Poemas de um Haragano: Nos Caminhos da Flor – O Fio…
XI
"O FIO..."
Que o meu grito aos astros
Se oiça nos confins do firmamento...
E que o seu eco se espalhe
Pelo infinito mundo das mensagens...
Que eu seja entendido
Ao menos uma vez...
Minhas palavras
São lágrimas de limbos
Que para se entenderem
Têm de ser sentidas
Por quem, como eu,
Chora o deserto para que nele
Uma flor possa nascer...
Se eu choro lágrimas de vagabundo
É porque estou condenado
A procurar um fim prá solidão...
Porque a solidão
Tem saída neste labirinto...
Mas quantos encontram
O caminho certo?
Quantos conhecem
O homem solitário,
Este ser que existe nas memórias
De quem com ele,
Um dia,
Foi feliz...
Vem amor, vem,
Juntos descobriremos o fio
Que nos conduz
À luz dos sentimentos,
Ao fim da sentença eterna
De vaguearmos perdidos pelos limbos...
Vem amor, vem,
Que o fio da vida
Pode a qualquer hora terminar...
Haragano, O Etéreo in Nos Caminhos da Flor
(Gil Saraiva)