Serve este local para tornar visível o pensamento do último dos vagabundos que conheço: EU!
Aqui ficarão registados pensamentos, crónicas, poemas, piadas, quadros, enfim, tudo o que a imaginação me permite
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353. Beijo Selvagem, resgatado na raça, sem tabus ou sem receios. Normalmente inventado no momento em que os ímpetos se descontrolam, sem qualquer premeditação ou controle possível. Não é, contudo, um ato forçado, violador ou de domínio implacável. Nada disso, pois trata-se de um ato que parte de um mas que se propaga rapidamente para o outro no desejo vital da partilha mútua, sem regras, sem meias-tintas, sem vergonhas. Beijo selvagem, primitivo no acontecer, vencedor na conquista, inesquecível na memória dos amantes.
72. Beijo Cigano, roubado em noite sem Lua pelas raias da vida, cabelos ao vento brandindo florestas ocultas no breu. Beijo apanhado, quase ilegal, escondido de todos, família ou lar… Nada mais importa do que esse beijar. Beijar vagabundo de um haragano, que alazão selvagem não se deixa domar. Beijar cegamente num beijo profundo, que vem do instinto, que vem do amar. Beijo apropriado feito destino à luz da fogueira por entre sombras ocultas. Uma só maneira de chegar primeiro ao beijo que a alma parece cantar. Beijo lançado por cartas sem rumo que traçam destinos sem os traçar. Beijo feito de sinais de fumo que um beijo assim é de contrabando, é forte, é intenso, é de recordar, pode ser meigo, mas não é brando, pode ser vida, mas pode matar...
20. BeijoAnimal, envolvente, quente e muito protetor, mas também, felino, selvagem, instintivo, quase bruto porque entregue em bruto, mas absolutamente natural, vindo das entranhas, furtivo, predador, sedento na intensidade, sensual pelo desejo último da posse, lascivo na luxúria impregnada na ação, sexual nos cheiros, na conduta, na franqueza espontânea do agir, tomado de assalto sem ser dado, pedido ou consentido, porque o corpo de um sente previamente o anuir da outra parte, sem falas, conversas ou combinações, sempre noturno, oculto e realizado na surpresa única da caça ou da conquista, entre macho e fêmea que se fundem num beijo que apenas existe num caminho tornado imperativo.