Poemas de um Haragano: Livro XX - A Abelha
“A ABELHA”
Como um zangão perdido andava eu,
Sem rumo, sem destino, sem um lar,
De flor em flor sem néctar apanhar,
Sem Sol, sem luz, sem meta ou apogeu…
Era uma vida vã, num escuro breu,
De flor em flor sem asas pra voar,
Um inútil zangão que só, sem par,
Pouco tinha pra dar, pouco de seu…
Por fim chegou um dia a Primavera,
Por toda a parte flores despontavam,
Em voo livre abelhas já voavam,
Mas eram para mim como quimera…
Só no Verão, vestindo a cor vermelha,
Chegaste tu, meu mel, tu… minha abelha…
Haragano, O Etéreo in Livro de Um Amor
(Gil Saraiva)