Poemas de um Haragano: Livro XX - Pena Infinita
“PENA INFINITA”
Que mais posso dizer sobre este amor?
Adjectivar o quê que falte ainda?
A poesia eu já darei por finda
Ou falta-me algo mais para compor?
Falar talvez da alma e em louvor
De como em mim ela é sempre bem-vinda,
Gritar pelos pulmões que é bela e linda,
Ou dar palestras nobres do fulgor
Com que sou eu amado, em cada dia,
Talvez dizer em verso que é divina,
Quanto tem de selvagem e menina,
Como sem ela morre a poesia…
Não! Porque enquanto a amar minha alma grita
Que a tinta desta pena é infinita!
Haragano, O Etéreo in Livro de Um Amor
(Gil Saraiva)