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Desabafos de um Vagabundo

Serve este local para tornar visível o pensamento do último dos vagabundos que conheço: EU! Aqui ficarão registados pensamentos, crónicas, poemas, piadas, quadros, enfim, tudo o que a imaginação me permite

Serve este local para tornar visível o pensamento do último dos vagabundos que conheço: EU! Aqui ficarão registados pensamentos, crónicas, poemas, piadas, quadros, enfim, tudo o que a imaginação me permite

Beijo Entrelaçado

111 - entrelaçado.jpg

112. Beijo Entrelaçado, entre nós, dividido por dois, porque ninguém beija sozinho a não ser no reino distante da sua própria imaginação, onde tudo pode acontecer, mas sem a força viva e sentida da realidade. Um ato somado por ambos num só enlaço que se deseja unânime no empenho, inequívoco nas intenções, aprimorado no encadeamento da pele, das bocas, dos olhares e dos sentimentos. Beijo entrelaçado, qual cruzada, na luta pelo bem maior ao qual o verbo amar não é alheio, numa partilha de algo entre dois seres que se entregam mutuamente, trocando entre eles o comando das comutações, confundindo lábios, línguas e sons, gostos e aromas. Uma trança erótica de semblantes lascivos que se enleiam em concupiscências cúmplices que advêm, de um singular adrego de frenesim conjunto, do sorrir das almas para jubilo dos corações.

Beijo Dourado

101 - dourado.jpg

102. Beijo Dourado, aquele em que a fortuna não se encontra no valor do peso em quilates, transmitido entre duas pessoas no ato perfeito de um ósculo que brilha no escuro, mas sim na luz própria que possui, para aqueles que têm a riqueza perto do coração, junto da alma, na essência do sentir, no vinculo único dos sentimentos de partilha, dádiva e entrega. Assim se entende que a verdadeira ventura de um beijo dourado se descubra no brilho dos sorrisos, no calor do contacto dos lábios, no pestanejar dos olhos, na indescritível perceção de verdade, carinho e fantasia que, de uma vez só, passa em uníssono pelas mentes de ambos os seres ali fundidos pela união das bocas, da pele, da existência, enquanto a magia do toque os faz vibrar de genuína felicidade.

Beijo Amante

015 - amante.jpg

16. Beijo Amante, sentir primeiro a pele se arrepiar num frenesim lascivo, de desejo feito carne, sensual em cada toque de mãos, de pele na pele, de corpos se fundindo sem porquê apenas porque a atração é via de um mundo mais perfeito, mais bonito, mais além, com sentimentos cristalinos, justificados pela pureza explicita a que, num só olhar, traduzimos por amor ou bem maior. Depois… depois sentir pelos lábios nos lábios, pela boca na boca, na troca desgovernada de fluidos, gestos e gemidos, cada sentido despertar eletrizante para a vida numa vontade louca que nem explicar sabemos de beijar… Ah, isso é mais que essência, que o todo, isso é viver no deleite supremo de um beijo amante entre amantes.

Poemas de um Haragano: Nos Caminhos da Flor – Abaixo-assinado

 

                II

 

"ABAIXO-ASSINADO"

 

Pelo sorriso

Dos teus olhos...

 

Pelo prazer

Dos teus lábios...

 

Pela suavidade

Da tua pele...

 

Pelo odor

Do teu ser...

 

Pela felicidade

Da tua presença...

 

Pelo amor mais profundo...

 

Eu,

Abaixo-assinado,

Declaro que te amo,

Com toda a força

Dos elementos

E com o poder

Do universo

Que me constitui,

Para sempre!...

 

Haragano, O Etéreo in Nos Caminhos Da Flor

(Gil Saraiva)

Poemas de um Haragano: Terra de Vénus – Flor da Pele

 

             IX

 

"FLOR DA PELE"

 

Sentir à flor da pele o verbo amar,

Amar de corpo e alma, com furor...

Sentir, vibrar, viver e pressupor

Que o ser humano tem num só olhar:

 

A força e a vontade de lutar,

A garra e o poder de sobrepor

A tudo e todos a palavra amor,

Por mais que essa palavra vá custar!...

 

Sentir, à flor da pele toda uma vida

No prazer divinal de um só orgasmo...

Viver de gosto em pleno entusiasmo,

 

Amar sem fronteiras, foragida...

Assim sempre tu és e apaixonada

Amas-me à flor da pele... da pele suada!...

 

Haragano, O Etéreo in Terra de Vénus

(Gil Saraiva)

Poemas de um Haragano: Livro XXI – Portaló – Apogeu

 

        III

 

 

“APOGEU” 

 

 

Sua teu corpo amor e sua o meu

Até a vista nos ficar nublada,

Da fusão do contacto à pele suada

Sexo de fogo a noite desprendeu…

 

Seguindo unidos… Já amanheceu…

No Portaló um céu de trovoada

Parecia cantar, em alvorada,

A noite que entre nós aconteceu…

 

Veio a luz da manhã, se fez esplendor,

Brilhou como cristal a água azul,

Atracou um barco mais pra Sul

 

E buzinou pra nós o nosso amor…

Suou teu corpo amor, suou o meu,

De gota em gota… até ao apogeu!...

 

Haragano, o Etéreo in Portaló

(Gil Saraiva)

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