Serve este local para tornar visível o pensamento do último dos vagabundos que conheço: EU!
Aqui ficarão registados pensamentos, crónicas, poemas, piadas, quadros, enfim, tudo o que a imaginação me permite
Serve este local para tornar visível o pensamento do último dos vagabundos que conheço: EU!
Aqui ficarão registados pensamentos, crónicas, poemas, piadas, quadros, enfim, tudo o que a imaginação me permite
(Cabo Verde, Ilha do Sal, O Areal de Santa Maria - VII - Foto de autor, direitos reservados)
Registros da Memória
VII
O Areal de Santa Maria
Mais do que a memória que fica de uns dias passados num qualquer paraíso, a areia clara e quente da Praia de Santa Maria, na Ilha do Sal, em Cabo Verde, com a linha de palmeiras e casario baixo a delimitar o acesso ao interior, transmite paz, plenitude, harmonia e beleza. Na serenidade dos colmos que nos oferecem uma parca sombra, tudo parece disposto na perfeição. As marcas na areia registam pegadas de passeios serenos, múltiplos, infindos.
As cadeiras prontas para receber os corpos ávidos de Sol parecem gotas de água a lembrar-nos que, nas nossas costas, se encontra um Atlântico de um azul sem fim, com recortes de anil até tonalidades de cristal ou mar profundo. Tudo aqui se conjuga na procura singular de nos relaxar o corpo e afagar a mente.
Acompanhando os seus primeiros resorts turísticos, junto à cidade de Santa Maria, na Ilha do Sal, em Cabo Verde, o velho calçadão é local de passeio, de luz, de Sol, de praia, de oceano que se estende até ao infinito, de palmeiras que resistem ao tempo em que a água potável se torna recurso escasso e valioso. Aqui e ali, artistas locais vendem óleos deste céu e deste mar, por entre as vestes garridas das gentes e do casario baixo, também ele pintado de cores vivas como a gente que as habita.
O velho calçadão pode não ter a imponência moderna do novo, mas não lhe fica atrás na beleza do circuito. Inspira facilmente poetas e escritores, no seu desenrolar calmo até à urbe, indicando aos turistas onde passear, comer, beber ou escutar a morna que sempre toca em algum lugar. De um dos lados os candeeiros de rua fazem fila, prontos a iluminar nas noites os veraneantes que desejem sentir a brisa tépida da beira-mar. São como que os guardiões do velho caminho gasto pelos passos de quem por ali se cruza apressado, meditativo ou em passeio. Há locais assim, no mundo inteiro, locais onde de dia e noite passeia a paz.
(Cabo Verde, Ilha do Sal, Praia de Santa Maria - II - Junto ao Moinho - Foto de autor, direitos reservados)
Registos da Memória II
A Noite Purpura
"A Noite Purpura" foi outra das singularidades que encontrei na Praia de Santa Maria, nunca tinha visto uma noite assim. Parecia saída de um filme de suspense, pronta para nos apresentar um ato fantasmagórico ou uma sequência de um filme de terror. A fotografia foi tirada sem efeitos de exposição, sem filtros, diretamente de uma Nikon de baixa gama. Por vezes a realidade tem destas coisas e poupa-nos os efeitos especiais. Quanto aos fantasmas se os havia, mantiveram o silêncio à minha passagem. Eu agradeci.
Nos "Registos da Memória", da minha memória, ficam gravados estes momentos em imagem, para que não mais os possa esquecer. São situações únicas que se vivem uma vez e que jamais se repetem.