Serve este local para tornar visível o pensamento do último dos vagabundos que conheço: EU!
Aqui ficarão registados pensamentos, crónicas, poemas, piadas, quadros, enfim, tudo o que a imaginação me permite
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306. Beijo de Primavera, ornado de natura que desponta em sorrisos coloridos de mil cores, mil chilreiros, mil murmúrios de acasalamento, mil novos sinais de vida a cada instante, em cada momento, por cada segundo. Beijo animado pelo correr de águas cristalinas da nascente até à foz, transbordando frescura, na paisagem sedenta de viver e existir, onde, lá do alto, o Sol ocupa o nobre lugar de guardião com sua manta de luz e afago protegendo um beijo que se quer renovado a cada passo. Beijo alegre em cada movimento, fértil em cada par, protagonista em cada cena onde o guião, por mais diverso que aparente ser, acaba sempre por só falar de amor, de propagação, de primavera.
Excelente para jovens viúvas que querem arranjar um novo marido
Vista mais à distância dá para entender que quem usa esta peça está disposta a abandonar uma tristeza, regressar à beleza das formas simples e serenas e a ir à luta novamente, de forma arejada e fresca. O Laço, simples, mas bem colocado, como a armadilha de um hábil caçador. Atrai a vítima, digo, o pretendente, sem se desmascarar em demasia.
111. Beijo Entregue em qualquer circunstância, ambiente ou idade. Pode ser dado nas noites frias de inverno onde o calor de uma face quente tem no conforto ameno um refúgio seguro. Pode chegar em pleno outono dum passeio tardio, por entre tapetes de plátanos e árvores coradas pelas vestes seminuas que por ora envergam e onde o encostar dos lábios a um rosto tem semelhanças de aconchego e de abrigo. Pode nascer numa manhã chilreante de primavera, por entre os matizes verdes dos jardins pincelados de mil cores pelas flores que acolhem insetos e aves num convite explicito à polinização, em que beijar alguém nos faz sonhar com futuros dias de felicidade. Pode desaguar em pleno verão, à sombra de uma sombrinha, toldo ou guarda-sol, com uma bebida refrescante numa mão e um sorriso no semblante, em que o beijo desferido transpira desejo, anseia colo e inventa loucuras. Afinal apenas importa, seja onde for, seja como for, que o beijo entregue cumpra o ciclo, transfira o sentimento, apague o desejo e se instale triunfante no seio vulcânico dos corações que por ele batem a vida inteira.
77. Beijo de Clave de Sol, dado sem Dó, sem fuga para a Ré, por Mi inventado, sem mais Fá… sem mais fá… sem mais fados, em dia de Sol que não vem de Lá e entregue a Si. Distribuído entre sorrisos musicais que cantam canções que falam de flores, de primavera, de mãos dadas e entrelaçadas como raízes de árvore em terra firme, sob a vigilância atenta das andorinhas, guardiãs de ninhos e paladinas do acasalamento festivo por entre o verde que se torna rubro de uma natureza que se renova intensamente nesta época melódica. Clave de Sol, na sensualidade das suas curvas, se convida a um beijo prenhe de esperanças…
42. Beijo Azul do céu e do mar, sob o Sol radioso de um dia de primavera, inventado no final de um outono fustigado por frentes polares e muita chuva, mas primaveril só porque o beijo existe. Sim, primaveril e penteado por uma brisa suave por entre os seus cabelos, qual festa que um progenitor dedica à filha, qual caricia feita por apaixonado à dama amada, com detalhes enriquecidos de requintes odoríferos de margaridas, tulipas e papoilas, sorrindo ao vento e à menina, num beijo feito planeta, pleno de natureza, graça e vivacidade. Beijo azul em Terra azul onde os brancos das nuvens, lá no alto, parecem imitar risos de crianças gritando felicidade, inocência e despreocupação, abraçando quimeras, vivendo fábulas, conquistando universos com um simples abrir de braços, porque um beijo feito azul é muito mais do que primavera até no centro da maior das tempestades.