Balada do 25 de Abril 25/04
BALADA DO 25 DE ABRIL
Na negra noite andaste
Décadas mudo, sem pio,
Ai, nessa vida passaste
De emigrante a vazio...
Anos assim de tortura,
Silêncio sem liberdade...
Pra ganhar à ditadura,
Tens que morrer com vontade...
Quarenta e três, um a um,
Anos de fome, ilusão,
Criaram força incomum,
De resistir na prisão...
E o vinte e cinco de Abril
Foi madrugada dos bravos
Capitães que no fuzil
Trocaram balas por cravos...
E cantar Sérgio Godinho,
Zeca Afonso e outros mais,
É ser na voz adivinho
Daquele Abril de imortais...
Na negra noite andaste
Décadas mudo, sem pio,
Ai, nessa vida passaste
De emigrante a vazio...
Sempre lutar contra engodos,
Contra a PIDE e o calar,
Nasce o Sol, é para todos,
Cabeça erguida a sangrar...
E o vinte e cinco de Abril,
Foi madrugada dos bravos
Capitães que no fuzil
Trocaram balas por cravos...
E agora que o Sol nasceu,
Na noite clara de Abril
Vão trita e três, conto eu,
São os primeiros de mil...
Na negra noite andaste
Décadas mudo, sem pio,
Ai, nessa vida passaste
De emigrante a vazio...
Mas tão curta é a memória
De um povo que já esqueceu
Que Salazar tem na História
A nossa noite de breu...
E o vinte e cinco de Abril,
Foi madrugada dos bravos
Capitães que no fuzil
Trocaram balas por cravos...
De ecónomia vivemos,
Pra nos manter lutamos,
Se casa e emprego temos,
Quem nos pergunta onde vamos?
Somos imposto, tributo,
Finanças ocas, impostas,
Mas não estou só, num reduto,
Tem mais querendo respostas!
Que o crepusculo a madrugada
Anuncie sem ter saudade...
Queremos não ver estragada
Nossa razão, liberdade!
E o vinte e cinco de Abril,
Foi madrugada dos bravos
Capitães que no fuzil
Trocaram balas por cravos...
Aqui! Posto de Comando
Do Movimento das Forças Armadas!...
Haragano, O Etéreo in Século XXI