Serve este local para tornar visível o pensamento do último dos vagabundos que conheço: EU!
Aqui ficarão registados pensamentos, crónicas, poemas, piadas, quadros, enfim, tudo o que a imaginação me permite
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Aqui ficarão registados pensamentos, crónicas, poemas, piadas, quadros, enfim, tudo o que a imaginação me permite
300. Beijo de Poema, seja quadra, oitava, soneto ou verso livre, que se declama afavelmente durante toda a poesia, em cada letra um verso, de uma palavra, de uma frase sentida cá no fundo. Iniciada pelo B, de Bela, seguida por um E, de Encantadora e um I, de Imaginação, depois vem o J, de Jasmim e O, de Olhar, ou seja, assim se cria um BEIJO para uma Bela mulher, sempre simpática e Encantadora, muito para além do que a Imaginação consegue abranger. Beijo de poema, que se atinge, na realidade, com a simplicidade de uma flor, de um Jasmim em cada sorriso, seguro no porte e querido no O Beijo de poema, romântico, quantas vezes apaixonado, vivido entre o desejo e o sonho, declamado sempre nos lábios de quem quer beijar.
260. Beijo de Nascente, genuíno e impoluto, fora da contaminação dos homens, integro e natural, de uma transparência sã que ascende do íntimo da existência. Beijo puro e fresco como a água que brota da terra lá bem no alto da montanha. Cristalino como o rio que corre pela natureza. Vivo e criador como essa corrente de vida que procura chegar breve à foz, espalhando fauna e flora pelas suas margens bem delineadas. Enfim, belo porque são, feliz porque simples. Um beijo que nasce do seio da nossa própria essência, impelido por uma palavra, um olhar, um sorriso que assim, sem mais nem menos, nos diz que é bom viver e partilhar.
Há precisamente 49 anos a 17 de Fevereiro a PIDE/DGS prendia estes 3 homens: Jaime Gama, Raul Rêgo e Salgado Zenha. Os tempos eram outros e a palavra de ordem bem diferente da que hoje vivemos. Deixo em homenagem as minhas palavras:
PALAVRAS
Pensemos Em tudo o que nos constitui, Em qualquer universo De existir...
Aqui! Neste mundo em que vivemos, Enquanto seres Que se desenvolvem Pela comunicação das partes Com o todo, Na nossa realidade, De humanos Que se movem Pelas relações entre eles E o próprio meio...
Aqui, Onde aquilo que mais depressa Se devora, consome Ou se assimila e que, Por outro lado, Mais produz, cria Ou desenvolve é, Com inequívoca certeza, A Palavra.
Esse conjunto de letras certas, Absolutas ou relativizadas, E não um qualquer paleio Ou palavreado em abstrato...
Não se trata De uma simples conversa Sem sentido Ou mera circunstância... Não!
Importa sim O ato criativo Que nos ajuda a pensar e progredir...
Importa realmente a expressão última Que nos torna comunicativos, Únicos e humanos: A Palavra.
Em suma Nada é tão apelativo Tal como uma boa meia dúzia De doces palavras...
Ditas no momento correto, Na altura exata, À pessoa certa! . É imenso o valor dessa Palavra!...
Tudo se constrói Pela linguagem! Tudo se pensa pela soma De palavras Em contínuo turbilhão... Tudo se vive e vibra Nas palavras...
Caem governos Por uma palavra A mais ou a menos, Sobem e descem ações, Vivem dela os Mercados, Vive a crise, a inflação. Até a Lei e a ordem Da palavra fazem força. Descreve a queda do Euro, O confisco dos mais pobres E o fasto Dos magnatas...
Ficção ou realidade; Sonho ou existir; Ser ou Não Ser; Liberdade ou tirania; Meu Deus... Palavras!
A tentação Última dos poetas: Sobreviver Depois do Ser!
E renascer Nas páginas Que deixam Para a eternidade Somatórios de letras, Que lhes darão vida, Após a morte: Palavras!
Palavras Que se escrevem a sangue Ou no vermelho dos cravos, Fáceis de dizer, Difíceis de cumprir: Paz, Liberdade, Solidariedade, Saúde, Vida...
Palavras, Matamos por elas, Sofremos por elas, Morremos por elas, Mas também nascemos, vivemos, Sentimos, rimos e festejamos Por elas. Que se calem jamais essas palavras.