeste Brasileiro a Sul de Natal. O prazer de estar sentado dentro de água, encostado ao balcão, em conversas de circunstância e a beber um «chopo» (aquilo a que nós por cá chamamos de imperial ou de fino, dependendo da região do país), ainda hoje me vem à mente com saudades e alguma nostalgia associada.

Sentir o ar nas costas a queimar o dorso, enquanto o corpo se refresca sentado dentro de água e apoiado pelos cotovelos num balcão de bar, é uma daquelas imagens, do tipo que vemos nos filmes, a que normalmente associamos a paraíso. Não é assim tão estranho porque, afinal, estar ali representa despreocupação em relação ao passado, relaxe simples e sereno no presente e nenhuma apreensão em relação ao futuro. O jogo de luz, na quase totalidade da piscina, acompanhado pela sombra tépida da área do bar, fazem qualquer matemático pensar que a natureza é bem mais bonita do que meros cálculos abstratos e sem significado paisagístico, muito maior, por evidência lógica, é esse efeito num romântico inveterado que destila poesia apenas porque é muito bom ser feliz.

Gil Saraiva

 

 

 

Registos da Memória - Brasil - Nordeste - VIII - Ponta do Madeiro - Pétala de Rosa

Brasil Nordeste 08.JPG

(Brasil - Nordeste – VIII – Ponta do Madeiro – Pétala de Rosa - Foto de autor, direitos reservados)   

Registos da Memória

VIII

Brasil – Nordeste

Ponta do Madeiro – Pétala de Rosa

 

Por entre o arvoredo dou conta de que algo se move no céu, bem por cima de mim. Na esperança de ver alguma das três ou quatro aves de rapina que costumam sobrevoar a Ponta do Madeiro e que ainda ando a tentar identificar, embora esteja quase certo que duas delas são águias brasileiras, que dão pelo nome de carcará, e uma outra me pareça uma das espécies de gaviões da região, contudo, acho que a última se assemelha, assim à distância, a um urubu, porém, ao olhar, armado em observador de passarada, dou com um parapente, disfarçado de pétala rosa, de uma rosa bem rosada, a desfrutar da brisa, navegando suavemente, como que saído das nuvens, rumo à eternidade.

O verde carregado das árvores, o céu azul a nascer clarinho e a subir, «ton sur ton» (como se diz por terras de França), até um azul mais pesado, enquadram quase que surrealmente o vistoso parapente, que navega, lá no alto, completamente indiferente aos meus pensamentos maravilhados com a descoberta ocasional. Por momentos deixo-me levar pelo voo do parapente e imagino a paisagem que lá de cima se vislumbrará. Os contornos da mata atlântica, das dunas e das terras áridas em contraste com a margem branca do oceano a desaguar azul na areia das praias e nas escarpas das falésias deve ser uma visão magnifica, digna de um registo da memória. Sorri…

Gil Saraiva

 

 

 

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