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Desabafos de um Vagabundo

Serve este local para tornar visível o pensamento do último dos vagabundos que conheço: EU! Aqui ficarão registados pensamentos, crónicas, poemas, piadas, quadros, enfim, tudo o que a imaginação me permite

Serve este local para tornar visível o pensamento do último dos vagabundos que conheço: EU! Aqui ficarão registados pensamentos, crónicas, poemas, piadas, quadros, enfim, tudo o que a imaginação me permite

Beijo Espião

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120. Beijo Espião, ou à espião, dado na senda romântica dos filmes do 007, o tal James, James Bond, na versão Sean Connery, onde o charme de quem beija se funde com a deliciosa ternura de quem recebe, num ambiente de paraíso indescritível, mas normalmente acompanhado de mar azul transparente e calmo, areia dourada, fina e macia. Um beijar onde ambos se enleiam protegidos pela sombra de palmeiras ou coqueiros enquanto um Sol ameaça fugir bem para lá da linha do horizonte. Entregue na horizontal pelos corpos enrolados numa espreguiçadeira de pano-cru, tendo de um lado uma mesinha de apoio, com as tradicionais bebidas tropicais enfeitadas de sombrinhas e rodelas de fruta carnuda, a fazer lembrar os lábios da dama com quem ansiamos fundir finalmente os nossos.

Beijo Esférico

116 - esférico.jpg117. Beijo Esférico, simbolizado pelo círculo produzido pelos lábios num beijar que se quer fofo, mimado e a abarrotar de carinho e ternura. Acompanhado a forma vem, quase sempre, um som característico, um daqueles a que os cartoonistas designam como "smack" sonorizando o afeto delicado com que é repartido. O ósculo redondo é, pois, um dos mais meigos beijos que se conseguem promover. Apenas existe uma outra motivação para a criação deste beijar: a celebração. Normalmente a comemoração desportiva e mais especificamente a futebolística. Neste campo, o beijar pode tornar-se num beijo de campeonato, de taça, de copa, de mundial, de seleção, de coletivo, de acreditar, de torcer independentemente das possibilidades, enfim, de louvor pelo orgulho nacional arrebatado num evento bem-sucedido. Beijo esférico, seja macio ou de glória, é sempre um beijo de confiança e felicidade repartida.

Beijo de Empada

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107. Beijo de Empada, criado com mil mimos tépidos, que aos poucos, enquanto duram e se demoram, chegam, sem darem conta, ao enrubescer dos cinco sentidos e de todas as emoções, como se fosse possível a sua transformação numa "manduca" deliciosa feita em camadas. Primeiro os sentimentos, ascendendo que nem lava, vindos do interior da alma, constituindo o nível base de suporte de toda a fundação deste beijar, como que refogando numa combinação temperada as moléculas que despertarão hormonas e feromonas. Na camada seguinte os sentidos, numa ebulição indescritível na busca faminta do êxtase, como que servindo de acompanhamento, que nos permite apreciar o degustar, quais emanações da derme que por debaixo esconde, sem sucesso, a ânsia da carne apetitosa. Quase no cimo acomodam-se os instintos, fervendo na natureza primitiva da sua remota origem, trazendo à nossa memória os intuitos primitivos de procriação animal, onde o gozo se partilha sem que o raciocínio se preocupe com quaisquer consequências. Finalmente a cobertura desta empada feita beijo, qual massa tenra de carinhos, gestos e ternura, representando a roupagem moderna impressa pela civilização evolutiva de milénios educativos e refinados na busca da perfeição das coisas para que tudo neste beijo se gere sem saber como mas que se devore sabendo bem porquê.

Beijo Disney

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100. Beijo Disney, beijo de alegria, de romance, de lágrima no canto do olho. Quem não se lembra do beijo com esparguete de "A Dama e o Vagabundo", dos beijos da Margarida ao Pato Donald, que o faziam ferver e trepar paredes com a agilidade de um esquilo, do beijo do Príncipe na Bela Adormecida e tantos outros que nos foram comovendo, e ainda comovem, desde há sete décadas atrás. Em todos eles, agora como antes, se pode encontrar a marca tradicional da ternura, do carinho e do amor incondicional, único e fiel. Um cunho tão distinto que merece a sua tradução no nome de um beijo gravado na memória dos povos porque se tornou inesquecível. Beijo Disney, aquele que quando se dá é para sempre.

Beijo Desperdiçado

 

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94. Beijo Desperdiçado por tanta gente, mas encontrado por alguém. Dividido por dois de forma simples. Perfeito na arquitetura, natural na construção, eloquente na entrega, desejado pelo querer, elementar na criação, mas apenas sonhado por aqueles que por algum motivo o perderam. Um beijar ainda às portas do inverno, quase que adormecido pelas estações do frio. Porém, finalmente desperto pelos executantes e num ápice tranquilamente pronto para provocar arritmias. Exige simbiose e afeto, carinho e ternura. Desenvolve emoções nesse ato praticado com a vontade explicita de conquistar almas, vidas, seres… sim, seres que se beijam por um desejo puro de sentir, de experimentar felicidade, de não perder pitada.

Beijo Ansioso

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21.Beijo Ansioso, desesperando por chegar ao destino com o calor inalterado, sem mudança de textura, sabor ou intenção, porque leva com ele a alegria solidária de pequenos momentos partilhados num quotidiano etéreo, mas não menos verdadeiro ou sentido. Um beijo fortalecido pela amizade que se desenvolveu sem prévios laços de conhecimento físico, sem olhos nos olhos, sem corpo a corpo, mas que, mesmo assim, não deixa de ter força, vida e vontade própria entre quem se gosta, respeita e admira mutuamente em cada dia. Beijo ansioso de ser recebido qual café que se toma pela manhã para que o novo dia recomece revigorado, energético, pleno de intenções, planos e vontade de viver. Porque o beijo importa, acrescenta valor, é dedicado, companheiro, amigo e confidente, e, mais do que tudo, é só nosso, uma vez entregue, depois de consumado.

Beijo de Ano Novo

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21. Beijo de Ano Novo, antes de mais trata-se de um ato feliz, de partilha de uma passagem entre o que acaba para um novo ciclo que se inicia. Será sempre um beijo entregue entre borbulhas de champanhe, ao som de foguetes eclodindo pelos céus distribuindo figuras, imagens e cores garridas que tornam humilde o mais imponente arco-íris. A dado instante, por entre toda a gente que festeja, procuramos com o olhar ávido a quem queremos bem, brindamos, cumprimos os rituais e trocamos um beijo intenso, seguro, absoluto e decidido como poucos outros, é o mais perfeito rito de cumplicidade, de entrega e de certeza, sendo igualmente perfeito quer na amizade como no amor. Beijo a dois, entre mil, beijo de Ano Novo.

Beijo Animal

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20. Beijo Animal, envolvente, quente e muito protetor, mas também, felino, selvagem, instintivo, quase bruto porque entregue em bruto, mas absolutamente natural, vindo das entranhas, furtivo, predador, sedento na intensidade, sensual pelo desejo último da posse, lascivo na luxúria impregnada na ação, sexual nos cheiros, na conduta, na franqueza espontânea do agir, tomado de assalto sem ser dado, pedido ou consentido, porque o corpo de um sente previamente o anuir da outra parte, sem falas, conversas ou combinações, sempre noturno, oculto e realizado na surpresa única da caça ou da conquista, entre macho e fêmea que se fundem num beijo que apenas existe num caminho tornado imperativo.

Beijo de Anil

017 - anil.jpg18. Beijo de Anil em noite purpura, porque todos temos o nosso dia misterioso, gótico nos apetites, atrevido nas tentações, que foge do habitual espetro dos tons românticos, entre o rosa e o encarnado, para uma outra banda de desejos ocultos, escondidos no ego, aguardando a oportunidade para ganharem forma e cor, como se naquele momento fossemos personagens que arriscam entrar num novo horizonte, uma paisagem nunca antes devidamente explorada, completamente fora da habitual zona de conforto. Não sendo negro nem tétrico é um beijar que provoca arrepios, cria sensações estranhas no estômago e ânsia no coração.

Beijo de Amor

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17. Beijo de Amor, mais do que dádiva esta é uma ação de total cumplicidade entre os que se amam. Aqui se enquadra a rendição mútua, a entrega voluntária de cada um ao outro, a criação de um elo comum, exclusivo e sentido, porque emanado pelo sentimento mais nobre da dimensão humana. Trata-se de uma partilha onde se troca privacidade por companhia, efémero por permanente, curto por longo, num espaço temporal que se quer aceso e apaixonado por muitos e muitos anos na senda de um deleite que imprime melodia ao coração, harmonia à vida, sonho à eternidade…

 

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