Serve este local para tornar visível o pensamento do último dos vagabundos que conheço: EU!
Aqui ficarão registados pensamentos, crónicas, poemas, piadas, quadros, enfim, tudo o que a imaginação me permite
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112. Beijo Entrelaçado, entre nós, dividido por dois, porque ninguém beija sozinho a não ser no reino distante da sua própria imaginação, onde tudo pode acontecer, mas sem a força viva e sentida da realidade. Um ato somado por ambos num só enlaço que se deseja unânime no empenho, inequívoco nas intenções, aprimorado no encadeamento da pele, das bocas, dos olhares e dos sentimentos. Beijo entrelaçado, qual cruzada, na luta pelo bem maior ao qual o verbo amar não é alheio, numa partilha de algo entre dois seres que se entregam mutuamente, trocando entre eles o comando das comutações, confundindo lábios, línguas e sons, gostos e aromas. Uma trança erótica de semblantes lascivos que se enleiam em concupiscências cúmplices que advêm, de um singular adrego de frenesim conjunto, do sorrir das almas para jubilo dos corações.
2. Beijo Acompanhado, aquele que tem os dois intervenientes igualmente envolvidos, ambos pensando coisas semelhantes, ambos imaginando um devir parecido, ambos na senda sensorial que começa no que se sente e não na mera circunstância daquilo que acontece, até porque a companhia é a irmã mais sensata de todas as relações, ela torna possível o inacreditável e faz do impossível algo muito mais provável de ultrapassar, sendo, em paralelo, a principal inimiga dessa coisa negra e feia que se deixa conhecer pelo triste nome de solidão. Beijo acompanhado por ambos, quando ambos o quiserem…
Beijo de Namoro, aquele que, embora possa parecer único e facilmente identificável, tem várias correntes ou vias de concretização. Para os românticos trata-se de um beijo de sedução, fascínio e entrega incondicional. Não tem condicionalismos que não sejam os que derivam da própria relação de entrega mútua. Porém, num cenário que envolva 2 pessoas cumpridoras de rituais, sejam eles religiosos ou de mero pudor, traduz-se num beijo casto, impoluto, sem troca de línguas ou demoras exageradas pela paixão. Existem variadíssimos tipos de beijos de namoro, todavia, aquele que se considera mais representativo, mais clássico no género, é o que é partilhado na paixão sensual e mútua de quem se pensa entregar cegamente na fusão eterna entre 2 seres, onde a pele sente o arrepio da espinha, o coração acelera batimentos sem motivo aparente, as secreções humedecem recantos na derme ardente e a vida parece, finalmente, ter encontrado a razão do seu perfeito existir.