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Desabafos de um Vagabundo

Serve este local para tornar visível o pensamento do último dos vagabundos que conheço: EU! Aqui ficarão registados pensamentos, crónicas, poemas, piadas, quadros, enfim, tudo o que a imaginação me permite

Serve este local para tornar visível o pensamento do último dos vagabundos que conheço: EU! Aqui ficarão registados pensamentos, crónicas, poemas, piadas, quadros, enfim, tudo o que a imaginação me permite

Beijo Envolvente

113 - envolvente.jpg

114. Beijo Envolvente, desenvolvido numa cena de genuína sedução, numa atmosfera carregada de fantasia e rococós própria dos momentos de ultrarromantismo, em que tudo se parece conjugar como que saído de um molde cativante, imprimindo um cunho caraterístico ao local, às circunstâncias e ao tempo. Numa palavra, o cenário revela-se perfeito. Nos olhares sente-se a atração dos corpos, dos rostos e dos gostos. Inesperadamente ela sabe aquilo que a atrai nele e, como que por um inexplicável ímpeto, ele descobre tudo o que ela tem de encantador. Só então o beijo acontece. Lânguido no começar, emotivo depois do primeiro toque, vivido em plena devoção no decurso da ação, envolvente na transcendência do transporte das mentes para as sensações tépidas dos lábios, que se humedecem mutuamente, enquanto ambos se sentem conduzidos para mundos julgados impossíveis. Beijo envolvente que nascendo de um quase nada, sem um como ou um porquê, sem racionalismos ou filosofias, apenas ao serviço das cativações próprias do sentir, desagua em cenas feitas de beijar, por entre sombras vacilantes de velas, que parcas luzes emanam, entre olores lúbricos e palatos feitos quinta-essência, numa foz impetuosa lotada dos mais finos nutrientes de um amar.

Beijo Entrelaçado

111 - entrelaçado.jpg

112. Beijo Entrelaçado, entre nós, dividido por dois, porque ninguém beija sozinho a não ser no reino distante da sua própria imaginação, onde tudo pode acontecer, mas sem a força viva e sentida da realidade. Um ato somado por ambos num só enlaço que se deseja unânime no empenho, inequívoco nas intenções, aprimorado no encadeamento da pele, das bocas, dos olhares e dos sentimentos. Beijo entrelaçado, qual cruzada, na luta pelo bem maior ao qual o verbo amar não é alheio, numa partilha de algo entre dois seres que se entregam mutuamente, trocando entre eles o comando das comutações, confundindo lábios, línguas e sons, gostos e aromas. Uma trança erótica de semblantes lascivos que se enleiam em concupiscências cúmplices que advêm, de um singular adrego de frenesim conjunto, do sorrir das almas para jubilo dos corações.

Poemas de um Haragano: Nos Caminhos da Flor – Biunivocamente

 

               III

 

"BIUNIVOCAMENTE..."

 

Tu és o aroma

Que meus passos

Adoram percorrer,

O sorriso que ilumina

O fundo da minha alma,

A vida pela qual

Eu acabo por descobrir

Que tudo valeu a pena...

 

Mais do que a flor

És a essência,

A coerência,

A relação adequada

Entre o sentir

Que te transmito

Pelo conhecimento do que és

E o amor que me difundes

No cerne desse mundo

Que te constitui...

 

A essência...

A verdade...

A pureza dos princípios,

A lógica ordenada

De nossos olhares,

A ordem afrodisíaca

De uma linguagem mista,

Linguisticamente pura,

Absolutamente articulada,

Interativa...

 

Onde o discurso de incoerente

Desagua em ideias

Plenas de subjetividade,

De nuances incompreensíveis,

Em que tudo se resume

Àquilo que o coração

Chama de Amor...

 

Tu és o aroma,

O texto sagrado

De uma religião paranormal

Porque transcendente da razão...

 

Tu és o acontecimento,

A situação e mais ainda,

A equívoca equação

Que não se anula

Mas se traduz no íntimo

Deste teu interlocutor...

 

A falta de univocidade

Pode transformar nossas palavras

Num lugar indefinido

Que nenhum de nós

Consegue controlar...

 

Mas controlar para quê?

Importa sim sentir...

Sim... sentir...

 

O aroma

Que meus passos adoram percorrer,

O discurso de ideias

Plenas de subjetividade,

O texto sagrado

De uma religião paranormal,

A equívoca equação

Que não se anula,

O lugar indefinido,

Sem norma, sem razão,

Sem leis, sem regras,

Em que biunivocamente

Nos amamos!...

 

Haragano, O Etéreo in Nos Caminhos Da Flor

(Gil Saraiva)

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