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Desabafos de um Vagabundo

Serve este local para tornar visível o pensamento do último dos vagabundos que conheço: EU! Aqui ficarão registados pensamentos, crónicas, poemas, piadas, quadros, enfim, tudo o que a imaginação me permite

Serve este local para tornar visível o pensamento do último dos vagabundos que conheço: EU! Aqui ficarão registados pensamentos, crónicas, poemas, piadas, quadros, enfim, tudo o que a imaginação me permite

Beijo nos Olhos

270 - nos olhos.jpg270. Beijo nos Olhos, em ambos ou apenas num deles não importa muito, a não ser pelo recorço significativo que é repetir o mesmo em ambas as pálpebras fechadas da nossa companhia. De qualquer maneira, estamos perante uma demonstração óbvia de afeto, carinho, ternura, meiguice, cuidado e proteção. Beija-se assim, procurando transmitir amparo, segurança, seriedade e sinceridade a uma relação, que normalmente ou é familiar, de pais para filhos, por exemplo, ou entre um casal, seja qual for a forma jurídica em que estes estejam constituídos. Beijo nos olhos revelando apoio, aconchego e socorro, se preciso for. Um afago transmitido com a boca e recebido como âncora no vasto oceano das nossas emoções.

 

 

 

Beijo de Charme

072 - charme.jpg

73. Beijo de Charme, tradicionalmente depositado, bem à moda antiga, nas costas da mão direita da dama a quem se destina. Obedece ainda ao movimento do fletir das costas do cavalheiro, em gesto de vénia e se bem executado, os olhos deste nunca perdem o olhar da donzela. Assim ele vai medindo interessadamente o impacto da dádiva entregue. Porém existe uma outra forma, mais moderna, de o realizar. Aqui o cavalheiro, vestido a preceito, segura na mão da menina e, em vez de a beijar, encosta-a ao seu peito obrigando à proximidade dos corpos, permitindo a mistura dos odores de cada um. Depois deposita levemente um beijo demorado, porque um segundo nisto quase parece uma eternidade, em cada face da sua companheira, ou, às vezes, ao de leve nos lábios, trocando no final um olhar de fechar de pálpebras com os olhos em brilho cintilante. Beijo de charme, dado com elegância, realizado com pudor, inventando uma malandrice latente, mas contida na espera óbvia de uma rendição.

Poemas de um Haragano: Nos Caminhos da Flor – Abaixo-assinado

 

                II

 

"ABAIXO-ASSINADO"

 

Pelo sorriso

Dos teus olhos...

 

Pelo prazer

Dos teus lábios...

 

Pela suavidade

Da tua pele...

 

Pelo odor

Do teu ser...

 

Pela felicidade

Da tua presença...

 

Pelo amor mais profundo...

 

Eu,

Abaixo-assinado,

Declaro que te amo,

Com toda a força

Dos elementos

E com o poder

Do universo

Que me constitui,

Para sempre!...

 

Haragano, O Etéreo in Nos Caminhos Da Flor

(Gil Saraiva)

Poemas de um Haragano: Achas de um Vagabundo – Não Por Mim…

 

             IX

 

"NÃO POR MIM..."

 

Às vezes acho-me um ser híbrido...

Não importa se o sou

Mas o que penso...

É como se metade do que me constitui

Fosse sentir

E só a outra parte de mim

Fosse homem nato...

 

Sou, tal como o dia tem na noite

Uma outra face,

Um ser ambidestro

No que toca à mística

Representada pelo coração...

 

Um quase ser criança

Entre pudores que,

Nesta idade que tenho,

Já extintos deveriam estar.

 

Mas corre-me nas veias o devir...

A sensação última de atingir

A plenitude das coisas

Simples e pequenas

Que permanecem fiéis à memória

De quem realmente as viveu

Com existência.

 

Mas para que falo eu isto?

Que importância tem?

Ahhhhhhh...

 

Importa refletir,

Sentado nas escadas alvas e frias

Do mármore que edifica e marca

Cada registo do que sou,

Tentando sempre

Ir mais longe no pensar...

 

O que me move?

Ou, talvez, o que me comove?

Ou, ainda, o que me demove...?

 

É delicioso poder concluir que,

Em cada caso,

A chave é sempre a mesma:

Sentimentos!

Vindos de dentro,

Da arca radioativa de amor

À qual chamamos alma...

 

Sentimentos,

Desempacotados pelo espírito

Que nos torna humanos,

Postos a render

Para que possamos desfrutar,

A cada pegada impressa

No caminho da vida,

A realização do que deveríamos ser

Para que o existir tenha um propósito:

Sermos Felizes...

 

A demanda pela verdade

É um falso caminho se no final da linha

Não encontrarmos o amor!

 

É pela sensualidade dos corpos

Que a alma,

Feita espírito inventivo,

Nos mostra a excelência de uma espécie

Com milénios de existir:

O Ser Humano.

 

Um ser que não se reproduz apenas,

Mas que se funde em harmonia

Sempre que a longa busca pela alma gémea

Se conclui com êxito.

 

Ser sensual é ser-se humano

E ter com isso a esperança

De perpetuar a espécie

Por forma a poder gritar bem alto,

Aos quatro ventos:

É amor!...

 

Às vezes acho-me um ser híbrido...

Não pelo que sou

Mas pelo que os meus olhos captam

Do mundo a que chamamos evoluído...

Onde sensualidade

Se confunde com pornografia,

Tal como o bem se confunde com o mal...

 

Às vezes

Acho-me um ser híbrido,

Mas não por mim...

Não por mim... 

 

Haragano, O Etéreo in Achas para um Vagabundo

(Gil Saraiva)

Poemas de um Haragano: Achas de um Vagabundo – Música

 

 

      VIII

 

"MÚSICA"

 

A música tem o espaço invadido

De ternas melodias...

 

No bar,

A tela sem som,

Transmite ilusões

De novelas sem fim...

 

A cena,

Com contornes de virtualidade,

Faz-me ver-te ali...

Do outro lado do bar,

Na penumbra das luzes

Em perpétua difusão...

 

Ali...

Nessas formas

Desse corpo que sonho;

Nas margens desse teu cabelo,

Onde os meus dedos anseiam

Perder-se um dia mais...

 

Procuro,

Com ânsia adolescente,

O teu olhar,

Profundo...

Oculto...

Magnífico...

E sinto-o no sorriso

Desses lábios

Que Mona Lisa invejaria ter...

 

Porque não falas?

A espera

É como um incêndio de floresta...

Consome tudo em seu redor...

Devora o íntimo do ser e...

Mesmo assim...

É divino o prazer

Da ansiedade...

 

A música

Tem o espaço invadido

Do teu ser...

E a tela,

Sem som,

O sorriso mudo dos teus olhos!

 

A cena faz-me imaginar

Contornes de impossível...

E na penumbra das luzes

O sonho aparenta

Um perpétuo devir...

 

Haragano, O Etéreo in Achas para um Vagabundo

(Gil Saraiva)

Poemas de um Haragano: Terra de Vénus - Acorda

 

 

       II

 

"ACORDA"

 

Para um amor sentir, estando ele ausente,

E olhar eu para quem não posso ver,

Para uns lábios beijar, sem deles saber,

E para estar contigo no presente,

 

Com muito amor, apaixonadamente,

Sem a tua presença eu poder ter:

Eu fecho os olhos... sinto-me mover...

E quando volto a olhar, na minha frente,

 

Reconheço essa imagem sempre bela,

As formas desse corpo em que me deito,

O sorriso da boca mais singela,

 

Os olhos desse belo tom, perfeito...

E... sinto-te alegre e me falando:

- Acorda, Amor, acorda, estás sonhando!...

 

Haragano, O Etéreo in Terra de Vénus

(Gil Saraiva)

Poemas de um Haragano: Livro XXI – Portaló – Vermelha Mala

     

               IV

 

 

“VERMELHA MALA”

 

 

O brilho dos teus olhos deste a mim,

O rubro dessa boca me ofertaste,

No calor de teus seios me amparaste,

Em teus braços… de mata fui jardim…

 

Um bom abrigo foste tu, enfim…

Com tuas ternas mãos me massajaste,

Com as pontas dos dedos me coçaste,

No fundo do teu ser fui Mandarim…

 

Agora te dou algo onde guardei

O tão forte bater do meu sentir,

O meu amar, o meu por ti sorrir,

 

O meu ser, porque a ti amor me dei…

Guarda-a bem amor, porque ela embala

Meu coração, esta vermelha mala…

 

 

Haragano, o Etéreo in Portaló

(Gil Saraiva)

Poemas de um Haragano: Livro XX - Luar de Sonhos

 

"LUAR DE SONHOS"

 

 

Chegou hoje branca a noite de luar

Com farrapos de sonhos no horizonte

Envolvendo a serra, monte a monte,

Humedecendo as almas de invulgar

 

Ambiente de oculto secular...

Chegou hoje branca a noite em alva fonte,

Entre luz e mistério sendo a ponte,

Que a Lua não nos diz como alcançar...

 

Chegou hoje branca a noite... quase trágica,

Translúcida de seres e sentimentos...

Chegou hoje branca a noite e por momentos

 

Raiou, em sensual passo de mágica,

Poisando branca em teus olhos tristonhos

E os transformando num luar de sonhos...

 

 

Haragano, O Etéreo in Livro de Um Amor

(Gil Saraiva)

Poemas de um Haragano: Livro XX - Estrela

 

"ESTRELA"

 

 

Na noite hiper-estrelada procurei

Sob o brilho do Verão, à Lua Cheia,

A estrela mais brilhante da cadeia...

Mas desse cintilar todo encontrei

 

Apenas uns reflexos, mera grei,

Coisas pequenas como a Cassiopeia,

Sem alma, sem chama ou epopeia...

Na noite hiper-estrelada eu tentei

 

Achar o diamante mais perfeito,

Um tal que me aplacasse a agonia

Da saudade inflamada no meu peito...

 

Na noite hiper-estrelada fez-se dia,

Ao encontrar a Estrela, amor, enfim,

Brilhando nos teus olhos para mim!...

 

 

Haragano, O Etéreo in Livro de Um Amor

(Gil Saraiva)

Poemas de um Haragano: Livro XX - A Prenda

 

“A PRENDA”

 

O brilho dos teus olhos deste a mim,

O rubro dessa boca me ofertaste,

No calor de teus seios me amparaste,

Em teus braços… de mato fui jardim…

 

Um bom abrigo foste tu, enfim…

Com tuas ternas mãos me massajaste,

Com as pontas dos dedos me coçaste,

No fundo do teu ser fui Mandarim…

 

Agora te dou algo onde guardei

O tão forte bater do meu sentir,

O meu amar, o meu por ti sorrir,

 

O meu ser, porque a ti amor me dei…

Guarda-a bem amor, porque ela embala

Meu coração, esta vermelha mala…

 

Haragano, O Etéreo in Livro de Um Amor

(Gil Saraiva)

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